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Divulgação/Warner Bros

Filme|25 de setembro de 2025

Estreias no cinema incluem novo filme de Leonardo DiCaprio e maior bilheteria da animação

"Uma Batalha Após a Outra" e "Ne Zha 2" chegam ao Brasil após conquistarem feitos entre a crítica e o público no exterior

A programação de cinema desta quinta (25/9) é marcada pela chegada do novo filme de Leonardo DiCaprio, “Uma Batalha Após a Outra”, que enlouqueceu a crítica americana. Dirigido por Paul Thomas Anderson, o longa tem 98% de aprovação no Rotten Tomatoes, com mais de 150 resenhas positivas e alguns dos elogios mais babados do ano. A lista de estreias também destaca três animações de fora de Hollywood, incluindo a maior bilheteria do gênero em todos os tempos, a produção chinesa “Ne Zha 2”, e mais dois dramas com crianças em abordagens adultas e premiadas. Como tem acontecido cada vez mais, a seleção capricha em relançamentos, como o clássico da Retomada “Quatrilho” e o cultuadíssimo “Paris, Texas”, vencedor da Palma de Ouro de 1984. Saiba mais.


 
Pipoque pelo Texto ocultar
1 🎞️ UMA BATALHA APÓS A OUTRA
2 🎞️ NE ZHA 2
3 🎞️ ZOOPOCALIPSE – UMA AVENTURA ANIMAL
4 🎞️ MISSÃO PET
5 🎞️ PARAÍSO EM CHAMAS
6 🎞️ BICHO MONSTRO
7 🎞️ MISTY – A HISTÓRIA DE ERROLL GARNER
8 🎞️ HAMILTON
9 🎞️ PARIS, TEXAS
10 🎞️ O QUATRILHO

🎞️ UMA BATALHA APÓS A OUTRA

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O aclamado diretor Paul Thomas Anderson (“Licorice Pizza”) lança seu primeiro grande projeto com o astro Leonardo DiCaprio (“Assassinos da Lua das Flores”). O thriller de ação política e humor sombrio inspirado no romance “Vineland”, de Thomas Pynchon, se distancia dos dramas indies intimistas do diretor com um orçamento de cerca de US$ 150 milhões, e filmagem em 70mm e IMAX para amplificar sua escala cinematográfica. Ambientada nos EUA contemporâneos, a trama dialoga com questões atuais de polarização social. Além de DiCaprio, que também produz, o elenco estelar conta com Sean Penn (“Licorice Pizza”), Benicio Del Toro (“O Esquema Fenício”), Regina Hall (“Nove Desconhecidos”) e as cantoras Teyana Taylor (“Um Príncipe em Nova York 2”) e Alana Haim (“Licorice Pizza”).

A história acompanha Bob (DiCaprio), um ex-militante revolucionário dos anos 1970 que vive escondido, em permanente paranoiaFpúblico, ao lado da filha adolescente Willa. Quando Hawk (Penn), seu antigo inimigo, ressurge após 16 anos, a garota desaparece misteriosamente, forçando Bob a iniciar uma busca frenética para salvá-la. Em paralelo, a narrativa intercala flashbacks do passado radical do protagonista – inspirado em episódios do livro de Pynchon – com sequências de perseguição intensas no presente. Com direção e roteiro do próprio Anderson, o filme mescla drama familiar e crítica político-social, enquanto pai e filha enfrentam juntos as consequências sombrias de decisões tomadas décadas antes.

Desde sua première no começo de setembro, o longa vem sendo saudado como um dos melhores trabalhos de Anderson. O filme obteve 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, indicando aclamação universal da crítica e chegada forte na temporada de prêmios. Performances elogiadas de DiCaprio e Penn, e cenas de ação vigorosamente dirigidas consolidam o longa como um marco ambicioso na filmografia do diretor, unindo entretenimento a reflexão crítica sobre os extremismos políticos contemporâneos.


