
Divulgação/Netflix
Netflix avança com sequência de “Guerreiras do K-Pop”, maior sucesso da história do streaming
Animação que quebrou recordes na plataforma e nas paradas musicais deve ganhar continuação em parceria com a Sony
Negociações para uma sequência
A Sony Pictures iniciou conversas com a Netflix para desenvolver uma continuação animada de “Guerreiras do K-Pop”, revelou o site The Hollywood Reporter nesta terça (26/8). A animação musical se tornou um dos maiores fenômenos recentes do entretenimento, ao ponto de reabrir discussões sobre a estratégia da Sony ao ter vendido os direitos de distribuição do título para a plataforma em 2021.
O sucesso que surpreendeu Hollywood
A Netflix lançou uma versão karaokê do longa nos cinemas entre 22 e 24 de agosto, que se tornou o primeiro lugar de bilheteria da plataforma. Ao mesmo tempo, a produção assumiu a liderança histórica do ranking de filmes mais vistos do streaming em todos os tempos, com 236 milhões de visualizações. O recorde desbancou “Alerta Vermelho” (Red Notice), lançado em novembro de 2021 e estrelado por Dwayne Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot, que acumulava 230,9 milhões de visualizações nos primeiros 91 dias.
Além disso, a trilha sonora do filme alcançou um feito inédito: quatro músicas emplacaram simultaneamente no Top 10 da Billboard Hot 100, lideradas por “Golden”, interpretada pelo grupo fictício Huntr/X.
Impacto financeiro para a Sony
O contrato original, fechado durante a pandemia, garantiu que a Netflix arcasse com o orçamento de US$ 100 milhões, além de pagar uma taxa de US$ 25 milhões à Sony. A produtora ainda recebe participação nas vendas da trilha sonora e nas taxas de publicação das músicas, além de parte do valor pago à Imageworks, divisão responsável pela animação e também pelos premiados filmes da franquia “Homem-Aranha no Aranhaverso”.
Analistas apontam que, enquanto estúdios costumam projetar margem de lucro entre 10% e 12%, “Guerreiras do K-Pop” pode render entre 20% e 30% para a Sony.
Debate sobre a estratégia
A decisão da Sony de licenciar o filme à Netflix em vez de apostar em um lançamento tradicional nos cinemas ainda divide opiniões. Executivos rivais consideram que, mesmo sendo arriscado, a aposta poderia ter dado retorno maior em bilheteria. Mas especialistas lembram que animações originais vêm enfrentando dificuldades no mercado pós-pandemia. Como exemplo, a Pixar lançou “Elio” em 2025, que encerrou sua carreira com US$ 152 milhões globais contra um orçamento estimado de US$ 150 milhões.
Parceria e futuro da franquia
A colaboração entre os estúdios foi facilitada pela ligação pessoal entre Hannah Minghella, atual chefe de animação da Netflix, que veio justamente como ex-executiva da Sony, e Kristine Belson, presidente da Sony Animation. Em comunicado, Dan Lin, chefe de filmes da Netflix, afirmou que a empresa está “entusiasmada em apoiar [os diretores] Maggie Kang e Chris Appelhans, junto com Kristine Belson e sua equipe na Sony Animation” para desenvolver mais projetos.
Os diretores Maggie Kang e Chris Appelhans já manifestaram interesse em dar continuidade à história, mas o passo decisivo será a formalização de um novo acordo entre Sony e Netflix para viabilizar a sequência.