Morre John Lodge, baixista e compositor do The Moody Blues, aos 82 anos

Baixista morreu de forma inesperada

John Lodge, cantor, compositor e baixista do lendário grupo britânico The Moody Blues, morreu aos 82 anos. A notícia foi confirmada pela família em comunicado publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (10/10). “John Lodge, nosso querido marido, pai, avô, sogro e irmão, foi subitamente e inesperadamente tirado de nós”, diz o texto. A nota informa que o músico “partiu pacificamente, cercado por seus entes queridos e ao som de The Everly Brothers e Buddy Holly”. A causa da morte não foi revelada.

Das garagens ao The Moody Blues

Nascido em 20 de julho de 1943, em Birmingham, Lodge ganhou seu primeiro baixo Fender aos 16 anos. Ainda adolescente, formou o grupo El Riot & the Rebels ao lado do amigo Ray Thomas. A banda de garagem não deu em nada, mas em 1966 Thomas convidou o velho amigo a integrar seu novo grupo, The Moody Blues.

A banda fazia parte da próspera cena do rock em Birmingham, Inglaterra, no início dos anos 1960, e já tinha conquistado um hit com seu cover da balada R&B “Go Now” (1964). Entretanto, teve dificuldades de manter o sucesso e o vocalista e guitarrista Denny Laine (mais tarde do Wings) e o baixista Clint Warwick resolveram sair fora. Os membros restantes, o baterista Graeme Lodge, o tecladista Mike Pinder e o multi-instrumentista Ray Thomas, recrutaram Lodge e o guitarrista Justin Hayward no outono de 1966, que ajudaram a mudar completamente o som da banda.

A origem do rock progressivo

O primeiro álbum da nova formação foi “Days of Future Past” (1967), em que os músicos gravaram com uma orquestra e passaram a desenvolver músicas mais experimentais, inspirados nos Beatles e no crescente movimento psicodélico. As gravações, que não escondiam suas ambições eruditas, acabaram inspirando uma nova geração a seguir sua fórmula, o que tornou “Days of Future Past” o primeiro disco de rock progressivo da história.

De forma surpreendente para o gênero, o álbum também emplacou um hit, “Nights in White Satin”, que inesperadamente se tornou um sucesso de rádio nos Estados Unidos, levando “Days of Future Past” a disparar para a 3ª posição lá… cinco anos após seu lançamento.

Clássicos e legado

The Moody Blues consolidou seu prestígio com pioneiro do rock progressivo com álbuns como “In Search of the Lost Chord” (1968), “On the Threshold of a Dream” (1969), “To Our Children’s Children’s Children” (1969), “A Question of Balance” (1970) e “Seventh Sojourn” (1972). Após um breve hiato, a banda retornou em 1978 com Patrick Moraz, ex-Yes, nos teclados. O retorno coincidiu com a fase em que o progressivo começou a se aproximar da música pop, levando a banda a atingir o topo das paradas com o disco “Long Distance Voyager” (1981), que incluiu os sucessos “The Voice” e “Talking Out of Turn”.

Ao longo de mais de cinco décadas de atividade, The Moody Blues lançou 15 álbuns de estúdio e foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame em 2018. Lodge permaneceu na formação para além do último disco, “December” (2003), acompanhando a banda até sua derradeira turnê em 2019.

Carreira solo e despedida

Além do trabalho com os Moody Blues, Lodge lançou cinco discos solo, dois deles nos anos 1970. Ele revisitou o repertório clássico da banda em “Days of Future Passed: My Sojourn” (2023) e lançou sua última gravação, o EP “Love Will Conquer All”, em 2024.

Com sua morte, Justin Hayward e Patrick Moraz são agora os únicos integrantes vivos do The Moody Blues.