
Instagram/Jakapong Anne Jakrajutatip
Dona do Miss Universo é condenada a dois anos de prisão por fraude
Jakkaphong "Anne" Jakrajutatip, fundadora do grupo que controla o concurso, não compareceu ao tribunal e está foragida, enquanto seu sócio também é investigado no México
Escândalo no mundo da beleza
A empresária tailandesa Jakkaphong “Anne” Jakrajutatip, co-proprietária da organização Miss Universo, foi condenada a dois anos de prisão por fraude, sem direito a suspensão da pena. A sentença foi proferida pelo Tribunal de Bangkok na última sexta-feira (26/12), após ela ser considerada culpada de fraudar um investimento corporativo de aproximadamente US$ 951 mil (cerca de R$ 5,5 milhões).
Entenda a condenação
Segundo reportagem do jornal Bangkok Post, Jakrajutatip e sua empresa, JKN Global Group, enganaram investidores entre julho e agosto de 2023. A acusação, movida por um cirurgião plástico, aponta que os réus apresentaram informações falsas e ocultaram a real situação financeira da companhia para captar recursos via títulos corporativos, sabendo que não teriam condições de honrar os pagamentos.
A empresária, que já havia sido indiciada e liberada sob fiança, não compareceu ao tribunal para a leitura da sentença e permanece foragida. Relatos da imprensa local sugerem que ela teria fugido para o México no final de novembro, coincidindo com a coroação da Miss México, Fátima Bosch, como Miss Universo 2025 em Bangkok.
Quem é Anne Jakrajutatip?
Anne fez história em 2022 ao se tornar a primeira mulher a ser dona da organização Miss Universo em mais de 70 anos de existência do concurso. Mulher transexual e uma das pessoas trans mais ricas do mundo, ela comprou a marca com o discurso de transformá-la em uma plataforma de empoderamento feminino e inclusão. Sua trajetória pessoal, marcada pela transição de gênero na vida adulta após construir um império de mídia na Tailândia, a tornou um ícone global da comunidade LGBTQIA+.
Crise generalizada na organização
A situação legal da organização é crítica em múltiplas frentes. Além da condenação de Anne, seu sócio e co-proprietário, o mexicano Raúl Rocha, também enfrenta problemas graves com a justiça. No início de dezembro, suas contas bancárias no México foram congeladas em meio a uma investigação federal por suspeita de envolvimento com crime organizado, incluindo roubo de combustível e tráfico de drogas e armas.