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“Five Nights at Freddy’s 2” e “Foi Apenas um Acidente” chegam ao cinema
Continuação do terror de sucesso e principal rival de "O Agente Secreto" no Oscar 2026 chegam acompanhados de "Detetives do Prédio Azul 4" e vários lançamentos limitados
Os lançamentos de “Five Nights at Freddy’s 2”, sequência do terror de sucesso de 2023, e “Detetives do Prédio Azul 4”, quarto filme da franquia infantil nacional, têm o maior apelo popular desta quinta (27/11) com distribuição ampla nos multiplexes. Entretanto, os títulos que merecem mais atenção pertencem ao circuito limitado, incluindo “Foi Apenas um Acidente”, principal rival de “O Agente Secreto” na disputa do Oscar 2026 de Melhor Filme Internacional.
Confira todas as estreias.
🎞️ FIVE NIGHTS AT FREDDY’S 2
O primeiro filme baseado na franquia de jogos eletrônicos arrecadou quase US$ 300 milhões em 2023, tornando-se a maior bilheteria da história da Blumhouse e, inevitavelmente, gerou essa sequência, novamente dirigida por Emma Tammi (“Terra Assombrada”). Um ano se passou desde o pesadelo na pizzaria Freddy Fazbear’s. As histórias sobre o que aconteceu ali foram distorcidas e viraram uma lenda local exagerada, inspirando o primeiro Fazfest da cidade. O ex-segurança Mike (Josh Hutcherson) e a policial Vanessa (Elizabeth Lail) esconderam a verdade da irmã de 11 anos de Mike, Abby (Piper Rubio). Mas a garota curiosa escapa de casa para se reencontrar com seus amigos mecânicos Freddy, Bonnie, Chica e Foxy, desencadeando uma nova série de eventos aterrorizantes, que revela segredos sombrios sobre a origem da pizzaria.
O elenco também inclui Matthew Lillard reprisando o papel de William Afton, além das adições de McKenna Grace (“Ghostbusters: Mais Além”), Freddy Carter (“Sombra e Ossos”), Skeet Ulrich (“Pânico”) e Wayne Knight (“Seinfeld”). O roteiro é novamente de Scott Cawthon, criador dos jogos.
🎞️ FOI APENAS UM ACIDENTE
Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2025, o thriller escrito e dirigido por Jafar Panahi é o candidato da França ao Oscar 2026 e tornou o cineasta iraniano uma das poucas pessoas na história a conquistar os maiores prêmios dos três grandes eventos de cinema da Europa, após ter ganhado o Urso de Ouro de Berlim com “Táxi Teerã” (2015) e o Leão de Ouro de Veneza com “O Círculo” (2000).
Na trama, Eghbal (Ebrahim Azizi) viaja de carro com a esposa grávida quando atropela e mata um cachorro. O acidente danifica gravemente o motor, fazendo-o parar em uma garagem nas proximidades. O proprietário, Vahid (Vahid Mobasseri), reconhece em Eghbal o homem que acredita ter sido seu torturador na prisão, identificando-o pelo som característico de sua perna protética. Determinado a se vingar, Vahid sequestra o homem e reúne um grupo de outras vítimas para confirmar sua identidade, cada um com cicatrizes físicas e emocionais deixadas pelo mesmo torturador. O grupo debate o destino de Eghbal – matar ou não matar? –, enquanto evidências ambíguas lançam dúvidas sobre a real identidade do sequestrado, aumentando a tensão moral da situação.
Com diálogos afiados e atuações cruas do elenco não profissional, o filme expõe o ciclo vicioso da violência sob regimes opressores e resulta numa experiência cinematográfica poderosa. Entretanto, não é uma premissa totalmente original, sendo já lugar-comum em produções latino-americanas – do chileno “Amnesia” (1994), de Gonzalo Justiniano, ao brasileiro “Ação Entre Amigos” (1998), de Beto Brant, sem esquecer a adaptação de “A Morte e a Donzela” (1994) por Roman Polanski.
O longa foi rodado clandestinamente, sem autorização do Estado iraniano, e após sua consagração internacional, Panahi foi condenado – pela terceira vez – à prisão por fazer “propaganda” contra o regime na forma de filmes. A sentença apenas reforçou seu favoritismo ao Oscar, já que ele segue livre, ao se mudar para Paris após seu segundo aprisionamento.
