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Ludmilla desmente Marcão do Povo em caso de racismo: “Não foi inocentado”
Cantora afirma que apresentador usou manobra processual para escapar da pena e cobra posicionamento do SBT
Ludmilla ficou revoltada
A cantora Ludmilla usou as redes sociais na noite de sexta (19/12) para rebater as declarações de Marcão do Povo, que afirmou ter sido inocentado no processo de racismo movido por ela. Em vídeo divulgado no Instagram, a artista demonstrou revolta e explicou que o apresentador se beneficiou de artifícios jurídicos, e não de uma absolvição de mérito.
O que disse a cantora?
O pronunciamento veio em resposta a uma fala de Marcão no “Primeiro Impacto” de sexta-feira (19), onde ele alegou ter sido “inocentado de toda e qualquer denúncia de calúnia de crimes de ódio e contra raça”. Ludmilla iniciou o desabafo citando o desgaste de uma década de batalha judicial: “Depois de mais de dez anos de espera, hoje eu recebi uma notícia… Um vídeo, na verdade, de um apresentador do SBT que não foi transparente mais uma vez com seu público”.
“Ele não foi inocentado, gente. Na verdade, ele usou uma manobra para se livrar das consequências. A Justiça reconhece o racismo que ele cometeu comigo, contra mim. Mas ele não vai pagar nada por isso. É uma manobra processual absurda, que eu estou indignada, mas que ele não vai cumprir os efeitos da decisão”, a cantora esclareceu.
“Odeio os racistas”
Além de contestar a versão do comunicador, a funkeira exigiu uma postura da emissora dos Abravanel. “Agora, o SBT, que é uma emissora histórica, que sempre representou a pluralidade do Brasil, precisa saber que mantém em sua casa um apresentador condenado ao racismo”, pontuou.
Ela garantiu que não desistirá de buscar reparação. “Deixo aqui minha indignação com vocês, porque é a única coisa que eu posso fazer. Eu vou tentar recorrer mais alguma coisa na Justiça. Mas é com o estômago embrulhado que eu recebo esse vídeo e essa decisão”. Nos Stories, Ludmilla reforçou o repúdio ao preconceito: “Sou constantemente atravessada por um assunto que me rodeia desde o dia em que nasci. E depois que a fama veio, que só piorou. Eu odeio o racismo. Odeio os racistas. Odeio quem se cala”.
Relembre o caso
O episódio teve início em 2017, quando Marcão do Povo foi demitido da Record após se referir à cantora como “pobre e macaca” ao vivo no “Balanço Geral”. Em 2019, o Ministério Público do Rio de Janeiro formalizou denúncia por injúria racial. Embora tenha sido absolvido em primeira instância, o apresentador foi condenado em 2023 a pagar indenização de R$ 30 mil a Ludmilla, após recurso da defesa da artista.
Qual a nova decisão?
Embora a Justiça tenha reconhecido oficialmente que o apresentador cometeu o crime de injúria racial, Marcão do Povo não terá que pagar a indenização nem cumprir a pena. Agora em dezembro, o STJ aceitou um argumento da defesa de que o recurso que o havia condenado anteriormente foi apresentado fora do prazo legal (recurso intempestivo). Por causa desse erro de prazo, a condenação foi anulada. Na prática, isto significa que o processo foi encerrado sem que ele precise cumprir a pena ou pagar o valor estipulado.
O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.