
Instagram/Jojo Todynho
Jojo Todynho recusa retratação e processo do PT termina sem acordo no Rio
Cantora foi processada por dizer ter recusado oferta de R$ 1,5 milhão para fazer campanha política de Lula, mas partido afirma não pagar apoios
Audiência terminou sem conciliação
A audiência de conciliação entre Jojo Todynho e representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), realizada nesta quinta-feira (18) na 28ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, terminou sem acordo.
Segundo informações da coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, a cantora se recusou a gravar um vídeo de retratação, condição solicitada pela defesa do partido para encerrar a disputa judicial.
Origem da ação do PT
A queixa-crime foi apresentada pela sigla após uma entrevista em que Jojo afirmou ter recebido uma oferta de R$ 1,5 milhão para apoiar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. A polêmica começou no podcast Brasil Paralelo. “Me ofereceram R$ 1,5 milhão para fazer campanha quando o Lula veio candidato a presidente. E eu falei que não”, afirmou Jojo. Ela ainda declarou que a oferta não foi exclusiva: “Para várias pessoas, muitas pessoas. Todos os artistas que fizeram campanha política ganharam money [dinheiro]”.
Na época, a então presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, desmentiu as alegações da funkeira, declarando que nenhum artista recebe para apoiar candidatos do partido.
Próximos passos do processo
Para interromper a ação, o partido pediu a gravação de um vídeo de retratação, com publicação nas redes sociais da artista por 30 dias. A proposta foi rejeitada na audiência.
Diante do impasse, o Ministério Público solicitou vista e um novo prazo será aberto para que Jojo apresente sua defesa formal. A cantora compareceu acompanhada de três advogados, enquanto o PT enviou um representante.
Jojo dobra aposta após audiência
Em uma publicação no Instagram, após a sessão, Todynho divulgou um vídeo ao lado dos advogados, criticando a “tentativa de criminalizar” suas declarações e afirmando que há “falta de interpretação de texto” e desconhecimento sobre “os contornos do crime de difamação”.
Ela dobrou a aposta, denunciando uma rede de influenciadores pagos pelo PT. “Mais grave ainda é o paradoxo. O próprio Partido dos Trabalhadores mantém, em parceria com fundações e institutos, uma rede organizada de influenciadores digitais, contratados justamente para promover seus atos e agendas políticas. Como então poderia a menção a uma suposta oferta para campanha ser tratada como difamação, se a prática é de conhecimento público e já institucionalizada pelo próprio partido? A democracia não se constrói pelo uso do processo penal como escudo político, mas pelo debate livre e plural. Forçar a criminalização de uma fala genérica é criar artificialmente um conflito inexistente, o que apenas desvirtua a finalidade da Justiça e fragiliza a credibilidade das instituições”, completou.
A linha da defesa é justamente apontar que a fala de Jojo foi genérica – “me ofereceram” – e não específica sobre o PT. Entretanto, a nova declaração contradiz o argumento, colocando “o próprio Partido dos Trabalhadores” no contexto da ação.
O PT ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.