
Divulgação/Netflix
O que ver em streaming: 5 estreias desta quarta (8/10)
Destaque da semana, “Caramelo” estreia na Netflix. Veja quais outras novidades chegam nas plataformas
O destaque das estreias de streaming desta quarta-feira (8/10) é o lançamento de “Caramelo”, drama nacional da Netflix estrelado por Rafael Vitti. A produção acompanha a relação entre um jovem chef e seu cachorro, em uma história sobre afeto, recomeços e cumplicidade. A lista de novidades também inclui a minissérie francesa “Néro”, o anime “The Dark History of the Reincarnated Villainess”, o clássico restaurado “Cidade das Ilusões”, na HBO Max, e o documentário “Cazuza: Boas Novas”, disponível por VoD.
QUARTA
🎞️ CARAMELO | Netflix
Um dos filmes brasileiros mais esperados da Netflix em 2025 traz Rafael Vitti como Pedro, um jovem chef de cozinha, que se prepara para abrir o próprio restaurante quando um diagnóstico inesperado transforma sua vida. Nesse momento difícil, ele encontra em Amendoim, um vira-lata caramelo, uma nova forma de enxergar o mundo. A relação entre homem e cachorro se torna o eixo da narrativa, retratando o afeto e a cumplicidade típicos dessa amizade.
A presença do cão caramelo, figura popular e querida no imaginário brasileiro, ganha contornos emocionais e simbólicos na trama. Mas o público já avisou à Netflix que irá boicotar a plataforma se algo acontecer com o cachorro na história. Será que Elon Musk se adiantou ao saber de algo que os brasileiros ainda não sabem?
Com direção de Diego Freitas, o longa marca a terceira colaboração do cineasta com a Netflix, após “Depois do Universo” (2022) e “O Lado Bom de Ser Traída” (2023). O elenco inclui Arianne Botelho, Noêmia Oliveira, Ademara, Kelzy Ecard, Bruno Vinicius, Roger Gobeth, Olívia Araújo, Cristina Pereira e Carolina Ferraz, além da participação especial da chef Paola Carosella.
📺 NÉRO | Netflix
Ambientada na França renascentista, a minissérie “Néro” mistura aventura e drama histórico em torno de um assassino letal que é convocado por um antigo amigo a ajudar sua filha perdida, que cresceu acreditando ser órfã. Com comportamento impulsivo e rebelde, ela cruzou com quem não devia e agora é caçada por forças poderosas.
Os episódios acompanham a tentativa do protagonista de se redimir enquanto enfrenta caçadores de recompensas, nobres corruptos e conspirações religiosas para proteger a filha que não conhecia. Com fotografia marcada por tons sombrios e locações em castelos e vilarejos medievais, a produção é liderada por Pio Marmaï (“Os Três Mosqueteiros: Milady”), Olivier Gourmet (“Chocolate”), Alice Isaaz (“Elle”) e Camille Razat (“Emily in Paris”).
📺 THE DARK HISTORY OF THE REINCARNATED VILLAINESS | Crunchyroll
Brincando com os clichês de “vilã reencarnada” que se popularizaram nos últimos anos, o anime oferece uma abordagem cômica e autoconsciente do subgênero. A protagonista, Konoha Satou, é uma jovem ordinária do mundo real que, na época de colégio, tinha um hobby secreto e um tanto embaraçoso: ela escrevia – só para si mesma – uma elaborada fanfic de fantasia sombria, repleta de tramas dramáticas e personagens exagerados, como forma de escapismo. Anos depois, tentando levar uma vida normal e enterrar esses escritos juvenis, Konoha sofre um acidente repentino… e acorda justamente dentro da história que ela mesma criou na adolescência! Pior: ela reencarnou como Iana Magnolia, a vilã cruel do seu antigo diário fantasioso.
Agora Konoha (no corpo de Iana) precisa sobreviver dentro de um mundo regido pelos clichês exagerados que ela concebeu. Ela sabe exatamente como a trama deveria se desenrolar – incluindo o destino trágico que aguarda a vilã no final. Determinada a evitar sua morte horrível, Konoha/Iana tenta usar seu conhecimento prévio do enredo para mudar o curso dos acontecimentos. Entretanto, lembrar cada detalhe do melodrama gótico que ela escreveu anos atrás se torna literalmente uma questão de vida ou morte, onde qualquer esquecimento pode desencadear um evento catastrófico que a condene. Cenas que deveriam ser épicas tornam-se cômicas quando ela sabota planos diabólicos que ela mesma criou anos atrás, deixando os outros personagens confusos, especialmente o “herói” e o “par romântico” de sua história, que Iana precisa conquistar com simpatia, refreando os instintos malignos de sua personagem.
