
Divulgação/Netflix
Guia do streaming: 40 estreias da semana na Netflix, Prime Video, HBO Max, Disney e mais
Lançamentos incluem o terceiro filme "Knives Out", a 2ª temporada de "Percy Jackson", o blockbuster "F1" e duas obras documentais sobre a The Eras Tour de Taylor Swift
A programação da semana no streaming destaca o terceiro filme de mistério “Knives Out”, a 2ª temporada de “Percy Jackson”, a estreia de um spin-off de “Spartacus” e duas obras documentais sobre a The Eras Tour de Taylor Swift. As lista de séries estreantes incluem “Verdade Oculta” com Ethan Hawke e “Pequenos Desastres” com Diane Kruger e as opções de filme ainda têm o blockbuster “F1” com Brad Pitt, o “Drácula” de Luc Besson, a fábula dark “A Meia-Irmã Feia” e a nova animação dos “Smurfs”.
Confira as novidades das principais plataformas até o próximo sábado (13/12).
SEGUNDA
📺 SPARTACUS: HOUSE OF ASHUR | MGM+
Minissérie de 10 episódios, que ressuscita a franquia “Spartacus” através de uma linha do tempo alternativa, reimagina a história com um desfecho diferente: e se Ashur, o escravo sírio traiçoeiro e manipulador da série original, não tivesse morrido durante a revolta de Spartacus? Interpretado novamente por Nick E. Tarabay, o vilão ascende ao posto de Dominus (dono) de seu próprio ludus (escola de gladiadores), construindo poder através de traições calculadas e ambição implacável. O showrunner Steven S. DeKnight, criador da série original, retorna para conduzir este novo capítulo que mistura história romana, erotismo explícito e violência gráfica característica da franquia.
A novidade narrativa vem com Achillia (Tenika Davis, “O Legado de Júpiter”), uma gladiadora livre (gladiatrix) que Ashur transforma na estrela de seu espetáculo, quebrando convenções ao colocá-la para lutar contra homens e escandalizando a elite romana conservadora. O elenco ainda traz de volta Lucy Lawless (a eterna “Xena”), que interpretou Lucretia na série original, numa participação especial que serve como gatilho para toda a narrativa alternativa, e também conta com Graham McTavish (“Outlander”) como Korris, o brutal treinador de gladiadores, Claudia Black (“Stargate SG-1”) como a aristocrata Cossutia, Ivana Baquero (“As Crônicas de Shannara”) como Messia, Jackson Gallagher (“Playing for Keeps”) como César e Jaime Slater (“Círculo de Fogo: A Revolta”) como sua esposa Cornélia, que se entrelaçam nas intrigas políticas da Roma decadente.
A produção mantém a receita visual do original: câmera lenta estilizada nos combates sangrentos, nudez frequente e diálogos carregados de duplo sentido, tudo temperado com a estética de graphic novel violenta que marcou “Spartacus: Blood and Sand” (2010-2013).
🎞️ A MEIA-IRMÃ FEIA | VoD*
O criativo terror nórdico, que marca a estreia de Emilie Blichfeldt na direção, reimagina o conto de fadas “Cinderela” como um body horror em tom de comédia dark. O roteiro é assinado pela própria diretora, inspirado na versão dos Irmãos Grimm da história, e com uma mudança crucial de ponto de vista.
Elvira, interpretada por Lea Myren, vive em um reino onde a beleza é valor supremo. Com a morte repentina do padrasto, a situação financeira da família se torna precária. A mãe Rebekka, vivida por Ane Dahl Torp, instrui Elvira a tomar todas as medidas necessárias para se tornar bela e conquistar o príncipe Julian, interpretado por Isac Calmroth, garantindo o casamento que salvaria a família. A trama acompanha uma série de procedimentos drásticos e horripilantes pelos quais a jovem passa, incluindo uso de parasitas para perder peso e automutilação para caber no sapatinho de cristal, em competição contra a bela meia-irmã Agnes, vivida por Thea Sofie Loch Næss.
O elenco conta ainda com Flo Fagerli como Alma, a irmã de Elvira. O filme estreou no Festival de Sundance no começo do ano, onde abriu a seção Midnight, e foi exibido na seção Panorama do Festival de Berlim, recebendo diversos prêmios em festivais de cinema fantástico. Elogiadíssimo, o longa recebeu nada menos que 96% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e o troféu Amanda (o Oscar norueguês) de Atriz Revelação do ano para Lea Myren.
🎞️ DRÁCULA – UMA HISTÓRIA DE AMOR ETERNO | VoD*
O veterano Luc Besson, responsável por filmes como “O Quinto Elemento” (1997) e “Lucy” (2014), estreia no terror com uma nova versão da história de Drácula. O longa marca a segunda parceria do cineasta francês com o ator Caleb Landry Jones, após trabalharem juntos no divisivo “Dogman” (2023). O astro americano tem o papel do príncipe romeno Vlad, que se transforma em Drácula após a morte brutal de sua esposa, que o leva a renegar a fé, buscando vingança contra a Igreja.
O enredo reinventa o personagem gótico criado por Bram Stoker, acrescentando detalhes vistos anteriormente nos quadrinhos da Marvel dos anos 1970 e em “Drácula: Uma História Nunca Contada” (2014), como batalhas medievais e uma origem romântica. A produção faz sua transição para a era vitoriana com cenas do vampiro ao longo dos séculos na Europa, além de traçar referências ao visual marcante de “Drácula de Bram Stoker” (1992). O resumo dessa ópera é um Drácula trágico em busca de redenção, que encontra uma mulher idêntica ao seu amor perdido, ao mesmo tempo em que desperta a atenção de um padre caçador de vampiros.
O elenco também destaca Zoë Bleu Sidel (“Minha Namorada É uma Vampira”) em papel duplo como a esposa de Vlad e Mina, a italiana Matilda De Angelis (“Citadel: Diana”) como a melhor amiga de Mina e o alemão Christoph Waltz (“Django Livre”) no papel de padre antagonista.
📺 FLORIBELLA | HBO Max
A adaptação brasileira da telenovela argentina “Floricienta”, criada por Cris Morena, foi um fenômeno infanto-juvenil que marcou a Band entre 2005 e 2006 com 344 capítulos divididos em duas temporadas. Trazida ao streaming pela primeira vez, a trama acompanha Maria Flor (Juliana Silveira, de “Chiquititas Brasil”), uma jovem órfã criada pela madrinha Titina, que aceita trabalhar como babá em uma mansão onde vivem seis irmãos órfãos de personalidades distintas. Misturando romance, fantasia e comédia, a narrativa explora os desafios da protagonista em criar vínculos afetivos com as crianças enquanto descobre sua paixão pela música e se envolve em um triângulo amoroso com o dono da casa, o conde Frederico Fritzenwalden (Roger Gobeth).
A produção, com roteiros de Patrícia Moretzsohn e Jaqueline Vargas, revelou talentos como Leticia Colin, Johnny Massaro e Julianne Trevisol, consolidando-se como um marco geracional. O sucesso foi além da televisão, gerando cinco álbuns musicais que venderam milhares de cópias e impulsionaram turnês nacionais. As canções, especialmente “Floribella” e “É Pra Você Meu Coração” (adaptadas por Rick Bonadio a partir dos originais argentinos), tornaram-se hinos para o público jovem da época.
A chegada da 1ª temporada à HBO Max (a 2ª será disponibilizada em breve) acontece um ano após o lançamento de “Margarida”, série original da plataforma que funciona como spin-off do universo original criado por Cris Morena. A produção recente acompanha a filha de Floricienta, resgatando elementos nostálgicos como personagens e músicas da versão argentina, ampliando o legado da franquia para uma nova audiência.
TERÇA
🎞️ SMURFS | Paramount+
▶ Assista ao trailer
Os personagens azuis dos quadrinhos de Peyo retornam numa animação musical, com o reforço estelar de Rihanna – que produz o filme e empresta sua voz à Smurfette. Sob direção de Chris Miller (conhecido por “Gato de Botas”), o longa aposta em humor e aventura para atrair novas gerações, ao mesmo tempo em que presta homenagem ao legado franco-belga dos Smurfs.
Na trama, o pacato vilarejo dos Smurfs é abalado quando o sábio Papai Smurf é misteriosamente raptado por dois feiticeiros malignos: o clássico Gargamel e seu recém-introduzido irmão Razamel. Determinada e corajosa, Smurfette assume a liderança de uma missão de resgate que leva os Smurfs ao mundo humano. Longe de casa e enfrentando desafios em uma realidade desconhecida, eles contam com a ajuda de novos aliados improváveis para enfrentar os vilões e realizar seu objetivo.
