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Clemente Nascimento passa por cirurgia cardíaca de emergência
Músico do Inocentes e Plebe Rude sentiu-se mal antes de apresentação em Campo Grande e precisou de intervenção complexa
Pioneiro do punk brasileiro é operado no coração
Clemente Tadeu Nascimento, cantor e guitarrista das bandas Inocentes e Plebe Rude, foi submetido a uma cirurgia cardíaca de emergência na sexta-feira (12/12) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O músico de 62 anos passou mal na noite anterior, pouco antes de uma apresentação que faria com a Plebe Rude na cidade e foi internado na Santa Casa local.
Qual o estado de saúde de Clemente?
Segundo nota divulgada pelas bandas, o procedimento cirúrgico foi complexo. O comunicado informa ainda que o artista precisará de tempo para se recuperar da intervenção.
A trajetória de um ícone do punk
Clemente iniciou sua carreira musical em 1978, na Vila Carolina, zona norte de São Paulo, como baixista da banda punk Restos de Nada. No ano seguinte, ele integrou o grupo N.A.I. (Nós Acorrentados do Inferno), que posteriormente mudou seu nome para Condutores de Cadáver.
Sua trajetória se consolidou ao fundar a banda Inocentes em 1981. O grupo teve participação fundamental no primeiro disco punk do Brasil, a coletânea “Grito Suburbano” de 1982, ao lado de bandas como Cólera e Olho Seco. Eles também viraram personagens do documentário em vídeo “Garotos do Subúrbio” (1982), batizado com o nome de uma de suas músicas e dirigido por ninguém menos que Fernando Meirelles (diretor de “Cidade de Deus”).
Originalmente baixista, Clemente assumiu a guitarra e os vocais do Inocentes em 1984, dois anos antes de o grupo gravar “Pânico em SP”, primeiro disco punk brasileiro lançado por uma multinacional – Warner. Após várias mudanças de formação, Inocentes segue em atividade e lançou um álbum acústico no ano passado.
A fase na Plebe Rude e a biografia
O músico passou a integrar a Plebe Rude em 2004, banda formada em 1981 em Brasília, na mesma cena que revelou grupos como Capital Inicial e Legião Urbana. Desde então, tem se dividido entre apresentações das duas bandas – e de outros projetos paralelos, incluindo Jack & Fancy, formado com a baixista Sandra Coutinho de As Mercenárias, e Clemente & A Fantástica Banda Sem Nome com instrumentistas de outras bandas.
Em 2016, a história de Clemente no movimento punk foi detalhada na biografia “Meninos em Fúria”, que ele escreveu em parceria com o escritor Marcelo Rubens Paiva, autor de “Ainda Estou Aqui”.
