
Instagram/Altas Horas
Felca relata ameaças no “Altas Horas” após denúncia contra exploração infantil
Influenciador expôs casos de sexualização de menores em vídeo que já ultrapassou 40 milhões de visualizações
Felca fala sobre impacto de vídeo-denúncia
Em sua participação no “Altas Horas”, na noite de sábado (16/7), Felca comentou as ameaças que sofreu após lançar o vídeo “Adultização”, no qual denunciou a exploração de menores em conteúdos publicados por influenciadores. “Algumas ameaças, sim, algumas críticas, movimentos de difamação, de tentar descredibilizar. Eu e meus amigos sabíamos o que estávamos fazendo, que era grande, tudo era esperado”, afirmou.
Ele reforçou que não teme represálias: “Pedófilos se sentiram atacados pessoalmente. Mas, sinceramente, quem tem que ter medo são eles, não uma pessoa que está denunciando, quem tem que ter medo são os pedófilos.”
O que motivou a indignação?
Durante a entrevista, Felca relatou que conteúdos aparentemente inofensivos escondiam práticas de aliciamento. “Eram conteúdos inocentes, criança brincando, se divertindo, mas tinham pedófilos ‘cantando’ aquelas crianças. Você vê aquilo, vê pessoas que adultizam propositalmente a criança… Se você não sente uma indignação, não é ser humano. Eu senti uma indignação, tinha um público e falei. Liguei minha câmera no meu quarto e causou um movimento tão gigantesco que está sendo nebuloso, meio difícil de cair a ficha.”
O youtuber destacou a repercussão do vídeo de 50 minutos, que já ultrapassou 40 milhões de visualizações no YouTube, e disse ter recebido registros de pessoas assistindo ao conteúdo em transportes públicos. “Fico muito feliz porque não é sobre mim, é sobre a causa”, disse.
Como cresceram suas redes sociais?
Após a publicação, o influenciador registrou aumento expressivo em seguidores. “Eu tinha, em todas as redes, talvez, de 15 milhões a 20 milhões. Na rede social principal, 8,8 milhões. Hoje, só na rede principal, [tenho] 15,5 milhões. Em cinco dias, foram mais de 7 milhões 9de novos seguidores) e crescendo.”
Felca também compartilhou memórias pessoais, lembrando que quis começar a criar conteúdo aos 12 anos, mas recebeu orientação dos pais para esperar. “Meus pais falaram que era bacana o que estava fazendo, mas era cedo, tinha que esperar amadurecer. Na minha cabeça de pré-adolescente, não entendi, fiquei revoltado por um tempo. Hoje olho para trás, entendo e agradeço aos meus pais.”
Denúncia envolveu Hytalo Santos
O vídeo de Felca expôs práticas atribuídas ao influenciador Hytalo Santos, que aparece em registros com adolescentes em situações de conotação sexual. Em seus conteúdos, Hytalo fazia perguntas como “já pulou a cerca?”, “já pegou mais de quatro na balada?” e “já sentiu vontade de ficar com pai, mãe, primo ou tio de um amigo?”.
Após a divulgação do vídeo, Hytalo foi proibido de manter contato com menores de 18 anos e teve seus perfis derrubados das redes sociais, em decisão decorrente de ação civil pública do MP da Paraíba. As investigações do Ministério Público, iniciadas no fim de 2024 após denúncias de vizinhos, apontam a exploração de adolescentes para obtenção de lucro Na sexta, ele e o marido, Israel Natã Vicente, conhecido como Euro, foram presos em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Na ação, o Ministério Público destacou que o vazamento de informações sigilosas atrapalharam o andamento do caso, o que motivou o pedido de prisão.
Manifestação da defesa de Hytalo
O advogado do influenciador chamou a prisão de “ilegal”, em entrevista coletiva no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). “Estamos diante de uma decisão ilegal”, disse Felipe Cassimiro.
“São inocentes. Pessoas que estão sendo, não queria utilizar a palavra perseguição, mas são pessoas que estão sofrendo bastante com isso que está acontecendo”, afirmou o advogado, ressaltando que não existe denúncia formal apresentada pelo Ministério Público. “Não há acusações porque o Ministério Público não ofereceu uma denúncia. A gente tem aqui indícios penais que podem ser catalogados por qualquer delegado de polícia. Enquanto não houver uma acusação formal, é muito temerário falar de acusação”, declarou.
O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.