Além de Rihanna como Smurfette, trazendo carisma e vocais poderosos – inclusive em músicas originais compostas para o filme – o elenco original inclui John Goodman (“O Grande Lebowski”) dublando Papai Smurf, Nick Offerman (“Parks and Recreation”) no papel de um novo Smurf rabugento, Sandra Oh (“Killing Eve”) e Octavia Spencer (“Histórias Cruzadas”) como personagens inéditos e mágicos, além de Hannah Waddingham (“Ted Lasso”) e o veterano Kurt Russell (“O Enigma de Outro Mundo”).
Visualmente, a adaptação mistura o 3D moderno com toques de arte 2D, buscando remeter ao traço original dos quadrinhos e diferenciando este reboot das adaptações anteriores com live-action. E como se trata de um musical, a narrativa é marcada por números coreografados e canções que expressam os temas clássicos da franquia: trabalho em equipe, autodescoberta e aceitação das diferenças, agora ampliados pela ideia de “descobrir seu destino” – uma mensagem inspiradora para o público infantil.
📺 NOS4A2 | NETFLIX
Adaptação do romance homônimo de Joe Hill, a série de terror sobrenatural apresenta Charlie Manx (Zachary Quinto, de “Star Trek”), um imortal sedutor que se alimenta das almas de crianças e deposita o que resta delas na “Terra do Natal” — um lugar distorcido onde a infelicidade é proibida. A trama ganha corpo quando Vic McQueen (Ashleigh Cummings, de “O Pintassilgo”), uma jovem artista da classe trabalhadora, descobre possuir uma habilidade sobrenatural única de rastrear o vilão. Ambientada em uma Nova Inglaterra sombria, a produção explora o conflito entre os traumas familiares da protagonista e a ameaça predadora de Manx.
O elenco principal conta com atuações intensas, destacando Ólafur Darri Ólafsson (“Trapped”) como Bing Partridge, o cúmplice perturbado de Manx, e Ebon Moss-Bachrach (“O Urso”) no papel de Chris McQueen, pai da protagonista. Jahkara Smith (“Into the Dark”) interpreta a bibliotecária Maggie Leigh, que utiliza peças de Scrabble para obter respostas do universo e auxilia Vic em sua jornada. A narrativa se aprofunda na batalha psicológica de Vic para manter sua sanidade enquanto tenta resgatar as vítimas do Rolls-Royce Wraith 1938 de Manx, veículo que serve como extensão de sua força vital.
A produção recebeu elogios pela construção de atmosfera e pela caracterização grotesca do vilão, embora a crítica tenha se dividido quanto ao ritmo da adaptação. A série expande o universo literário de Hill, equilibrando horror fantástico com drama humano realista sobre amadurecimento e negligência parental. Com duas temporadas completas exibidas em 2019 e 2020 no canal pago americano AMC, a obra consolidou-se como uma adição relevante ao gênero de horror televisivo, oferecendo uma visão macabra e original sobre vampirismo energético.
📺 MARSELHA EM PERIGO | Netflix
A 2ª temporada da série policial do cineasta Olivier Marchal (“Pacto de Sangue”, “Overdose”) retorna com mais seis episódios de pura adrenalina, mergulhando novamente no submundo violento da segunda maior cidade da França. A trama retoma a rotina caótica da unidade especial liderada pelo capitão Lyès Benamar (Tewfik Jallab), que agora enfrenta uma ameaça ainda mais volátil após o vácuo de poder deixado pelos conflitos anteriores. Com a chegada de novos cartéis tentando dominar o tráfico local, a linha entre a lei e o crime torna-se cada vez mais tênue para os agentes, que precisam lidar com tensões internas e a vigilância constante da Corregedoria.
O elenco principal retorna quase integralmente, garantindo a continuidade da química explosiva do grupo. Além de Jallab, Jeanne Goursaud volta como a destemida Alice Vidal, cuja agenda pessoal de vingança continua a se entrelaçar com as operações oficiais. Idir Azougli (Tatoo), Olivier Barthélémy (Arno) e Lani Sogoyou (Audrey) também retomam seus papéis, enquanto Samir Boitard ganha mais destaque como o enigmático Ali Saïdi. A narrativa promete expandir o universo da série com a introdução de novos antagonistas que desafiam a “pax” frágil estabelecida, forçando a equipe a adotar métodos ainda mais extremos para proteger Marselha de um banho de sangue total.
A produção traz a assinatura visual de Marchal: sombria, realista e sem concessões. O sucesso da primeira fase, que acumulou milhões de visualizações globais, garantiu um orçamento maior para sequências de ação, consolidando a série como uma das principais referências atuais do gênero “polar” (o noir policial francês) moderno.
📺 BLACK CLOVER | HBO Max
A adaptação do mangá shōnen de Yūki Tabata é ambientada em um mundo onde todos nascem com habilidades sobrenaturais. A história segue Asta, um órfão pária que nasceu sem nenhum poder mágico em um universo onde isso o torna uma anomalia completa, e seu melhor amigo e rival Yuno, um prodígio mágico. Ambos foram abandonados na mesma igreja no Reino de Clover e compartilham o mesmo sonho impossível: se tornar o próximo Rei Mago, o líder supremo dos cavaleiros mágicos.
A reviravolta ocorre quando Asta recebe um grimório negro raro de cinco folhas que abriga um demônio antimagia, permitindo que ele anule feitiços e compense sua falta de poder com força bruta e espadas demoníacas. Yuno, por sua vez, recebe um grimório lendário de quatro folhas com magia de vento. Os dois ingressam em esquadrões de cavaleiros mágicos rivais — Asta nos desorganizados Touros Negros e Yuno na prestigiosa Águia Dourada — iniciando uma jornada épica repleta de batalhas contra organizações terroristas como o Olho do Sol da Meia-Noite, revelações sobre elfos ressuscitados e conspirações envolvendo demônios ancestrais.
A 4ª temporada adapta o arco do Reino do Coração (Heart Kingdom Training Arc), no qual Asta viaja com membros selecionados dos Touros Negros para treinar no misterioso Reino do Coração sob a tutela da princesa Loropechika. O objetivo é se preparar para enfrentar a Tríade das Trevas, um grupo de magos supremos do Reino Spade que ameaçam destruir todos os reinos vizinhos. Esta fase marca a evolução crucial dos poderes de Asta ao dominar sua forma demoníaca em parceria com Liebe, o demônio antimagia, enquanto Noelle, integrante dos Touros Negros, busca vingança pelos assassinos de sua mãe. Com 22 episódios divididos em duas partes (com intervalo nas festas de fim de ano), a temporada intensifica a narrativa rumo ao confronto definitivo.
📺 AMORES BANDIDOS | Netflix
O reality show de namoro japonês subverte os padrões habituais do gênero ao reunir um elenco composto exclusivamente por ex-delinquentes e jovens rebeldes, conhecidos na cultura local como yankii. O experimento social confina cinco homens e seis mulheres com históricos de comportamento desafiador em uma casa nas montanhas por 14 dias. O objetivo é verificar se, longe dos estigmas sociais e em convivência forçada, esses indivíduos de temperamento explosivo conseguem baixar a guarda para encontrar o amor ou se as velhas rivalidades falarão mais alto.
A dinâmica do programa mistura a tensão de um confinamento com a estética vibrante das subculturas juvenis japonesas. Os participantes, que variam entre o visual intimidador da “velha guarda” (cabelos descoloridos, roupas largas) e o estilo moderno da era Reiwa, precisam participar de atividades que testam tanto sua agressividade quanto sua vulnerabilidade emocional. A reviravolta principal é a presença de uma “Loba” entre as mulheres, uma sabotadora infiltrada com a missão de manipular sentimentos e impedir a formação de casais genuínos, adicionando uma camada de desconfiança constante ao flerte.
Com episódios lançados semanalmente em dezembro, a produção tem gerado curiosidade por sua premissa inusitada de buscar romance em meio ao caos. O reality também funciona como uma janela antropológica para a cultura yankii, humanizando figuras frequentemente marginalizadas pela rígida sociedade japonesa, enquanto entrega o drama e os conflitos esperados de um reality de competição amorosa.
QUARTA
📺 PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS | Disney+
A série baseada na franquia literária juvenil de Rick Riordan adapta o segundo volume da saga, “O Mar de Monstros”, em sua 2ª temporada, dando continuidade à jornada do jovem semideus Percy Jackson (Walker Scobell) após descobrir ser filho de Poseidon e entrar num mundo mágico que desconhecia. Quando o Acampamento Meio-Sangue tem sua barreira de proteção violada, Percy embarca em uma odisseia épica rumo ao lendário Mar de Monstros em busca de seu melhor amigo Grover (Aryan Simhadri), que está desaparecido, e do Velocino de Ouro, único artefato capaz de restaurar a árvore sagrada de Thalia e salvar o acampamento da destruição iminente.
