
Divulgação/Netflix
Pentágono ataca série militar da Netflix: “Lixo woke”
Porta-voz do Departamento de Guerra atacou "Boots", que acompanha um recruta gay dos fuzileiros navais e tem 93% de aprovação da crítica
Pentágono ataca série da Netflix
O Departamento de Guerra dos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, criticou publicamente a série “Boots”, produção da Netflix inspirada em uma história real. O porta-voz do Pentágono, Kingsley Wilson, classificou a obra como “lixo woke” em declaração enviada à revista americana Entertainment Weekly.
Críticas à representação de diversidade
“Sob o comando do presidente Trump e do secretário [Pete] Hegseth, o Exército americano está comprometido em restaurar o ethos guerreiro”, afirmou Wilson. “Nossos padrões são de elite, uniformes e neutros em relação ao sexo, porque o peso de uma mochila ou de um corpo humano não distingue entre homem, mulher, gay ou heterossexual. Não vamos comprometer nossos valores para satisfazer uma agenda ideológica, como faz a Netflix ao produzir e alimentar esse tipo de lixo woke ao público e às crianças.”
A crítica ocorre após polêmicas recentes envolvendo a plataforma, como o cancelamento da animação “Guardiões da Mansão do Terror”, que contava com uma personagem trans e foi alvo de campanhas de boicote lideradas por grupos conservadores, incluindo Elon Musk.
Sucesso e recepção positiva
Apesar da controvérsia, “Boots” tem figurado entre as produções mais assistidas da Netflix desde sua estreia em 9 de outubro. A série, estrelada por Miles Heizer (“13 Reasons Why”), acompanha Cameron Cope, um jovem gay da Louisiana que se alista nos fuzileiros navais durante os anos 1990 — período anterior à política “Don’t Ask, Don’t Tell”, que obrigava militares LGBTQ+ a esconderem sua orientação sexual.
A produção se baseia no livro de memórias “The Pink Marine”, de Greg Cope White, e recebeu 93% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.
Entre crítica e respeito ao meio militar
“Boots” aborda a cultura rígida e o preconceito dentro das forças armadas, mas também retrata aspectos positivos da disciplina e do sentimento de irmandade entre os recrutas. Em entrevista à Variety, Heizer destacou o caráter atual da obra. “Quando começamos a filmar, em 2023, não imaginávamos que o tema seria tão relevante. Mas à medida que avançávamos, percebemos como o conteúdo reflete o que está acontecendo agora. É algo muito significativo.”
Ele também elogiou a representatividade da equipe: “É raro ver tantos profissionais LGBTQ+ e mulheres trabalhando juntos em uma produção como esta”, afirmou o ator.