
Instagram/Oruam
Oruam é denunciado pelo MP-RJ por mais dois crimes
Rapper já responde a sete acusações e agora enfrenta nova denúncia por corrupção ativa e direção perigosa
Ministério Público denuncia Oruam e solicita novas restrições
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, por corrupção ativa e direção perigosa, além de requerer medidas cautelares, como proibição do uso de redes sociais e suspensão judicial do direito de dirigir enquanto durar o processo. A denúncia foi registrada pela Promotoria de Justiça junto à 37ª Vara Criminal da Capital. O rapper já era investigado por sete crimes e permanece preso desde 22 de julho.
Oruam foi flagrado realizando manobra conhecida como “cavalo de pau” na Avenida do Pepê, Barra da Tijuca, em 20 de fevereiro de 2025, dirigindo com habilitação suspensa e exibindo a ação para fãs. Segundo o MP-RJ, o artista admitiu ter oferecido vantagem indevida a um policial militar, alegando em vídeo divulgado nas redes sociais que pretendia contratar o agente como segurança pessoal caso ele fosse punido por tirar uma foto com o cantor.
Quais eram as sete acusações anteriores?
A nova denúncia se soma a acusações anteriores já apontadas pelo Ministério Público. São sete acusações: tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência com violência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público.
As denúncias derivam de uma ação policial na casa do artista na madrugada de 22 de julho, quando agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes cumpriram mandado de busca e apreensão contra um menor acusado de tráfico, abrigado na residência de Oruam. Durante a abordagem, o cantor e outras pessoas jogaram pedras contra policiais a partir da sacada do imóvel, obrigando os agentes a se protegerem na viatura.
O Ministério Público sustenta que houve tentativa de homicídio, afirmando que Oruam e os demais “assumiram o risco de matar os agentes”. Além disso, o artista publicou mensagens nas redes sociais incitando a violência e desafiando a polícia a prendê-lo no Complexo da Penha.
Após a operação, um mandato de prisão foi expedido, mas Oruam se apresentou à polícia. “Eu errei. Desculpa aí todo mundo, vou provar para vocês que não sou bandido. Vou dar a volta por cima e depois vou vencer através da minha música. Ontem, eu tava muito nervoso com tudo que aconteceu. Quero dizer aos meus fãs que amo muito vocês”, declarou ao se entregar.
O que diz a defesa de Oruam?
Os advogados do artista sustentam que a prisão tem como base “alegações frágeis e artificiais”, caracterizando suposta perseguição. “Claramente motivada por interesses midiáticos e não por aspectos concretos e técnicos”, afirmam.
A defesa também argumenta que “em nenhum momento” a integridade física dos agentes esteve em risco. “Ademais, a conduta dos policiais também evidencia que, ao momento, não existia risco real de morte. Se assim fosse, não teriam agredido fisicamente o grupo, não teriam entrado na casa do cantor e causado danos materiais a objetos pessoais, como roupas e móveis, xingamentos e as constantes ameaças com armas de fogo, demonstrando que não havia um perigo iminente de morte ou ferimentos graves”, alegam.
Pedido de habeas corpus foi rejeitado
Apesar dos argumentos da defesa, a Justiça do Rio negou pedido de habeas corpus. A desembargadora Márcia Perrini Bodart, da 4ª Câmara Criminal do TJRJ, manteve a prisão preventiva com base em comportamento do rapper, tanto nas redes sociais quanto pessoalmente. A decisão considerou que, em futuras ocasiões, ele poderia repetir essa conduta e, por isso, a prisão era necessária para preservar a ordem pública.
O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.