A nova fase expande o universo mitológico com a introdução de personagens fundamentais, incluindo Tyson (Daniel Diemer), um ciclope revelado como meio-irmão de Percy, e Clarisse La Rue (Dior Goodjohn), filha de Ares escalada oficialmente para liderar a missão de resgate. O elenco principal retorna com Leah Sava Jeffries como Annabeth Chase, que continua sendo o equilíbrio estratégico do grupo, e Charlie Bushnell como Luke Castellan, cujo arco como antagonista se aprofunda à medida que ele se aproxima de ressuscitar o titã Cronos para derrubar o Olimpo.
Renovada antes mesmo da estreia da 1ª temporada devido ao entusiasmo do público fiel aos livros, a produção mantém o compromisso de fidelidade ao material original, com Rick Riordan supervisionando ativamente o roteiro. A expectativa é alta para ver a materialização de criaturas icônicas do segundo livro, incluindo as Irmãs Cinzentas e os desafios mortais que aguardam os heróis no Mar de Monstros.
📺 VERDADE OCULTA | Disney+
Criada por Sterlin Harjo (responsável pela aclamada “Reservation Dogs”), a série de oito episódios acompanha Lee Raybon (Ethan Hawke, de “Cavaleiro da Lua”), um jornalista independente e dono de um sebo em Tulsa, Oklahoma, que se autodenomina “truthstorian” (historiador da verdade).
Obcecado em expor a corrupção que corrói sua cidade, Raybon publica uma denúncia explosiva contra a influente família Washberg, ligada à política estadual. Logo após a matéria, Dale Washberg (Tim Blake Nelson, de “Capitão América: Nova Ordem Mundial”) aparece morto em circunstâncias suspeitas, oficialmente declarado como suicídio. Convencido de que há uma conspiração maior em jogo, Raybon mergulha nas pistas deixadas por Dale, colocando-se em rota de colisão com a viúva Betty Jo (Jeanne Tripplehorn, de “Big Love”) e o ambicioso candidato a governador Donald Washberg (Kyle MacLachlan, de “Fallout”). Só que a investigação coloca em risco não apenas Raybon, mas também sua filha adolescente Francis (Ryan Kiera Armstrong, “Skeleton Crew”), que compartilha a curiosidade imprudente do pai.
A produção se destaca pela atmosfera tensa e pela abordagem realista do jornalismo investigativo de base, longe dos holofotes corporativos. Hawke também atua como produtor executivo e o elenco ainda inclui Keith David (“The Thing”), Tracy Letts (“Homeland”) e participação especial de Peter Dinklage (“Game of Thrones”).
🎞️ MERV | Prime Video
A comédia romântica natalina reúne Zooey Deschanel (“New Girl”) e Charlie Cox (“Demolidor”) em uma história sobre laços afetivos improváveis. Quando o casal Anna e Russ decide terminar seu relacionamento de longa data, a separação amigável se complica por causa de Merv, o cachorro que adotaram juntos. O animal entra em depressão profunda e os ex-namorados, dispostos a fazer qualquer coisa para ver o animal feliz novamente, concordam em realizar uma última viagem “em família” para a Flórida durante as festas de fim de ano, esperando que o sol e a mudança de cenário animem o pet.
O que deveria ser apenas uma missão de resgate canino se transforma em uma jornada caótica de constrangimentos e redescobertas. Forçados a conviver em situações íntimas e a lidar com as peculiaridades um do outro fora da rotina, Anna e Russ começam a questionar se o fim do namoro foi realmente a decisão certa. O elenco de apoio conta com talentos da comédia como Chris Redd (“Saturday Night Live”) e a veterana Patricia Heaton (“The Middle”), que interpretam personagens excêntricos encontrados pelo caminho, adicionando obstáculos hilários à tentativa do ex-casal de manter a civilidade.
Dirigido por Jessica Swale (“Onde Fica o Paraíso”), o longa segue a fórmula tradicional das rom-coms, mas inova ao colocar o bem-estar animal como catalisador emocional, explorando como os bichos de estimação muitas vezes seguram as pontas de relações humanas frágeis.
🎞️ AMIZADE TÓXICA | PARAMOUNT+
A comédia de humor sombrio acompanha Craig Waterman (Tim Robinson, “I Think You Should Leave”), executivo de marketing cuja vida de marido suburbano é tão tediosa quanto previsível. Sua estabilidade emocional e social desmorona quando o carismático vizinho meteorologista Austin (Paul Rudd, “Homem-Formiga”) surge em sua vida — e um convite para sair se transforma num vínculo obsessivo. Encantado com a possibilidade de uma amizade divertida na vida adulta, Craig investe cada vez mais na proximidade com o vizinho. Até que sua obsessão é cortada de forma abrupta, na forma de um rompimento de amizade. Inconformado, Craig decide então fazer de tudo para conseguir uma nova chance, ultrapassando todos os limites.
Escrito e dirigido por Andrew DeYoung em sua estreia no cinema, o filme investe em um absurdo inquietante, habilmente equilibrado pelo timing nervoso de Robinson e o charme desconcertante de Rudd. A narrativa explora o desconforto de se relacionar na vida adulta, numa mistura de cringe e empatia.
Produção da A24, “Friendship” teve sua première no Festival de Toronto, na seção de filmes cults Midnight Madness, e chegou aos cinemas dos EUA com estreia limitada. A recepção foi amplamente positiva (87% de aprovação no Rotten Tomatoes), com elogios à direção, ao roteiro e ao elenco principal, que também inclui Kate Mara (“Quarteto Fantástico”) como a esposa do protagonista.
📺 PARISH | Netflix
Lançada no ano passado no canal pago americano AMC, a série adapta a atração britânica “The Driver”, com Giancarlo Esposito (“Breaking Bad”) como protagonista, no lugar de David Morrissey (“The Walking Dead”). Esposito vive Gracián “Gray” Parish, um homem que luta para manter sua família e seu negócio de transporte de luxo em Nova Orleans após o assassinato brutal de seu filho. Afogado em dívidas e consumido pelo luto, Parish toma uma decisão desesperada que o arrasta ao submundo criminal. Ele aceita trabalhar como motorista para uma poderosa organização mafiosa zimbabuana, liderada pelo implacável “The Horse”, o que o coloca em uma rota de colisão moral onde a proteção de sua família exige atos de extrema violência.
A trama de seis episódios explora a descida de um homem comum ao caos, destacando a performance intensa de Esposito, que também atua como produtor executivo. O elenco conta com Zackary Momoh (“The Nevers”) como o antagonista carismático e Skeet Ulrich (“Riverdale”) como um velho conhecido que reapresenta Parish ao crime. A série utiliza a atmosfera úmida e vibrante de Nova Orleans como cenário para perseguições de carros e conflitos éticos.
Em sua exibição televisiva, a produção dividiu opiniões, gerando elogios pela atuação de seu protagonista, mas críticas quanto à originalidade do roteiro em comparação a outros dramas de prestígio. Com apenas 33% de aprovação no Rotten Tomatoes, a produção foi encerrada após uma única temporada, funcionando como uma minissérie fechada sobre as consequências destrutivas das escolhas feitas em momentos de desespero.
📺 DEPOIS DO ACIDENTE | Netflix
Criada pelo roteirista venezuelano Leonardo Padrón (“Coração Marcado”), a série dramática mexicana parte de uma tragédia doméstica para dissecar as fraturas de uma comunidade rica e aparentemente perfeita. O desastre ocorre durante a festa de aniversário do filho do casal Daniela (Ana Claudia Talancón, de “O Crime do Padre Amaro”) e Emiliano (Sebastián Martínez, de “Coração Marcado”). quando uma rajada de vento extremamente forte arranca do chão um castelo inflável onde brincavam várias crianças, arremessando-o para longe e causando a morte de três delas. Este evento catastrófico, resultado de uma falha de segurança, serve como o ponto de partida para o drama que, em sua 1ª temporada, focou na busca por culpados e na destruição das relações entre as famílias envolvidas. Agora, a 2ª temporada avança no tempo para mostrar as cicatrizes deixadas um ano após o acidente.
Nos novos episódios, as quatro famílias afetadas tentam se reerguer em meio aos escombros emocionais, oscilando entre o desejo de redenção e a sede de vingança que ainda persiste. O enredo introduz novos personagens que desestabilizam o frágil equilíbrio alcançado, incluindo a entrada de Bárbara de Regil (“Rosario Tijeras”) no elenco, interpretando uma figura que traz à tona segredos que muitos prefeririam manter enterrados. A trama se aprofunda nas consequências legais e psicológicas da tragédia, explorando como a culpa não resolvida continua a corroer a comunidade.
