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Ludmilla ironiza notícia-crime de Marcão do Povo: “Só no Brasil”
Cantora reagiu a ida do apresentador à polícia, após vídeo em que o acusa de racismo, e relembrou o episódio em que foi chamada de "macaca" na TV
Ironia e indignação
A cantora Ludmilla usou as redes sociais neste domingo (28/12) para reagir com ironia à notícia-crime registrada pelo apresentador Marcão do Povo contra ela. O âncora do SBT acionou a Polícia Civil de Barueri exigindo a remoção de um vídeo publicado pela artista no dia 19 de dezembro, no qual ela afirma que ele foi “condenado por racismo”.
O que disse Ludmilla?
Após a confirmação da abertura do inquérito, Ludmilla não se intimidou e disparou uma crítica direta ao sistema e ao apresentador. “Só no Brasil uma pessoa que chamou a outra de macaca em rede nacional pensa em abrir um inquérito criminal contra a vítima”, escreveu. A declaração reacende a disputa pública que começou em 2017, quando Marcão, então na Record, referiu-se a ela como “pobre macaca” ao vivo, resultando em sua demissão imediata daquela emissora.
Na visão da cantora, expressa no vídeo que motivou a nova ação, Marcão não foi inocentado pelo mérito da questão, mas beneficiado por uma falha técnica. “Ele usou uma manobra para se livrar das consequências. A Justiça reconhece o racismo que ele cometeu contra mim. Mas ele não vai pagar nada por isso. É uma manobra processual absurda”, afirmou ela na gravação contestada.
Entenda o imbróglio judicial
O processo por injúria racial movido por Ludmilla tramitou por anos. Em dezembro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu Marcão na esfera criminal. A defesa da cantora recorreu, mas o tribunal manteve a decisão neste ano, alegando que o recurso foi apresentado fora do prazo legal. É com base nessa absolvição formal que Marcão argumenta que Ludmilla mente ao chamá-lo de condenado e desrespeita uma decisão judicial soberana.
Além da batalha nos tribunais, o caso gerou atritos institucionais. Ludmilla recusou recentemente uma homenagem do SBT e criticou a emissora por ter contratado alguém envolvido em um episódio de racismo tão explícito. O Ministério da Igualdade Racial chegou a emitir nota de solidariedade à artista e repúdio ao preconceito racial.