 

🎞️ NE ZHA 2

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Animação de maior bilheteria de todos os tempos e primeiro filme não-hollywoodiano a ultrapassar US$ 2 bilhões em renda global, a produção chinesa “Ne Zha 2” se tornou um fenômeno na Ásia no começo do ano, desbancando os filmes da Disney no ranking histórico mesmo sem conseguir o mesmo desempenho no Ocidente. Paradoxalmente, foi um fracasso nos EUA e vai enfrentar o mesmo desafio no Brasil, já que se trata de uma sequência da saga iniciada no sucesso “Ne Zha: O Menino Demônio” (2019), lançada apenas em VoD por aqui.

O grande problema para o público não iniciado é que a trama se passa após a batalha climática do primeiro filme. Dirigido por Yang Yu (Jiaozi), o novo filme expande o universo de fantasia épica inspirado na mitologia chinesa, trazendo de volta Ne Zha, o jovem herói reencarnação de um espírito rebelde, e Ao Bing, o príncipe dragão, que conseguem ter suas almas salvas de uma grande catástrofe, mas seus corpos são destruídos. Eles ganham uma segunda chance de viver graças à magia de um mestre imortal, porém enfrentam um novo desafio: tensões crescentes entre o clã dos dragões e as forças celestiais ameaçam a paz dos reinos. Juntos, Ne Zha (agora renascido) e Ao Bing embarcam em uma jornada perigosa, passando por provações místicas que testarão sua amizade e identidades. O destino de mortais e imortais fica em jogo conforme antigos ressentimentos vêm à tona e divindades guerreiras entram em confronto.

Explorando temas de renascimento e redenção, o filme aprofunda o arco de Ne Zha – que busca escapar de seu destino demoníaco – e desenvolve o mundo fantástico com novos cenários deslumbrantes, tudo retratado com animação vibrante e detalhada. Produzido em CGI de alta qualidade, o longa aposta em cenas de ação grandiosas e efeitos visuais de ponta para contar uma história ambiciosa, mas sem abandonar o equilíbrio entre aventura, drama e humor característico da franquia.


 

🎞️ ZOOPOCALIPSE – UMA AVENTURA ANIMAL

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Dirigido por Ricardo Curtis e Rodrigo Perez-Castro – veteranos da animação que trabalharam em sucessos da Pixar – o desenho francófono parte de um conceito original do mestre do horror Clive Barker (o Stephen King britânico), adaptando-o para um público infantil. A trama fantástica se passa no zoológico de Colepepper, onde uma misteriosa chuva de meteoros traz um vírus alienígena que transforma os animais em zumbis mutantes. Com um estilo vibrante e colorido, a animação equilibra sustos leves e humor pastelão, apresentando um apocalipse divertido e apropriado para crianças, mas com referências que também entretêm adultos.

No centro da história está Gracie, uma jovem loba corajosa, e Dan, um rabugento leão-da-montanha – inimigos naturais que precisam se unir quando o caos toma conta do zoológico. Após o impacto do meteoro, diversos animais são infectados (liderados pelo coelho mutante “Bunny Zero”), enquanto um pequeno grupo de sobreviventes tenta escapar e encontrar uma cura. Além de Gracie e Dan, a improvável equipe inclui uma capivara destemida, um macaco narigudo vaidoso e até um filhote de hipopótamo, cada qual contribuindo com habilidades cômicas à aventura. Juntos, eles enfrentam criaturas bizarras – de gorilas gosmentos a girafas zumbificadas – em sequências de ação animadas que parodiam clássicos do cinema de zumbi, mas em tom leve. Com inspirações que vão de “The Walking Dead” à estética neon, o filme usa o horror como porta de entrada para o público infantil no gênero, sem deixar de lado mensagens sobre trabalho em equipe e confiança.