A narrativa explora como o luto transforma vizinhos e amigos em inimigos mortais, focando especialmente na figura do caseiro Moncho, injustamente acusado de não fixar o brinquedo corretamente, enquanto os verdadeiros responsáveis se escondem atrás de privilégios e subornos. Enquanto a primeira parte questionou “quem foi o responsável?”, a segunda temporada parece perguntar “é possível perdoar o imperdoável?”, colocando os personagens diante de dilemas morais ainda mais difíceis enquanto tentam reconstruir suas vidas marcadas pela perda. O elenco estelar ainda inclui Alberto Guerra (“Griselda”) como “El Charro”, um empresário poderoso e vingativo, e Erik Hayser (“Desejo Sombrio”), cujas atuações intensificam o clima de suspense moral.
📺 RECORD OF RAGNAROK | Netflix
A 3ª temporada do anime de ação e fantasia dá continuidade ao brutal torneio entre deuses e humanidade, adaptando os confrontos decisivos do mangá escrito por Shinya Umemura e Takumi Fukui, com ilustrações de Ajichika. A narrativa gira em torno do Conselho do Valhalla, onde divindades de todos os panteões decidem extinguir a raça humana após milênios de falhas e destruição. A sentença é interrompida pela valquíria Brunhilde, que invoca a antiga cláusula do Ragnarok, propondo uma última chance de sobrevivência: um torneio de treze combates diretos entre os deuses supremos e os humanos mais notáveis da história. Para equilibrar a disputa contra a onipotência divina, as valquírias realizam o “Volund”, um pacto sagrado que transforma seus próprios espíritos em armas capazes de ferir os criadores, transformando figuras históricas em guerreiros capazes de desafiar o céu.
Após um chocante empate técnico que manteve o destino dos mortais em suspenso, a nova fase foca na sétima rodada da competição, colocando frente a frente Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, e Hades, o rei do submundo grego. A animação promete intensificar a escala dos combates, explorando não apenas as habilidades sobrenaturais dos lutadores, mas também os traumas e motivações históricas que os levaram à arena do Valhalla.
Além da batalha principal entre imperadores, os novos episódios preparam o terreno para o aguardado oitavo confronto, que opõe Nikola Tesla, o gênio da eletricidade e único “mago” da história humana, a Belzebu, o senhor das moscas e divindade filisteia. A temporada também introduz figuras lendárias como o Rei Leônidas de Esparta e o deus solar Apolo, sugerindo uma expansão narrativa que inclui interações inéditas entre os guerreiros e suas Valquírias parceiras. A produção mantém a estrutura de aprofundar o passado de cada combatente por meio de flashbacks, humanizando até mesmo as divindades mais arrogantes.
A recepção antecipada destaca a fidelidade visual aos traços do mangá e a expectativa pela execução das técnicas científicas de Tesla em contraste com a magia negra de Belzebu. A temporada é vista como um ponto de virada na saga, trazendo desfechos que desafiam a previsibilidade das lutas anteriores e consolidam a série como uma das principais apostas do gênero de torneio mortal na plataforma.
📺 SIMON COWELL: O PRÓXIMO SUCESSO | Netflix
O reality show documental acompanha Simon Cowell, o executivo musical por trás de fenômenos globais como One Direction e Fifth Harmony, em uma nova cruzada para encontrar a próxima boy band capaz de dominar as paradas mundiais. Diferente dos formatos de competição tradicionais como “The X Factor”, que revelou os dois grupos anteriores, a produção adota um estilo verité, seguindo Cowell e sua equipe de caça-talentos em audições abertas e bastidores caóticos. O objetivo é replicar o “toque de Midas” que consagrou sua carreira, desta vez sob a pressão de provar que o modelo de grupos pop fabricados ainda funciona na era do streaming e do TikTok.
A série revela o processo brutal e metódico de seleção, onde centenas de jovens aspirantes são testados não apenas vocalmente, mas quanto à química interpessoal e resistência psicológica. Além de Cowell, o elenco conta com a participação de figuras influentes da indústria, como o compositor Savan Kotecha e a produtora Lauren Silverman, que auxiliam na triagem e no desenvolvimento artístico dos candidatos. A narrativa explora a tensão entre a visão comercial implacável de Cowell e os sonhos frágeis dos participantes, expondo os riscos financeiros e reputacionais envolvidos na criação de um produto pop do zero.
A produção gerou burburinho antes mesmo do lançamento devido a relatos de baixo comparecimento nas audições iniciais, o que forçou a equipe a adaptar a estratégia de busca. O resultado funciona tanto como um estudo de caso sobre a máquina da indústria musical quanto como um retrato da obstinação de Cowell em manter sua relevância. Em seis episódios, o público testemunha desde a formação do grupo até o lançamento de seu primeiro single, verificando se a fórmula de sucesso dos anos 2010 ainda tem espaço no mercado atual.
QUINTA
📺 HOMEM X BEBÊ | Netflix
Sequência direta da comédia de sucesso “Homem x Abelha”, a nova minissérie traz de volta Rowan Atkinson (“Mr. Bean”) no papel do desajeitado Trevor Bingley, agora enfrentando um desafio ainda mais caótico e barulhento. Após cumprir pena pelos desastres causados na mansão anterior, Trevor tenta reconstruir sua vida profissional aceitando um novo trabalho temporário, desta vez com a responsabilidade de cuidar de um bebê aparentemente inofensivo. O que deveria ser uma tarefa simples de babá rapidamente escala para uma guerra de proporções absurdas quando a criança demonstra uma habilidade sobrenatural para causar destruição e testar os limites da sanidade do protagonista.
Mantendo o formato de esquetes curtos que consagrou o primeiro capítulo, a produção aposta novamente no humor físico e na comédia visual quase sem diálogos, marcas registradas de Atkinson desde “Mr. Bean”. A direção continua focada em maximizar o efeito dominó de pequenas catástrofes domésticas, substituindo o zumbido irritante da abelha pelo choro incessante e pelas travessuras perigosas de um bebê que parece estar sempre um passo à frente de seu cuidador. O elenco de apoio retorna com Jing Lusi (“Podres de Ricos”) e Julian Rhind-Tutt (“The Witcher”), que agora precisam lidar com as consequências legais e materiais da nova “batalha” travada por Trevor.
Embora a premissa repita a estrutura do original, a troca do antagonista renova as possibilidades de gags visuais, explorando a vulnerabilidade cômica de Atkinson diante de um adversário intocável. A série reafirma a vitalidade do estilo pastelão clássico em tempos modernos, utilizando efeitos práticos e digitais para criar sequências de perigo exagerado que transformam um cenário residencial comum em um campo de batalha imprevisível.
📺 TOMB RAIDER: A LENDA DE LARA CROFT | Netflix
Na última temporada da série animada, Lara Croft (voz original de Hayley Atwell, “Missão: Impossível – O Acerto Final”) deixa para trás sua jornada solitária para enfrentar uma ameaça que exige colaboração. A trama gira em torno do roubo de antigas máscaras de Orixás africanos, artefatos que escondem segredos divinos e poderes capazes de desafiar a lógica. Ao descobrir que uma bilionária enigmática pretende usar essas relíquias para desencadear uma destruição global, Lara une forças com sua melhor amiga Sam Nishimura (Karen Fukuhara, “The Boys”), marcando o retorno de uma personagem central dos jogos de 2013 à narrativa principal.
A produção expande o universo da franquia ao explorar a mitologia africana e introduzir novos antagonistas com habilidades sobrenaturais derivadas das máscaras roubadas. Além de Sam, a equipe de Lara ganha reforço com o retorno de Jonah (Earl Baylon) e do especialista em tecnologia Zip (Allen Maldonado), consolidando a transição da protagonista de “loba solitária” para líder de um time. O roteiro promete sequências de ação que homenageiam momentos clássicos dos games, incluindo um confronto subaquático com um tubarão, enquanto aprofunda o arco emocional de Lara sobre legado e confiança.
Com estreia marcada para dezembro, a temporada final busca amarrar as pontas soltas entre a trilogia de “origem” dos videogames e as aventuras clássicas da personagem. A produção apresenta nítida evolução na qualidade da animação do estúdio Powerhouse, ao mesmo tempo em que mantém a fidelidade ao espírito exploratório do game original, equilibrando o misticismo da trama com o desenvolvimento das relações interpessoais que definem esta versão mais madura da heroína.
