Homenagem do governo expõe que Gloria Gaynor é doadora do partido de Donald Trump

Homenagem expõe Gloria Gaynor

Gloria Gaynor, reconhecida como diva pela comunidade LGBTQIA+ pelo hino “I Will Survive”, foi escolhida para receber o Prêmio Kennedy, uma das maiores honrarias culturais dos Estados Unidos, ao lado do ator Sylvester Stallone e da banda Kiss, em evento organizado pelo governo de Donald Trump. O anúncio provocou pedidos para que ela recusasse como fez Tom Cruise, tendo em vista o retrocesso representado por Trump para os direitos da comunidade, que sustenta a carreira da cantora desde que seu hit estourou nos anos 1970 e virou símbolo da luta LGBTQIA+.

Entretanto, ela confirmou que iria receber o prêmio. Em comunicado pelo jornal Daily Mail, deu a seguinte justificativa: “Minha esperança é que, ao aceitar esta homenagem, eu possa dar continuidade ao fenômeno inspirador que começou com ‘I Will Survive’”.

Registros revelam doações ao Partido Republicano

Os fãs não entenderam, mas pouco depois da seleção de Trump vieram à tona registros da Comissão Eleitoral Federal (FEC) dos Estados Unidos apontando que a artista é doadora registrada do Partido Republicano, comandado por Donald Trump. Entre 2023 e 2024, Gloria destinou cerca de R$ 119 mil a campanhas de republicanos como o senador Ted Cruz, o ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy, o atual presidente da Casa, Mike Johnson, e o conselheiro de Segurança Nacional Marco Rubio.

As contribuições também contemplaram Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na ONU, Ben Carson, ex-secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, e Vivek Ramaswamy, que concorreu nas primárias republicanas de 2024 contra Trump.

Além disso, registros mostram que, em 2025, Gaynor realizou quatro repasses para a WinRed, plataforma oficial de arrecadação do Partido Republicano, vinculada ao Comitê Nacional Republicano.

Choque de realidade

A diva do hino libertário “I Will Survive” revelou-se, aos 85 anos, ser uma conservadora de carteirinha, eleitora e financiadora do partido de Donald Trump. E isto explica sua homenagem ao lado de outros conservadores como Stallone, George Strait e integrantes do Kiss, que se divide entre apoiadores como Ace Frehley e críticos como Paul Stanley.

Trump, que participa ativamente da seleção, admitiu ao The Washington Post ter papel central na escolha dos nomes. “Eu diria que estive cerca de 98% envolvido. Todos passaram por mim”, declarou.

Quando será a cerimônia?

A cerimônia do Kennedy Center Honors está agendada para 7 de dezembro e será exibida posteriormente na TV americana pela CBS e no streaming pela plataforma Paramount+.