🎞️ DETETIVES DO PRÉDIO AZUL 4 – O FANTÁSTICO REINO DE ONDION
No quarto longa-metragem da franquia infantil do canal Gloob, Max (Samuel Minervino) desaparece misteriosamente e seus amigos Mel (Emilly Puppim) e Zeca (Stéfano Agostini) atravessam o portal do apartamento 333 do Prédio Azul para encontrá-lo. A dupla chega ao reino de Ondion, um mundo colorido e lúdico habitado por duendes, flores falantes, frutas malabaristas e barracas que vendem biscoitos flutuantes.
A jornada dos detetives os coloca contra os vilões Juks (Enzo Campeão, “A Magia de Aruna”) e o bruxo Rumorum (Gabriel Braga Nunes, “Verdades Secretas”), que planejam dominar Ondion. A dupla do mal busca roubar o Cetro Onírion, um artefato com o poder de realizar qualquer desejo. Para salvar o amigo e todo o reino, Mel e Zeca precisarão da ajuda de velhos conhecidos como Leocádia (Claudia Netto), Berenice (Nicole Orsini), Berta (Suely Franco) e Brisa (Cléo Faria). A direção é de Mauro Lima (“Tim Maia”), que retorna após comandar o terceiro longa da franquia.
🎞️ CYCLONE
Dirigido por Flávia Castro (“Deslembro”), “Cyclone” é um drama brasileiro ambientado em São Paulo, 1919, que segue Dayse Castro (Luíza Mariani, “Todas as Canções de Amor”), uma jovem operária e dramaturga que conquista uma cobiçada bolsa para estudar teatro em Paris. Ela colabora secretamente no Theatro Municipal com o autor e diretor Heitor Gamba (Eduardo Moscovis, “Bom Dia, Verônica”), com quem mantém um romance escondido. Mas uma gravidez indesejada coloca seus planos parisienses em risco. Com uma equipe majoritariamente feminina, o longa imprime uma direção de arte caprichosa que reconstrói o centro paulistano dos anos 20, ao mesmo tempo que enfatiza temas atemporais.
A história é livremente inspirada na trajetória real de Maria de Lourdes Castro Pontes, conhecida como Miss Cyclone, única mulher a integrar o diário coletivo “O Perfeito Cozinheiro das Almas Deste Mundo”, organizado por Oswald de Andrade, e retrata os desejos e limites impostos às mulheres que ousaram criar em meio ao conservadorismo do início do século 20. No filme, Dayse incorpora elementos da personagem histórica enquanto enfrenta o machismo estruturado da época. A narrativa explora sua determinação em montar uma peça própria e as pequenas insurgências no cotidiano – incluindo fumar escondido, cortar o cabelo curto e frequentar círculos literários boêmios – para afirmar sua rebeldia artística.
🎞️ ETERNIDADE
A comédia indie escrita e dirigida por David Freyne (“Meus Encontros com Amber”) explora questões sobre amor, arrependimento e escolhas impossíveis em um cenário de fantasia. Numa vida após a morte onde as almas têm uma semana para decidir onde passar a eternidade, Joan (Elizabeth Olsen, “WandaVision”) enfrenta uma escolha impossível. De um lado está Larry (Miles Teller, “Top Gun: Maverick”), o homem com quem passou a vida e construiu uma família. Do outro, Luke (Callum Turner, “Rivais”), seu primeiro amor e marido que morreu jovem na guerra e esperou décadas por sua chegada no limbo.
Nesse processo, “Eternidade” transita entre a comédia romântica agridoce e o drama existencial, enquanto Joan revive memórias de cada relacionamento e pondera sobre arrependimentos, segundas chances e o verdadeiro significado do amor eterno. O elenco de apoio reforça o tom leve: Da’Vine Joy Randolph (“Os Rejeitados”) e John Early (“Search Party”) como os excêntricos consultores do pós-vida, responsáveis por guiar as almas em suas decisões.
🎞️ TWINLESS – UM GÊMEO A MENOS
James Sweeney (“Almas Gêmeas”) escreve, dirige e estrela a comédia dramática, que venceu o Prêmio do Público no Festival de Sundance 2025. Após a morte do irmão gêmeo Rocky, Roman (Dylan O’Brien, “Maze Runner”) sucumbe à depressão e se inscreve em um grupo de apoio para pessoas que perderam seus irmãos gêmeos. Lá, ele conhece Dennis (James Sweeney), um jovem culto e irônico. Uma amizade intensa e improvável se desenvolve entre os dois, que buscam consolo e identidade sem suas outras metades. Quando Roman conhece Marcie (Aisling Franciosi, “Não Fale o Mal”), colega de trabalho de Dennis, segredos surgem e tudo se complica.