📺 PEQUENOS DESASTRES | Paramount+
Adaptação do romance de Sarah Vaughan (“Anatomia de um Escândalo”), a minissérie britânica de seis episódios explora os limites tênues entre amizade, julgamento e lealdade sob a pressão da maternidade moderna. A trama segue quatro mulheres que se conheceram durante a gravidez e mantiveram uma amizade aparentemente sólida por anos. Tudo desmorona quando Jess (Diane Kruger, de “Bastardos Inglórios”), vista pelas outras como a mãe perfeita, leva sua bebê Betsey ao pronto-socorro com uma lesão craniana inexplicável e é atendida por Liz (Jo Joyner, de “Fique Comigo”), sua melhor amiga e médica de emergência.
Alarmada pelo comportamento defensivo de Jess e pelos sinais clínicos preocupantes, Liz enfrenta um dilema moral devastador: proteger a amizade ou cumprir sua obrigação profissional de acionar os serviços de proteção à criança. A decisão de fazer a denúncia desencadeia uma avalanche de consequências que fratura o grupo de amigas formado também por Mel (Emily Taaffe, de “Guerra e Paz”) e Charlotte (Shelley Conn, de “Bridgerton”). Conforme a investigação avança, segredos enterrados sobre os casamentos, rivalidades ocultas e a pressão insuportável de performar a “maternidade perfeita” vêm à tona, ameaçando não apenas as amizades, mas as próprias famílias envolvidas.
Criada por Ruth Fowler (“Rules of the Game”) e dirigida pela indicada ao BAFTA Eva Sigurðardóttir (“Fraturas de um Passado”), a produção equilibra suspense psicológico com um olhar realista sobre os julgamentos sociais impostos às mães.
📺 NOSSA CIDADE | Netflix
Nesta minissérie de suspense turca, o destino de dois irmãos distanciados muda radicalmente após a morte da mãe, quando eles retornam à pequena cidade natal para o funeral e acabam encontrando, junto com um amigo de infância, sacos repletos de dinheiro no porta-malas de um carro acidentado. O que começa como uma oportunidade tentadora de resolver problemas financeiros transforma-se em um pesadelo quando o trio descobre que a fortuna pertence a uma perigosa rede criminosa. A trama se desenrola como um jogo de gato e rato, onde a lealdade familiar é testada contra a ganância e o instinto de sobrevivência em um ambiente rural claustrofóbico.
O elenco principal é liderado por Okan Yalabık (“O Último Guardião”), que interpreta um policial corrupto com motivações ambíguas, e Ozan Dolunay (“Cidade Cruel”), no papel de um dos irmãos que vê no dinheiro a chance de escapar de uma vida estagnada. Özgürcan Çevik (“Çember”) completa o trio central, trazendo um contraponto cômico e trágico à narrativa. A produção explora as dinâmicas de poder e segredos de uma comunidade pequena, onde cada personagem esconde conexões com o crime organizado que controla a região nos bastidores.
A direção de Seren Yüce (“O Segredo do Comissário”) aposta em uma estética árida e tensa, utilizando as paisagens do interior da Turquia para amplificar a sensação de isolamento dos protagonistas. A crítica local compara a premissa a clássicos do gênero noir, destacando como a série subverte elementos tradicionais ao focar nas consequências psicológicas de decisões morais extremas.
🎞️ DESLUMBRADO | Netflix
Sob o título original Lupa Daratan (literalmente “esquecendo a terra”, uma expressão indonésia para arrogância), esta comédia dramática marca o retorno do cineasta Ernest Prakasa (criador de “Imperfeito: A Série”) à direção de filmes, após um período dedicado às séries. A trama gira em torno de Vino Agustian (Vino G. Bastian, “Miracle in Cell No. 7”), um ator célebre e narcisista que, após anos de sucesso comercial e prêmios, vê sua carreira atingir o ápice ao ser escalado para um prestigiado filme biográfico. No entanto, no momento crucial de preparação para o papel, ele enfrenta um bloqueio inexplicável e perde completamente sua habilidade de atuar, tornando-se incapaz de entregar qualquer emoção diante das câmeras.
O filme explora a crise de identidade do protagonista, que, despido de seu talento e status, precisa redescobrir quem é fora dos holofotes. A narrativa satírica aborda os bastidores da indústria cinematográfica indonésia, expondo as fragilidades do ego artístico e a efemeridade da fama. O elenco conta com Dea Panendra (“A Garota Mais Linda do Mundo”) e o veterano Agus Kuncoro (“Corações Comprometidos”), que interpretam figuras chave na tentativa desesperada de Vino em recuperar sua “arte” antes que o escândalo destrua sua reputação definitivamente.
Produzido pelo estúdio Imajinari, conhecido por sucessos locais recentes, o longa é descrito como uma obra mais madura na filmografia de Prakasa, misturando humor ácido com reflexões sobre saúde mental e pressão pública. A estreia global na plataforma aposta no carisma de Vino G. Bastian, ator bastante popular na Indonésia, para conduzir uma história que oscila entre o riso e o drama existencial, questionando se o talento é um dom inato ou uma máscara que usamos para esconder nossas inseguranças.
🎞️ O FALSO SEQUESTRO | Netflix
A comédia saudita traz Mohamad Aldokhei (“O Entregador da Noite”) no papel de Sattam, um empreendedor falido e endividado que, em um ato de desespero financeiro, elabora um plano absurdo: forjar o sequestro do próprio pai para extorquir dinheiro da família. O que deveria ser um golpe rápido e sem vítimas reais se transforma em uma bola de neve de erros quando Sattam envolve seus amigos incompetentes e atrai a atenção de um agiota perigoso que começa a investigar o suposto crime por conta própria.
A narrativa utiliza o humor satírico característico da nova onda do cinema saudita para criticar a pressão social por status e o desespero gerado por dívidas ocultas. O elenco de apoio inclui Yazid Almajyul (“Perdida no Deserto”) e Abdel Azziz Al Skireen (“One Last Sin”) como os cúmplices atrapalhados, além da participação especial da lenda do futebol Saeed Al-Owairan, marcando sua estreia como ator. A direção aposta em diálogos rápidos e situações constrangedoras que escalam rapidamente para o caos, expondo a fragilidade das mentiras de Sattam enquanto ele tenta manter a farsa diante da polícia e de parentes desconfiados.
📺 JASMINE | HBO Max
A série turca acompanha Yasemin (Reyhan Asena Keskinci, “A Árvore dos Frutos Selvagens”), uma jovem que leva uma vida dupla cercada de contradições. Durante o dia, ela circula em ambientes luxuosos e atende uma clientela rica, mantendo as aparências de uma existência glamorosa. Por trás da fachada, Yasemin esconde um segredo desesperador: ela sofre de uma condição cardíaca grave que exige um transplante de coração urgente, e cada centavo que ganha é guardado secretamente para custear o procedimento que pode salvar sua vida.
A trama se aprofunda nas relações emocionais da protagonista, especialmente com seu meio-irmão Tufan (Burak Can Aras, “A Força do Amor”), único apoio verdadeiro em sua jornada e que nutre sentimentos complexos por ela. A narrativa explora os dilemas morais de Yasemin, que precisa equilibrar a necessidade de sobrevivência financeira com as consequências éticas de suas escolhas profissionais e estilo de vida insustentável.
Produzida pela TN Yapim com filmagens em Istambul, a série marca mais uma aposta da HBO Max em dramas turcos contemporâneos que mesclam romance, suspense e crítica social. A produção segue o formato tradicional das dizis turcas, com episódios extensos que priorizam o desenvolvimento emocional dos personagens e reviravoltas constantes.
SEXTA
🎞️ VIVO OU MORTO: UM MISTÉRIO KNIVES OUT | Netflix
Escrito e dirigido por Rian Johnson (“Star Wars: Os Últimos Jedi”), o terceiro capítulo da franquia de mistério traz de volta o detetive Benoit Blanc, interpretado por Daniel Craig, em sua investigação mais sombria até o momento. A trama acompanha um assassinato súbito e inexplicável que vira uma cidade de cabeça para baixo, forçando a chefe de polícia local (Mila Kunis, de “Cisne Negro”) a unir forças com o famoso investigador para encontrar o culpado. O crime central envolve a morte de um padre (Josh Brolin, de “Duna”) dentro de sua própria igreja, diante de fiéis, desencadeando um quebra-cabeça que desafia a lógica e aponta para uma conspiração complexa.
O elenco estelar reúne novos suspeitos em torno do mistério, incluindo Josh O’Connor (“Rivais”), Glenn Close (“A Esposa”), Jeremy Renner (“Gavião Arqueiro”), Kerry Washington (“Django Livre”), Andrew Scott (“Ripley”), Cailee Spaeny (“Alien: Romulus”), Daryl McCormack (“Boa Sorte, Leo Grande”) e Thomas Haden Church (“Homem-Aranha 3”). Diferente dos antecessores, a produção explora uma atmosfera mais gótica e tensa, mantendo o estilo característico de “whodunit” que consagrou a série, mas elevando os riscos pessoais para Blanc.