Produzido por estúdios da França, Bélgica e Canadá, “Zoopocalipse” surpreendeu ao conquistar 91% de aprovação crítica no Rotten Tomatoes, uma nota maior que muitos lançamentos recentes da própria Pixar, graças ao ritmo ágil, visual estilizado e as referências lúdicas ao cinema de monstros.


 

🎞️ MISSÃO PET

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A animação de aventura tem produção do estúdio francês TAT Productions (o mesmo de “Asterix e o Domínio dos Deuses”), mas chega ao Brasil com o título internacional em inglês e versão de dublagem também em inglês. Entretanto, a estreia na direção da dupla Benoît Daffis e Jean-Christian Tassy (que trabalharam juntos nos bastidores de “Astro Kid” e “Princesa por Acidente”) é marcada por humor decididamente europeu. Trata-se de uma comédia de ação sobre animais, repleta de cenas eletrizantes a bordo de um trem desgovernado, combinando elementos de filmes de assalto, buddy cop e fábulas infantis. A produção investe em animação 3D de alto nível e design de personagens carismático – cada pet tem traços cartunescos marcantes – que cativam as crianças, além de trazer referências a clássicos de trem, como “Expresso para o Inferno”, “Assassinato no Expresso Oriente” e até “Missão: Impossível – Acerto de Contas”, que não passam despercebidas pelos adultos.

O lançamento foi recebido com entusiasmo na França, onde estreou em julho de 2025. A trama começa quando um grupo de animais de estimação se vê acidentalmente separado de seus donos e trancado em um trem de carga ultramoderno. Por um capricho do destino, o trem parte da estação sem qualquer humano a bordo, dando início a uma viagem caótica. À medida que a locomotiva acelera pelos trilhos, descobre-se que há um plano criminoso em andamento: o maligno Hans, um texugo vingativo, pretende usar o trem para realizar um elaborado roubo e depois causar um acidente catastrófico. Cabe então aos pets frustrar os planos do vilão e salvar o dia.

Liderando os improváveis heróis está Falcon, um guaxinim arteiro e ex-ladrão que conhece bem os truques do submundo, e Rex, um imponente cão policial de bom coração. Juntos, eles reúnem os demais bichos – uma gata persa sofisticada, um papagaio atrapalhado, um hamster medroso, entre outros – e armam um contra-ataque dentro do trem. O filme equilibra sequências de ação frenética (como perseguições pelos vagões em alta velocidade) com humor leve e momentos ternos de cooperação entre os animais. Enquanto Falcon usa suas habilidades de ladrão para abrir portas e desativar armadilhas, Rex impõe ordem e coragem ao grupo. O clímax envolve uma corrida contra o tempo até a locomotiva, com os pets precisando chegar à cabine de controle e acionar os freios manualmente antes que seja tarde.


 

🎞️ PARAÍSO EM CHAMAS

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O drama sueco teve première no Festival de Veneza de 2023 e rendeu à cineasta estreante Mika Gustafson o prêmio de Melhor Direção na mostra Horizontes. A história é ambientada na periferia operária da Suécia e oferece um olhar cru e empático sobre três irmãs que precisam sobreviver sozinhas, navegando pelas brechas do sistema social. Com elenco formado em grande parte por jovens não profissionais – destaque para as irmãs vividas por Bianca Delbravo, Dilvin Asaad e Safira Mossberg – a narrativa traz autenticidade e urgência documental.

Rodado em estilo realista com câmera próxima e iluminação natural, o drama retrata de forma intimista a complexidade de crescer em meio à negligência parental e à ameaça de intervenção do Estado. Na trama, Laura (16 anos), Mira (12) e Steffi (7) vivem sozinhas em uma casa nos arredores de Estocolmo após o sumiço intermitente da mãe. Sem um adulto responsável presente, as meninas desenvolvem um forte laço de solidariedade e criam suas próprias regras para se manterem unidas. Porém, quando os serviços sociais descobrem a situação e agendam uma reunião familiar obrigatória, Laura – a irmã mais velha, determinada e protetora – elabora um plano desesperado: encontrar alguém que se passe por sua mãe para enganar as autoridades e evitar que elas sejam separadas. Nos dias que antecedem a visita dos assistentes sociais, as irmãs enfrentam dilemas morais e perigos concretos, inclusive o assédio de figuras oportunistas da vizinhança.

