
Divulgação/Globo
Globo vai relançar “Malhação” como novela vertical
Emissora vai produzir "novelinha com atores de verdade" para renovar o elenco e dialogar com o público jovem nas redes sociais
Renovação digital da marca
A Globo planeja reativar a marca “Malhação” com uma abordagem inédita, trocando a grade da TV aberta pelo ambiente digital das redes sociais. Segundo apuração da jornalista Carla Bittencourt, do Portal Leo Dias, a emissora pretende produzir uma nova versão da trama no formato vertical, mirando o consumo em celulares e plataformas como o TikTok. O objetivo central é reconectar o canal com a audiência jovem e voltar a ter um espaço dedicado à revelação de novos talentos.
A estratégia foi confirmada por Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo, em uma transmissão interna para colaboradores na segunda-feira (15/12). O executivo descreveu o projeto como “uma novelinha com atores de verdade, jovens atores”, desenhada para dialogar com as linguagens contemporâneas da internet e ampliar a pegada digital da empresa.
O legado e o fim na TV
Cancelada em abril de 2020 após 25 anos no ar, “Malhação” deixou uma lacuna na programação da Globo. A trama adolescente, que começou ambientada em uma academia e depois migrou para o ambiente escolar, serviu historicamente como porta de entrada para grandes nomes da teledramaturgia, incluindo Cauã Reymond, Marjorie Estiano, Caio Castro, Débora Falabella, Sophie Charlotte e Thiago Lacerda.
Ao longo de duas décadas e meia, o folhetim abordou questões sensíveis como gravidez precoce, bullying, drogas e diversidade sexual. Sua temporada “Viva a Diferença” (2017) foi premiada com o Emmy Internacional Kids e originou a série adulta “As Five”. No entanto, o fim da produção representou o encerramento desse ciclo de formação artística e de renovação de público na televisão tradicional.
A aposta nos vídeos curtos
A migração para o formato vertical é uma tentativa de adaptar a narrativa ficcional aos hábitos de consumo da nova geração. O modelo, que se popularizou no TikTok, aposta em episódios ágeis de até cinco minutos, com ganchos frequentes e edição dinâmica, ideais para serem assistidos em smartphones.
Ao investir nessa linguagem, a Globo busca ocupar um novo território, além de atrair rostos talentos para futuras produções maiores.