Ao renovar a fórmula com elementos religiosos e macabros, Johnson mantém o frescor da narrativa. Após première mundial no Festival de Toronto, conseguiu 92% de aprovação inicial da crítica no Rotten Tomatoes.
🎞️ F1 | Apple TV
A superprodução sobre as pistas da Fórmula 1 funde a adrenalina das corridas de automobilismo com o drama clássico de redenção esportiva. O projeto chamou atenção já em suas filmagens, que ocorreram em colaboração inédita com a própria organização da Fórmula 1 e com produção do heptacampeão Lewis Hamilton: cenas foram gravadas durante Grandes Prêmios reais, colocando o astro Brad Pitt ao volante em meio a carros de corrida de verdade, numa busca por autenticidade similar à vista em “Top Gun: Maverick”. Não por acaso, a direção está a cargo de Joseph Kosinski, cineasta acostumado a desafios técnicos e cenas de alto impacto – além da aclamada continuação de “Top Gun”, ele realizou “Tron: O Legado”.
Brad Pitt (“Era uma Vez em… Hollywood”) vive Sonny Hayes, um ex-piloto que nos anos 1990 despontou como lenda em ascensão até sofrer um acidente quase fatal. Trinta anos depois, há tempos longe dos Grandes Prêmios, Sonny leva uma vida nômade e discreta, correndo esporadicamente em categorias menores. É quando surge a oportunidade de um retorno improvável: seu antigo companheiro de equipe, Ruben (Javier Bardem, de “A Pequena Sereia”), o procura com um convite. Dono de uma equipe de Fórmula 1 à beira da falência, Ruben acredita que só um piloto experiente e audaz como Sonny pode salvar a temporada e atrair investidores. A proposta inclui também virar mentor do jovem talento da equipe, Joshua Pearce (Damson Idris, da série “Snowfall”), um novato veloz e impetuoso em busca de afirmação. Relutante a princípio, carregando traumas do passado e cético quanto às próprias habilidades, Sonny aceita o desafio como sua última chance de redenção nas pistas.
Com essa premissa, a narrativa passa para o circuito mundial da Fórmula 1, onde veterano e novato precisam aprender a trabalhar juntos em meio à pressão de corridas disputadíssimas, conflitos de ego e o fantasma constante do perigo de vida a cada curva. O elenco ainda inclui Kerry Condon (indicada ao Oscar por “Os Banshees de Inisherin”) como a engenheira-chefe da escuderia, responsável por gerenciar os egos dos pilotos, e participações especiais de figuras do mundo real da Fórmula 1.
Ao registrar as corridas, a direção de Kosinski faz mais que transmitir realismo, transporta os espectadores para o cockpit, evocando tensão, velocidade e vertigem como no filme de caças estrelado por Tom Cruise. Por sinal, o diretor de fotografia é o mesmo: Claudio Miranda. O design sonoro também merece destaque: o filme captou áudio real dos motores híbridos da F1 para compor a trilha, mesclando-o com a música empolgante do compositor Lorne Balfe (outro colaborador de Kosinski em “Top Gun”).
Há ecos de filmes clássicos de corrida como “Grand Prix” (1966) e “Dias de Trovão” (1990), porém com um olhar contemporâneo sobre diversidade (a presença de um piloto negro em destaque, inspirado pela realidade de Lewis Hamilton) e sobre a pressão midiática nas estrelas do esporte. Comercialmente, “F1” estourou nas bilheterias com US$ 600 milhões de arrecadação mundial. O valor representa o maior sucesso da carreira de Brad Pitt e dos filmes de corrida, trazendo o gênero de volta às telonas em grande estilo – algo não tentado em décadas.
🎞️ THE MASTERMIND | Mubi
Kelly Reichardt, conhecida por “First Cow”, “Wendy e Lucy” e “Certas Mulheres”, aplica seu estilo minimalista característico ao true crime, assinando um filme de assalto inspirado no roubo de 1972 ao Worcester Art Museum em Massachusetts. A trama acompanha James Blaine Mooney, um homem da classe média dos anos 1970 que, do nada, passa a planejar o roubo de quatro pinturas valiosas de Arthur Dove em um museu local pouco vigiado. Mooney, que nunca havia cometido crime antes, vive uma crise pessoal e familiar, sentindo-se fracassado apesar do ambiente de privilégios em que foi criado. O filme mostra seu isolamento emocional, dificuldades de relacionamento com a esposa e a tensão com amigos e familiares durante a crise.
A cineasta mistura elementos de thriller com drama psicológico, conduzindo o espectador por uma narrativa pausada, que passa longe do típico filme de assalto com ação e reviravoltas. Em vez disso, a obra assume caráter introspectivo e existencial sobre o colapso de um homem comum enfrentando suas próprias limitações e contradições. Com Josh O’Connor (“Rivais”) no papel de Mooney e a cantora Alana Haim (“Licorice Pizza”) como sua esposa, o longa teve sua estreia mundial na competição principal do Festival de Cannes 2025, onde recebeu aplausos por mais de cinco minutos para em seguida conquistar 88% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.
🎞️ MAURICIO DE SOUSA – O FILME | Disney+
A trajetória do criador da “Turma da Mônica” inspira a cinebiografia dirigida por Pedro Vasconcelos (“A Força do Querer”). No centro da história está o jovem Mauricio (Mauro Sousa, filho do quadrinista), que decide deixar tudo para trás e transformar seus sonhos em histórias e personagens. O longa mostra a infância do futuro cartunista, além de sua relação com os pais Nila (Natália Lage) e Antônio (Emilio Orciollo Netto) e o vínculo especial com a avó Dita (Elizabeth Savala). O elenco ainda destaca Thati Lopes como Marilene, primeira esposa de Mauricio.
A narrativa enfatiza como as inspirações para personagens marcantes vieram da convivência familiar e de pessoas próximas: Mônica e Magali têm origem nas filhas do autor, Cebolinha surgiu de um amigo de infância e Cascão foi inspirado em um garoto de Mogi das Cruzes. O tom é otimista e bem-humorado, como os próprios quadrinhos do autor, apesar das dificuldades enfrentadas em uma carreira considerada impossível no Brasil dos anos 1960.
O projeto teve três anos de produção e estreia como parte das comemorações pelos 90 anos do artista, completados em 27 de outubro.
📺 TAYLOR SWIFT: THE ERAS TOUR – THE END OF AN ERA | Disney+
A docussérie de seis episódios apresenta um registro íntimo e inédito dos bastidores da turnê mais lucrativa da história da música, com acesso sem precedentes aos ensaios, ao planejamento logístico e ao dia a dia da artista vencedora de 14 Grammys durante os 21 meses de apresentações ao redor do mundo. A produção acompanha o desenvolvimento conceitual do espetáculo de três horas e meia que percorreu dez álbuns e 152 shows, revelando o processo criativo por trás da coreografia, dos figurinos e da produção técnica que transformou a The Eras Tour em um fenômeno cultural global.
A narrativa vai além do palco, explorando o impacto social e econômico da turnê enquanto Swift reflete sobre o legado deste capítulo da carreira. O documentário intercala imagens de arquivo, filmagens exclusivas dos ensaios e entrevistas com colaboradores próximos, incluindo as cantoras Gracie Abrams e Sabrina Carpenter, os músicos Ed Sheeran e Florence Welch, além de membros da família da artista. A série também documenta o período em que Swift gravou simultaneamente o álbum “The Life of a Showgirl” com Max Martin e Shellback na Suécia, durante a etapa europeia da tour.
A estreia acontece na véspera do aniversário de Taylor Swift com dois episódios iniciais, seguindo lançamento duplo semanal até o encerramento.
🎞️ TAYLOR SWIFT: THE ERAS TOUR – THE FINAL SHOW | Disney+
Dirigido por Glenn Weiss (vencedor do Emmy pelas transmissões do Oscar e Tony Awards), este filme-concerto registra na íntegra a apresentação de encerramento da The Eras Tour, realizada em 8 de dezembro de 2024 no BC Place Stadium, em Vancouver, Canadá. Diferente da versão cinematográfica lançada anteriormente, esta edição inclui pela primeira vez o segmento completo de “The Tortured Poets Department”, álbum lançado durante a turnê e incorporado ao setlist na fase final das apresentações, totalizando mais de três horas de performance ininterrupta.