A narrativa combina momentos de ternura e tensão, mostrando as garotas cuidando umas das outras – ora transformando os afazeres domésticos em brincadeira, ora se envolvendo em pequenos furtos para sobreviver. Conforme o prazo aperta, Laura cruza limites arriscados em sua busca por um “paraíso” onde as três possam continuar juntas, custe o que custar. O resultado impressiona pela direção segura de Gustafson, que extrai atuações impressionantes de suas atrizes mirins. A crítica ficou de quatro, dando ao filme 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.


 

🎞️ BICHO MONSTRO

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Em seu primeiro longa, o gaúcho Germano de Oliveira, com trajetória como montador em filmes como “7 Prisioneiros” e “Homem com H”, adapta um mito regional pouco conhecido para tecer uma narrativa sobre medo e imaginação em diferentes épocas. Filmado em locações no interior gaúcho, em uma comunidade de colonização alemã, o longa investe em direção de arte e fotografia atmosféricas (ambas premiadas em Gramado) para construir um ambiente rural de aura sobrenatural. Com diálogos em português e alemão, a produção foi parcialmente realizada via editais regionais de incentivo, reforçando seu vínculo com a cultura local.

A história se desenrola em dois planos temporais. Na década de 1980, a pequena Ana (Kamilly Wagner) mora em um vilarejo onde assiste a uma encenação teatral sobre o Thiltapes, uma criatura misteriosa e perigosa que viveria na floresta e nunca revela sua verdadeira forma. A lenda local desperta a fascinação e o temor da menina – sentimento agravado quando uma vaca aparece morta de modo brutal e seu próprio pai torna-se suspeito pelo ato. Paralelamente, a trama volta cerca de 200 anos no passado: um botânico alemão recém-chegado (vivido por Pascal Berten) ouve de um colono as primeiras histórias sobre o mesmo ente monstruoso. Obcecado em provar cientificamente a existência da criatura, ele adentra a mata virgem numa busca quase quixotesca. As duas narrativas – a de Ana e a do naturalista – intercalam-se e por fim convergem, unidas pelo mito do Thiltapes e pelos dilemas internos de cada personagem: o cientista frágil, ávido por reconhecimento, e a criança assustada, intrigada com os segredos sombrios que envolvem sua família e vizinhos. Com ritmo contemplativo, o filme lança perguntas sobre o real e o imaginário, sugerindo que os verdadeiros “monstros” talvez residam nas ações humanas.

Terror diferenciado, “Bicho Monstro” é uma grata surpresa do cinema gaúcho, que usa suas qualidades técnicas para encantar e assombrar ao mesmo tempo, celebrando a imaginação popular e os medos universais enraizados no inconsciente coletivo.


 

🎞️ MISTY – A HISTÓRIA DE ERROLL GARNER

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O documentário ilumina a vida e a obra de Erroll Garner (1921–1977), pianista de jazz norte-americano célebre pelo standard “Misty”. Dirigido pelo suíço Georges Gachot, o filme é uma coprodução entre Suíça, França e Alemanha e adota um formato biográfico íntimo. Em vez de narração em off, Gachot constrói a história exclusivamente a partir de depoimentos de pessoas próximas a Garner – músicos que tocaram com ele, familiares e amigos. Essas entrevistas, gravadas em cidades-chave da trajetória do artista (Pittsburgh, Nova York, Los Angeles), revelam facetas pouco conhecidas de sua personalidade e contextualizam seu gênio musical. Paralelamente, o documentário resgata preciosas imagens de arquivo: apresentações de piano de Garner – incluindo trechos raros do lendário álbum “Concert by the Sea” (gravado em 1955 na Califórnia) – ganham nova vida na tela, permitindo que o virtuoso “rei do swing” reviva na tela graças a valiosas filmagens de arquivo.

