Morre a atriz Samantha Eggar, indicada ao Oscar por “O Colecionador”, aos 86 anos

Morte após uma longa doença

A atriz britânica Samantha Eggar, indicada ao Oscar e vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes por “O Colecionador” (1965), morreu na quarta-feira (15/10) em Los Angeles, aos 86 anos. A informação foi confirmada por sua filha, a também atriz Jenna Stern, nas redes sociais.

“Minha mãe faleceu na noite de quarta-feira, em paz e tranquilamente, cercada pela família. Eu estava ao lado dela, segurando sua mão e dizendo o quanto ela era amada. Foi bonito. Foi um privilégio”, escreveu Jenna no Instagram. Segundo a família, Eggar enfrentava “uma longa doença”.

O começo da carreira

Nascida Victoria Louise Samantha Marie Elizabeth Therese Eggar em Hampstead, Londres, ela iniciou a carreira nos palcos, em companhias teatrais shakespearianas, antes de estrear no cinema em “Um Grito de Revolta” (1962), drama sobre juventude rebelde.

Depois de vários filmes britânicos, a consagração veio em 1965 com “O Colecionador”, suspense de William Wyler que também rendeu indicações ao Oscar de Direção e Roteiro Adaptado. No longa, Eggar interpreta uma jovem sequestrada por um homem obcecado, vivido por Terence Stamp.

O sucesso do filme impulsionou sua carreira em Hollywood. No ano seguinte, a atriz contracenou com Cary Grant na comédia romântica “Devagar, Não Corra” (1966) e, em 1967, estrelou o musical “Doutor Dolittle”, ao lado de Rex Harrison, seguido pelo drama de época “Ver-te-ei no Inferno” (1970) e o romance trágico “O Preço de Amar” (1970).

Volta ao Europa acaba em terror

Ela voltou ao suspense em “A Garota no Automóvel – Com Óculos e um Rifle” (1970), mistério clássico de Anatole Litvak, como uma secretária que leva o carro de seu chefe para um feriado no Mediterrâneo, estranhamente sendo reconhecida por pessoas que ela não conheceu antes, seguido por sua última produção de grande orçamento, a aventura “O Farol do Fim do Mundo”, adaptação de Julio Verne passada numa ilha deserta e rodada na Espanha, com Kirk Douglas, Yul Brinner e piratas sanguinários.

Os dois filmes a trouxeram de volta à Europa, onde ela encontrou o terror. Eggar rodou na Itália “Os Mortos Estão Vivos!” (1972), seu primeiro horror B, que deu início a uma especialização no gênero. Em seguida, foi ao Canadá rodar “Trama Sinistra” (1977) e o clássico “Os Filhos do Medo” (1979), horror corporal de David Cronenberg, como uma mulher envolvida em uma terapia experimental que transforma traumas psicológicos em manifestações físicas. Também atuou em “O Último Pesadelo” (1983) e “Enigma do Espaço” (1999), com Johnny Depp e Charlize Theron.

Televisão e trabalhos de voz

Paralelamente, Eggar desenvolveu uma presença forte na TV americana a partir dos anos 1970, com participações em episódios de séries populares como “Hawaii Five-O”, “Ilha da Fantasia”, “O Barco do Amor”, “Columbo”, “Casal 20”, “Magnum”, “Assassinato por Escrito”, “Falcon Crest” e “Jornada nas Estrelas: A Nova Geração”, na qual viveu Marie Picard, a cunhada do capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart).

Nos anos 1990, iniciou carreira como dubladora, dando voz à Rainha Guinevere na série animada “A Lenda do Príncipe Valente” (1991-1993) e à deusa Hera em “Hércules” (1997), da Disney. Também trabalhou em videogames e na animação “Metalocalypse”, do Adult Swim, que foi seu último trabalho, lançado em 2012.