A filmagem captura o espetáculo em sua magnitude técnica, com múltiplas câmeras registrando as trocas de figurino instantâneas, os efeitos visuais monumentais nos telões LED e os momentos de interação emocional com os fãs. O show percorre cronologicamente a discografia de Swift, desde “Fearless” até o álbum mais recente, funcionando como uma cápsula do tempo que documenta uma evolução musical e performática de quase duas décadas. A direção privilegia tanto planos abertos que mostram a escala da produção quanto closes intimistas nos momentos acústicos.
O registro marca o encerramento definitivo de uma turnê que arrecadou mais de US$ 2 bilhões, reafirmando Taylor Swift como uma das maiores forças da indústria do entretenimento ao vivo. O projeto inclui aviso sobre sequências de luzes intensas que podem afetar pessoas fotossensíveis.
🎞️ DIGA-ME BAIXINHO | Amazon Prime Video
Adaptação do romance best-seller de Mercedes Ron (autora do fenômeno “Minha Culpa”), o drama romântico espanhol centra-se na complexa teia emocional de Kamila Hamilton (Alicia Falcó, de “13 Exorcismos”). Sua vida organizada vira de cabeça para baixo com o retorno repentino dos irmãos Di Bianco, amigos de infância que se tornaram figuras centrais em seu passado traumático e que agora ameaçam desestabilizar seu presente.
A narrativa explora um triângulo amoroso carregado de tensão entre Kami e os dois irmãos de personalidades opostas: Thiago (Fernando Lindez, de “Elite”), o rebelde impulsivo com quem ela compartilhou seu primeiro beijo e memórias intensas, e Taylor (Diego Vidales, de “Nudes”), o protetor sensível que sempre foi seu porto seguro. Enquanto tenta manter sua fachada de garota intocável, Kami é forçada a confrontar segredos antigos e a química inegável que ainda existe com ambos, desencadeando conflitos que testam a lealdade familiar e o amadurecimento emocional do trio.
Com roteiro de Jaime Vaca (“Elite”) e direção de Denis Rovira (“Bem-vindos ao Éden”), o filme marca o início de uma trilogia “Dímelo” (composta também por “Diga-me em Segredo” e “Diga-me com Beijos”), consolidando a parceria da autora com a plataforma de streaming. A produção aposta na estética jovem e nos triângulos intensos característicos do gênero Young Adult, prometendo cenas apaixonadas e reviravoltas emocionais que capturam os dilemas da transição para a vida adulta, como o sucesso recente da Prime Video “O Verão que Mudou Minha Vida”, também baseado numa trilogia literária e igualmente envolvendo uma garota e dois irmãos.
📺 CIDADE DE SOMBRAS | Netflix
A minissérie policial espanhola transporta o espectador para uma Barcelona sombria e moralmente complexa. A narrativa se inicia com uma imagem grotesca e simbólica: o corpo carbonizado de Eduardo Pintó, um influente CEO da construção civil, é encontrado pendurado na fachada da Casa Milà, edifício icônico de Antoni Gaudí. Esse assassinato de alto impacto força o retorno à ativa do inspetor Milo Malart (Isak Férriz, de “Feria: Segredos Obscuros”), um policial recentemente suspenso por insubordinação, que se une à inspetora adjunta Rebeca Garrido (Verónica Echegui, de “Intimidade”) para desvendar o crime.
A investigação de seis episódios mergulha nas entranhas da elite catalã, expondo uma rede de corrupção imobiliária e segredos corporativos que conectam a vítima a diversos círculos de poder. Enquanto a dupla de detetives enfrenta pressões institucionais e obstáculos burocráticos dentro da própria polícia, o roteiro explora também as cicatrizes psicológicas de Malart, cujos traumas passados ressoam com a brutalidade do caso atual. O elenco de apoio, que inclui Ana Wagener (“O Inocente”) e Manolo Solo (“O Bom Patrão”), enriquece a trama com personagens ambíguos que desafiam a ética dos protagonistas.
A direção de Jorge Torregrossa (“Fariña”), que adapta o romance “El Asesino de La Pedrera” de Aro Sáinz de la Maza, utiliza a arquitetura gótica e modernista de Barcelona não apenas como cenário, mas como elemento atmosférico que reflete a tensão da história, além de mergulhar numa abordagem metódica da investigação criminal criando um drama procedimental denso.
📺 SOULMATES | Netflix
Produção de ficção científica antológica criada por Will Bridges (roteirista de “Black Mirror”) e Brett Goldstein (ator e roteirista de “Ted Lasso”), a minissérie se passa em um futuro próximo em que um exame desenvolvido pela empresa Soul Connex é capaz de identificar com precisão científica a alma gêmea de cada pessoa. Cada episódio parte desse avanço tecnológico para questionar relações já estabelecidas, crenças sobre amor romântico e a pressão social em torno da ideia de parceiro ideal.
Com seis capítulos independentes, a produção acompanha histórias que vão de casais que reconsideram o casamento após a descoberta da existência de um par “perfeito” a indivíduos que têm a vida virada ao descobrir que sua combinação está morta ou vive em outro país. A narrativa combina elementos de drama e especulação científica ao mostrar como o teste repercute em diferentes contextos de classe, cultura e idade, sempre mantendo o dispositivo da Soul Connex como eixo em comum.
O elenco reúne nomes como Sarah Snook, de “Succession”, Charlie Heaton, de “Stranger Things”, e Bill Skarsgård, de “It”, que lideram episódios distintos com personagens em conflito entre desejo pessoal, responsabilidade e expectativas sociais. A temporada única produzida em 2020 pelo canal pago americano AMC recebeu avaliação global positiva em agregadores de crítica, que destacaram as atuações e as perguntas éticas levantadas em torno da tecnologia aplicada ao afeto, mesmo apontando limitações no aprofundamento de algumas tramas.
📺 PAI SOLO | Netflix
Protagonizada pelo ator Kunal Khemu (“Vagando Por Aí”), a comédia indiana explora os desafios inesperados da paternidade. A trama acompanha Adi, um solteiro convicto, imaturo e festeiro, cuja vida vira de cabeça para baixo quando um bebê é deixado anonimamente à sua porta com um bilhete que o aponta como pai. A partir daí, Adi é forçado a abandonar seu estilo de vida despreocupado para aprender na marra a cuidar de uma criança, enfrentando desde a troca de fraldas e noites sem dormir até o julgamento de sua família e amigos.
A produção de oito episódios se desenvolve em torno da transformação de Adi, que gradualmente descobre um novo propósito e uma capacidade de amar que desconhecia. O roteiro equilibra humor e emoção, utilizando situações cômicas clássicas da paternidade de primeira viagem para explorar temas mais profundos, como responsabilidade, sacrifício e a construção de laços afetivos.
A premissa lembra o sucesso mexicano “Não Aceitamos Devoluções”, de Eugenio Derbez, que até ganhou versão brasileira com Leandro Hassum (“Não Se Aceitam Devoluções”), mas a série foca especificamente nas dinâmicas culturais indianas de “adulting” — o processo tardio de amadurecimento de um homem que ainda depende dos pais para tudo. A narrativa se distingue por ser uma comédia sobre a escolha ativa da paternidade solo e o caos de criar um filho dentro de uma estrutura familiar hindu barulhenta e intrometida, afastando-se do arco melodramático do filme latino.
🎞️ VIVA! A BABÁ MORREU | Paramount+
O remake da comédia cult de 1991 atualiza a premissa clássica para uma nova geração, substituindo o elenco original por um grupo predominantemente negro. A história segue Tanya Crandell (Simone Joy Jones, de “Bel-Air”), uma adolescente de 17 anos cujos planos de verão são arruinados quando sua mãe divorciada Joan (Patricia “Ms. Pat” Williams, “The Ms. Pat Show”) decide viajar para um retiro de última hora na Austrália. Para garantir que os cinco filhos fiquem sob supervisão, ela contrata a Sra. Sturak (June Squibb, de “Nebraska”), uma babá idosa de aparência rigorosa que morre inesperadamente logo após a mãe partir, deixando os irmãos completamente sozinhos e sem dinheiro.
Desesperada para manter as aparências e evitar que a assistência social divida a família, Tanya forja um currículo exagerado e consegue um emprego como assistente executiva na empresa de moda GAW, liderada pela exigente Rose Lindsey (Nicole Richie, “Great News”). Fingindo ser uma adulta experiente, ela precisa equilibrar a vida corporativa com as responsabilidades domésticas de cuidar dos quatro irmãos mais novos, enquanto esconde a verdade sobre a morte da babá e a ausência da mãe. A trama se complica quando Tanya desenvolve sentimentos por seu colega de trabalho Bryan (Miles Fowler, “Um Espião Infiltrado”) e precisa lidar com as mentiras que se acumulam.