Ao longo de aproximadamente 100 minutos, o filme percorre desde a infância prodigiosa de Garner em Pittsburgh até seu auge nos anos 1950 e 60, quando encantou plateias pelo mundo com seu estilo inconfundível ao piano. Elementos pessoais inéditos enriquecem a narrativa: o documentário aborda, por exemplo, a existência de Kim Garner, filha não reconhecida do músico, e traz à tona relatos de Rosalyn Noisette, última companheira de Garner, que estava ao seu lado em seus momentos finais. Essas histórias particulares se entrelaçam à análise de seu legado artístico, compondo um retrato humano complexo, com suas contradições e desafios, especialmente ao situar a carreira de Garner no contexto de desigualdades e racismo de sua época. Uma obra envolvente para fãs de jazz, mas que também pode servir de introdução para quem nunca ouviu Garner tocar.

 

🎞️ HAMILTON

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Uma década após sua estreia nos palcos, o fenômeno musical “Hamilton” chega aos cinemas brasileiros em uma versão filmada do espetáculo da Broadway. Captada em 2016 com o elenco original liderado por Lin-Manuel Miranda, a produção dirigida por Thomas Kail foi originalmente prevista para as telonas em 2020, mas acabou lançada na Disney+ devido à pandemia. Só agora ganha projeção nos cinemas com um prólogo inédito – “Reuniting the Revolution” – com entrevistas do elenco e criadores, celebrando os 10 anos do espetáculo.

O lançamento mescla teatro e filme para contar, em forma de musical hip-hop, a trajetória de Alexander Hamilton na luta pela independência dos EUA. Miranda interpreta Hamilton, dividindo a cena com colegas que encarnam outras figuras históricas da época, como George Washington e o rei George III, compondo um elenco etnicamente diverso. A trilha sonora revolucionária mistura hip-hop, R&B, jazz e música da Broadway, dando ritmo moderno à saga de Hamilton desde a juventude caribenha até os embates políticos no nascimento dos Estados Unidos. A direção de Kail privilegia planos que aproximam o público dos atores, preservando a energia cênica e as coreografias vibrantes do espetáculo original.

Recebido com aclamação pela crítica, “Hamilton” mantém 98% de aprovação no Rotten Tomatoes, com consenso de que a versão filmada “corresponde ao hype e captura o que torna a produção de palco tão cativante”. O musical foi laureado com 11 prêmios Tony na Broadway e seu registro cinematográfico foi saudado como uma forma inovadora de democratizar o teatro, oferecendo ao público global um “retrato eletrizante e fiel do show, com energia contagiante”. Além do sucesso artístico, a volta aos cinemas reafirma o impacto cultural da obra de Miranda, cuja mistura de história e música segue ressoando de forma vibrante e relevante.


 

🎞️ PARIS, TEXAS

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Clássico do cinema de arte, “Paris, Texas” retorna às telas em versão restaurada em 4K, celebrando 40 anos de seu lançamento. Dirigido pelo alemão Wim Wenders, o road movie contemplativo é ambientado no deserto norte-americano do Texas, registrado na tela por uma direção de fotografia excepcional de Robby Müller. Não por acaso, foi descrito no Festival de Cannes de 1984, quando conquistou a Palma de Ouro, como “um dos filmes mais belamente fotografados” do cinema, marcando o auge da carreira internacional de Wenders. Nesta versão restaurada – supervisionada pelo próprio diretor – o público pode redescobrir em detalhes vívidos as paisagens áridas do Oeste e a trilha sonora atmosférica com guitarras de Ry Cooder, partes essenciais da experiência visual e sensorial do filme.

