
Instagram/Mídia Ninja/342 Artes
Caetano, Gil e Paulinho da Viola farão novo ato musical contra medidas do Congresso
Evento convocado por Caetano Veloso vai acontecer neste domingo (14) em Copacabana, no Rio de Janeiro
Gigantes da MPB protestam nas areias do Rio
Aos 83 anos, Caetano Veloso convocou uma nova mobilização artística contra decisões recentes do Congresso Nacional e ganhou reforços de peso. Gilberto Gil e Paulinho da Viola confirmaram que estarão ao lado do cantor no “Ato Musical II: O Retorno”, marcado para este domingo (14/12), às 14h, na praia de Copacabana, entre os Postos 4 e 5.
O anúncio do evento, feito pela Mídia Ninja, promete que novos nomes de artistas serão anunciados em breve para aumentar a mobilização.
O que querem os artistas?
A convocação traz o lema “Vamos devolver o Congresso para o povo” e surge como reação direta ao avanço de pautas polêmicas, como o PL da Dosimetria. O projeto de lei em questão propõe a redução de penas para crimes cometidos durante os ataques de 8 de janeiro, o que na prática beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos nos atos antidemocráticos.
A adesão de Gil e Paulinho amplia o peso simbólico do evento, reeditando a união que, em setembro, levou milhares de pessoas ao mesmo local e ajudou a pressionar parlamentares a arquivar a chamada “PEC da Blindagem”, que os impediriam de ser processados por qualquer crime praticado.
Desabafo em Brasília antecipou a convocação
O anúncio do novo evento ocorreu um dia após uma apresentação de Caetano no Festival Estilo Brasil, em Brasília, na noite de quinta-feira (12), que acabou rendendo pauta política. Durante o show, o artista fez um desabafo contundente sobre o cenário nacional: “Essa nossa capital, tão importante para o Brasil, que se tornou a capital desse país, que precisa saber o que é e precisa encontrar respeito por si mesmo”. A fala foi interrompida por gritos de “sem anistia” vindos da plateia.
O ato deste domingo dá sequência à estratégia da classe artística de usar sua visibilidade para intervir no debate político. “A música popular do Brasil tem sido sempre um aspecto da cultura nacional que apresenta enorme vitalidade. Então, não poderíamos deixar de responder aos horrores que vêm se insinuando à nossa volta”, declarou Caetano na ocasião do primeiro protesto, que também reuniu Gil e Paulinho, além de Chico Buarque, Djavan e muitos outros.