Dirigido por Wade Allain-Marcus (“Grown-ish”), o filme atualiza a história clássica de amadurecimento com referências contemporâneas à cultura urbana, mas sem elementos suficientemente inovadores para justificar o remake.
🎞️ UMA VIDA DE ESPERANÇA | Prime Video
Baseado em fatos reais ocorridos no Kentucky em 1994, o drama inspirador narra a improvável amizade entre Sharon Stevens (Hilary Swank, de “Menina de Ouro”), uma cabeleireira alcoólatra em busca de redenção, e Ed Schmitt (Alan Ritchson, de “Reacher”), um viúvo estóico que luta para salvar a filha caçula de uma doença hepática fatal. A trama se desenrola quando Sharon, movida por uma notícia de jornal, decide adotar a causa da família Schmitt, usando sua personalidade avassaladora para mobilizar a comunidade local e arrecadar fundos para as despesas médicas impagáveis.
O filme evita o melodrama fácil ao focar nas falhas humanas de seus protagonistas: Sharon não é uma “salvadora” perfeita, mas uma mulher quebrada que encontra propósito na dor do outro, enquanto Ed é um homem orgulhoso que precisa aprender a aceitar ajuda. O clímax da história recria a famosa “Operação Tempestade de Neve”, quando centenas de voluntários trabalharam durante uma nevasca histórica para limpar um caminho até o aeroporto, permitindo que a pequena Michelle recebesse um transplante de fígado vital. A direção de Jon Gunn equilibra a mensagem de fé e solidariedade com atuações sólidas, especialmente de Ritchson, que demonstra uma vulnerabilidade rara em sua carreira.
Embora utilize clichês conhecidos do gênero “baseado em fé”, a produção foi elogiada por resgatar o espírito de filmes clássicos de superação comunitária, funcionando como um lembrete do poder da ação coletiva.
🎞️ AS TRAPACEIRAS | Netflix
A comédia de 2019, estrelada por Anne Hathaway (“Oito Mulheres e um Segredo”) e Rebel Wilson (“A Escolha Perfeita”), é uma versão feminina da comédia “Os Safados”, de 1988, que reunia Steve Martin e Michael Caine como dois trambiqueiros na Riviera Francesa. Enquanto o inglês Caine era sofisticado e seduzia milionárias de classe para seus golpes, o americano Martin era um vigarista folgado e sem sofisticação, que usava a lábia para se dar bem. No remake feminino, Hathaway ensina Wilson a se tornar mais refinada, após um encontro casual. E vão competir para roubar a fortuna de um ingênuo milionário do Vale do Silício.
“As Trapaceiras” tem direção do galês Chris Addison, que faz sua estreia como diretor de cinema após comandar episódios da série “Veep”, atuar em “Doctor Who” e criar a série britânica “Trying Again”. O roteiro é de Jac Schaeffer (“Viúva Negra”, “WandaVision”).
📺 CINDERELA E O SEGREDO DO POBRE MILIONÁRIO | Globoplay
Segunda novela vertical original do Globoplay, a produção é composta de 50 capítulos de até dois minutos cada e dobra a aposta da plataforma no formato de microdrama voltado para consumo mobile, apesar das críticas negativas a “Tudo por uma Segunda Chance”, protagonizada por Jade Picon. Com roteiro de Ricardo Hofstetter (“Malhação”) e direção vertical que redimensiona a linguagem tradicional das novelas, a trama acompanha Cindy (Maya Aniceto), uma cantora talentosa e mãe solo que luta para firmar carreira na música sertaneja enquanto enfrenta dificuldades financeiras e tenta dar uma vida melhor para o filho. Sua rotina vira de cabeça para baixo quando ela cruza o caminho de Davi (o cantor Gustavo Mioto), um empresário bem-sucedido do agronegócio que esconde um passado humilde e guarda um segredo que pode transformar ambas as vidas.
A narrativa mistura o clássico conto de fadas com a contemporaneidade do universo sertanejo, trazendo músicas inéditas de Gustavo Mioto compostas especialmente para a trama, além de clássicos do gênero que pontuam momentos-chave da história. O elenco conta ainda com Caio Paduan como um rival romântico, Suzy Rêgo e Camilla Camargo como figuras maternas que representam polos opostos sociais, além de Ludmillah Anjos, Yana Sardenberg, Lorenzo Gaspar e Alex Sorlino em papéis de apoio que exploram os conflitos de classe e os obstáculos no caminho do amor entre os protagonistas.
Produzida pela Formata em parceria com o Globoplay, a novelinha integra a nova estratégia da emissora de investir em formatos curtos para redes sociais e plataformas de streaming. Os sete primeiros episódios estarão disponíveis gratuitamente para usuários logados tanto no aplicativo quanto nas redes sociais do Globoplay, enquanto os demais 43 capítulos serão exclusivos para assinantes, acessíveis apenas via celular.
SÁBADO
🎞️ A HORA DA ESTRELA | Netflix
Adaptação do último romance de Clarice Lispector, esta obra-prima de 1985 dirigida por Suzana Amaral é um marco do cinema nacional, agora restaurada em 4K. A narrativa acompanha a trajetória silenciosa e pungente de Macabéa (Marcélia Cartaxo), uma jovem órfã alagoana que migra para São Paulo. Datilógrafa, ingênua e invisível socialmente, ela vive em um quarto alugado, come cachorro-quente e toma Coca-Cola como se fossem luxos, e ouve na Rádio Relógio curiosidades inúteis que tenta, sem sucesso, compartilhar com o mundo indiferente ao seu redor.
O filme disseca a solidão urbana através das relações desajeitadas da protagonista, especialmente seu namoro com o metalúrgico Olímpico de Jesus (José Dumont), um homem rude e aspirante a político que a despreza intelectual e fisicamente. A trama ganha contornos de tragédia anunciada quando Macabéa consulta a cartomante Madame Carlota (Fernanda Montenegro), que lhe prevê um futuro grandioso com um estrangeiro rico, culminando em um desfecho ironicamente fatal que sela seu destino de “estrela” por um único e derradeiro instante.
Aclamado mundialmente, o longa rendeu a Marcélia Cartaxo o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim, um feito histórico para o Brasil. A performance de Cartaxo é frequentemente citada como uma das mais comoventes da história do cinema brasileiro, encarnando com precisão a pureza e a miséria existencial da personagem. Também se destaca a direção segura de Amaral, que traduz a prosa introspectiva de Lispector em imagens cruas e desprovidas de sentimentalismo barato, criando um retrato social atemporal sobre a alienação e a marginalidade nas grandes cidades.
🎞️ BACURAU | Netflix
Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2019, este faroeste futurista dirigido por Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles reimagina o sertão nordestino como palco de uma resistência violenta e surreal. A trama se passa “daqui a alguns anos”, quando os habitantes do pequeno povoado de Bacurau descobrem que sua cidade literalmente desapareceu dos mapas digitais e de GPS. Logo após o enterro da matriarca Carmelita (Lia de Itamaracá), estranhos fenômenos começam a ocorrer: o sinal de celular é cortado, drones em formato de disco voador vigiam a região e um grupo de turistas estrangeiros fortemente armados chega com a intenção de caçar os moradores por esporte.
O filme subverte as expectativas do gênero ao apresentar a comunidade não como vítimas indefesas, mas como um coletivo organizado e historicamente resiliente. Teresa (Bárbara Colen), Acácio (Thomas Aquino) e o fora-da-lei Lunga (Silvero Pereira, em papel consagrador) lideram a defesa da cidade, utilizando táticas de guerrilha e o conhecimento do terreno contra os invasores liderados pelo sádico Michael (Udo Kier). A participação de Sônia Braga como a médica Domingas adiciona peso dramático, representando a fúria e a lucidez de quem não tem mais nada a perder.
Aclamado internacionalmente e abraçado como símbolo político no Brasil, “Bacurau” mistura elementos de terror, ficção científica e crítica social para discutir colonialismo moderno e a identidade nacional. A narrativa constrói uma tensão crescente que culmina em um terceiro ato catártico, onde a violência gráfica serve como resposta direta ao apagamento cultural e físico imposto por forças externas. A obra se diferencia por incorporar elementos do Eurotrash e pela trilha sonora que mescla música eletrônica com canções populares, criando uma atmosfera que é ao mesmo tempo estranha e profundamente familiar.
A chegada à Netflix acontece logo após a morte de Udo Kier e em meio à consagração de “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho, também premiado em Cannes (Melhor Direção e Ator) e um dos destaques da temporada de premiação do fim de ano nos Estados Unidos.
* Os lançamentos em VoD (Video on Demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Google TV, Claro TV+, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.