A trama segue Travis Henderson (o lendário e já falecido Harry Dean Stanton), um homem que surge vagando catatônico pelo deserto após anos desaparecido. Resgatado pelo irmão, ele tenta se reintegrar à família e retomar o convívio com o filho pequeno, Hunter, que quase não o conhece. Em um segundo momento, Travis e o menino partem em uma jornada pelos vastos caminhos do Texas em busca de Jane (Nastassja Kinski, mais bela que nunca) – a mãe de Hunter e ex-esposa de Travis – levando a um reencontro tenso e emocional através do vidro de uma cabine de peep show. Com roteiro coescrito pelo ator e dramaturgo Sam Shepard, o filme explora temas de perda, solidão e redenção. A narrativa minimalista e introspectiva aprofunda-se no silêncio dos personagens e nos longos planos das estradas, compondo uma obra-prima sobre a dor do abandono e a busca por conexão humana.

A combinação de visuais hipnóticos e emoção contida foi aclamada pela crítica mundial, mas além do reconhecimento inicial, “Paris, Texas” jamais deixou de ser cultuado ao longo das décadas, permanecendo relevante por sua universalidade temática.


 

🎞️ O QUATRILHO

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“O Quatrilho” retorna em circuito especial como parte da redescoberta de clássicos do cinema brasileiro dos anos 1990. Lançado em 1995 e dirigido por Fábio Barreto, o filme é um drama de época passado entre imigrantes italianos no Rio Grande do Sul, por volta de 1910. A produção – baseada no romance homônimo de José Clemente Pozenato – notabilizou-se por quebrar um jejum de mais de três décadas do Brasil no Oscar, tornando-se o primeiro filme brasileiro indicado ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro desde 1962. Estrelado por Glória Pires, Patrícia Pillar, Alexandre Paternost e Bruno Campos, o longa levou às telas, com apuro técnico e narrativa clássica, uma história realista de costumes e paixões proibidas na comunidade rural italiana. Com reconstituição de época caprichada e trilha sonora original de Jaques Morelenbaum (incluindo o tema “Querência” por Caetano Veloso), “O Quatrilho” foi um marco da chamada Retomada do cinema nacional, alcançando sucesso de público e crítica em meados da década “perdida”.

O enredo gira em torno de duas jovens famílias de imigrantes que dividem a mesma casa nas colônias do sul brasileiro. De um lado, o casal Angelo (Paternost) e Teresa (Pillar); do outro, Massimo (Campos) e Pierina (Pires). Em meio à dura luta diária pela sobrevivência na terra estrangeira, emerge um romance inesperado e arriscado: Teresa e Massimo se apaixonam perdidamente, apesar de ambos serem casados. Conscientes do escândalo que isso representaria em sua comunidade profundamente católica e tradicional, os amantes enfrentam dilemas morais até decidirem romper com as convenções. Eles “traem” seus parceiros e fogem juntos para buscar uma nova vida, deixando Angelo e Pierina para trás e provocando a cisão irreparável das duas famílias.

O título “Quatrilho” refere-se a um jogo de cartas em que é preciso trocar de parceiro para vencer – metáfora direta à dinâmica dos casais no filme. Barreto conduz essa narrativa de forma sóbria e envolvente, enfatizando o conflito entre dever social e desejo individual. Sequências como a dos quatro jogando cartas à luz de lamparinas, carregada de tensão implícita, tornaram-se icônicas.

Premiado no Festival de Havana (Melhor Atriz para Glória Pires, entre outros prêmios técnicos) e reconhecido como um dos grandes filmes brasileiros de sua época, “O Quatrilho” mantém seu vigor dramático passados 30 anos. Sua narrativa permanece atual na crítica sutil às estruturas patriarcais e mantém o apelo universal na busca da felicidade contra as convenções, ao mesmo tempo em que reafirma o filme como um verdadeiro clássico nacional.

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