A narrativa desafia expectativas ao mesclar temas psicológicos sombrios com momentos de humor ácido. Estruturado de forma não linear, o filme vai gradualmente desemaranhando a verdade por trás do trauma de cada protagonista – em flashbacks, vemos o comportamento instável de Dennis e as circunstâncias que levaram à tragédia de Roman, pintando um retrato de culpa e negação. Conforme a amizade entre eles se aprofunda, Dennis torna-se cada vez mais possessivo e começa a assumir o lugar do irmão perdido de Roman, numa escalada de tensão que flerta tanto com o thriller psicológico quanto com a sátira de costumes – há pinceladas à cultura de terapia em grupo.
A atriz Lauren Graham (“Gilmore Girls”) integra o elenco como a terapeuta do grupo de apoio, acrescentando outro rosto familiar à produção.
🎞️ REEDLAND – UM CRIME OBSCURO
Representante da Holanda na categoria de Filme Internacional do Oscar 2025, o drama exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes acompanha Johan (Gerrit Knobbe, cortador de juncos na vida real em sua estreia como ator), que descobre o corpo sem vida de uma jovem brutalmente assassinada em suas terras. Inquieto com a presença do mal tão perto de casa e temendo pela segurança da neta de 11 anos, Johan decide conduzir sua própria busca pelo culpado, apesar das advertências das autoridades. Munido de sua percepção aguçada do terreno pantanoso, o protagonista passa a vagar pelas trilhas enevoadas do brejo em horários incomuns, observando vizinhos e estranhos com desconfiança.
“Redland” se refere a uma região de brejos no norte da Holanda, onde o diretor estreante Sven Bresser cresceu. Com fotografia primorosa das paisagens planas e enevoadas, ele compõe um visual de grande beleza e inquietação, quase onírico em certos momentos, evocando comparações a contos folclóricos macabros. Sem se contentar em ser um simples “whodunit”, o longa investiga a psique de um homem diante da violência inexplicável, explorando temas como o peso do tempo, a resistência às mudanças (a tradicional colheita de juncos de Johan ameaçada pela modernidade globalizada) e a presença latente do mal mesmo nos rincões mais pacatos. Essa combinação rendeu ao filme elogios unânimes da crítica internacional.
🎞️ SOLDADO DE CHUMBO
O thriller de ação dirigido por Brad Furman (“O Poder e a Lei”) traz Scott Eastwood (“Velozes & Furiosos 8”) como Nash Cavanaugh, um ex-agente das forças especiais recrutado pelo governo para uma missão que o obriga a enfrentar seu passado. Ao lado do veterano agente Emmanuel Ashburn (Robert De Niro, “Assassinos da Lua das Flores”), Nash retorna à fortaleza de um culto extremista do qual já foi integrante. O grupo é comandado por Bokushi (Jamie Foxx, “De Volta à Ação”), líder carismático que oferece um programa para veteranos de guerra em busca de propósito, mas esconde uma influência destrutiva.
O elenco conta ainda com John Leguizamo (“Noite Infeliz”), Nora Arnezeder (“Army of the Dead: Invasão em Las Vegas”) e a cantora Rita Ora (“Descendentes: A Ascensão de Copas”), mas apesar do elenco repleto de famosos, a produção não é mais que um filme B de baixa qualidade artística, com apenas 8% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.
🎞️ 3 ATOS DE MOISÉS
O documentário conta a trajetória do pianista Moisés Mattos, natural de Juiz de Fora, Minas Gerais. O primeiro longa dirigido por Eduardo Boccaletti, premiado em festivais por curtas-metragens como “Bijupirá”, é estruturado em três atos que retratam fases marcantes da vida do músico.
O primeiro ato mostra a infância em Juiz de Fora, onde Moisés, sem acesso a um piano, praticava em teclas desenhadas em uma mesa de madeira do avô. Autodidata até os 14 anos, enfrentou a pobreza, o racismo e a homofobia. O segundo ato acompanha sua trajetória na Alemanha, onde aprendeu o idioma por conta própria e se formou na Universidade de Bremen, iniciando carreira como solista. O terceiro mostra o retorno triunfante à cidade natal para um recital no Cine-Theatro Central, com os pais na plateia.
Após mais de 15 anos no exterior, Moisés se tornou um dos principais nomes em ascensão no cenário europeu da música clássica.