
Instagram/Ludmilla
Ministério da Igualdade Racial apoia Ludmilla em crítica ao SBT
Cantora criticou emissora por contratar apresentador que a chamou de "macaca". Órgão do governo repudiou racismo e prestou solidariedade
Apoio institucional e repúdio ao racismo
O Ministério da Igualdade Racial manifestou solidariedade à cantora Ludmilla após a artista recusar uma homenagem do SBT. Em nota oficial, a pasta repudiou o episódio que motivou o protesto da funkeira — o ataque racista proferido pelo apresentador Marcão do Povo em 2017, quando chamou a cantora de “pobre macaca” ao vivo na TV.
“O racismo, independentemente do espaço em que é praticado, fere a dignidade, reforça desigualdades históricas e fragiliza a democracia. Racismo é crime e não pode ser naturalizado, normalizado ou ignorado, assim como a liberdade de expressão não pode ser confundida com autorização para desrespeitar e praticar violências”, declarou o órgão do governo, endossando a postura firme da artista.
“Incoerente e inaceitável”
A polêmica começou quando Ludmilla usou as redes sociais para explicar por que rejeitou o convite da emissora de Silvio Santos. Em um desabafo contundente, ela afirmou ser impossível aceitar tributos de um canal que continua oferecendo palco a quem a ofendeu racialmente. “Eu não posso aceitar uma homenagem enquanto essa mesma emissora segue dando voz, segue dando espaço e respaldo a pessoas convenientes com a atitude racista. Isso, pra mim, é incoerente e inaceitável”, disparou.
Para ilustrar sua indignação, a cantora exibiu um vídeo onde Marcão do Povo agradece à família Abravanel por ter lhe “estendido a mão” logo após sua demissão da Record pelo episódio racista. “Racismo não se resolve com homenagem e sim com responsabilidade”, completou Ludmilla.
Histórico do caso
O conflito remonta a janeiro de 2017, quando Marcão, então apresentador do “Balanço Geral DF” na Record, usou o termo “macaca” para se referir a Ludmilla durante o quadro “A Hora da Venenosa”. A fala gerou um escândalo nacional, resultando em sua demissão imediata e em um processo por injúria racial movido pela cantora e pelo Ministério Público. Contratado em seguida pelo SBT para comandar o “Primeiro Impacto”, ele alegou recentemente ter sido “inocentado”, informação que a defesa da artista contesta, já que o processo corre em segredo de Justiça.
Pressionado pela polêmica, o SBT emitiu um comunicado genérico afirmando que “não compactua com atos, insinuações, discursos ou quaisquer manifestações de cunho racista, e repudia todas as formas de discriminação”.