A série do estúdio DEEN (conhecido por clássicos como “Fruits Basket” e “Fate/Stay Night”) adapta o mangá de Akiharu Tōka com direção de Hiroaki Sakurai (“The Demon Girl Next Door”) e uma mistura de humor metalinguístico, que satiriza os clichês de vilã isekai o mesmo tempo em que apresenta um arco de redenção pessoal.
🎞️ CIDADE DAS ILUSÕES | HBO Max
O clássico dirigido por John Huston (“Annie”) em 1972 é um dos primeiros filmes estrelados por Jeff Bridges, logo após seu estouro em “A Última Sessão de Cinema” (1971), e rendeu a Susan Tyrrell (“Cry Baby”) indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. O papel principal, porém, é de Stacy Keach (“Prison Break”) como Billy Tully, um ex-boxeador que vive o desgaste dos anos, tentando reviver sua carreira em um cenário de desilusões pessoais e econômicas. Ele encontra no jovem lutador Ernie Munger (Bridges) alguém com potencial — e senão esperanças, pelo menos companhia para lutar contra a estagnação. Além de confrontar seus demônios internos, Tully enfrenta dilemas afetivos: convive com Oma (Susan Tyrrell) em uma relação marcada pela dependência, e presencia Ernie lidar com pressões externas, como casamento forçado e responsabilidades inesperadas.
Huston captura com realismo a vida da classe trabalhadora e apresenta personagens complexos, distantes do estereótipo típico de filmes sobre boxe. A estética aposta em tons sóbrios e realismo cru, refletidos nas locações ao ar livre e na ambientação de ringues humildes, bares e moradias simples. A música “Help Me Make It Through the Night”, de Kris Kristofferson, completa a atmosfera melancólica do filme, que explora temas como esperança, fracasso e as dificuldades da vida, utilizando o boxe como metáfora para essas questões.
🎞️ CAZUZA: BOAS NOVAS | VoD*
▶ Assista ao trailer
O documentário revisita um dos períodos mais intensos e criativos da vida de Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como o cantor e compositor Cazuza. A narrativa se concentra nos últimos anos de Cazuza, de 1987 até sua morte em julho de 1990, quando, mesmo lutando contra o avanço da AIDS, produziu uma enxurrada de obras marcantes. A proposta dos diretores Nilo Romero eRoberto Moret é tanto celebrar o legado musical quanto revelar facetas íntimas e vulneráveis de Cazuza durante a doença, oferecendo ao público um retrato visceral e poético de um artista que viveu intensamente até o fim.
Nilo Romero, vale lembrar, não é apenas cineasta: ele foi produtor musical e amigo próximo de Cazuza, tendo co-produzido os álbuns “Ideologia” (1988) e “Burguesia” (1989) – justamente os trabalhos do período abordado. Essa proximidade confere autenticidade e acesso privilegiado a materiais inéditos. Culturalmente, o documentário assume importância ao resgatar a memória de Cazuza para uma geração que talvez não tenha vivenciado o auge do rock brasileiro dos anos 1980, além de se inserir no contexto de valorização da história LGBTQIA+ e da conscientização sobre o HIV/AIDS. Vale lembrar que Cazuza foi uma das primeiras figuras públicas no Brasil a assumir sua sorologia, quebrando tabus numa época de desinformação e preconceito.
Produzido pela 5e60 Filmes em parceria com o canal Curta!, “Cazuza: Boas Novas” alterna imagens de arquivo, muitas delas raras ou inéditas, com depoimentos atuais de pessoas que conviveram de perto com o artista, incluindo Ney Matogrosso, Gilberto Gil e Frejat. Há registros de shows, bastidores, imagens caseiras, momentos íntimos e declarações inéditas do cantor, que discute sem rodeios o que pensava sobre a morte, soando quase profética em retrospecto.