
Divulgação/Disney+
Estas são as 10 melhores séries de agosto
Destaques do mês incluem "Alien: Earth", "Wandinha", "Pacificador", "Amor Platônico" e produções brasileiras como "Pssica" e a estreante "Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente"
Todo final de mês, a Pipoca Moderna seleciona os destaques do período. Com a avalanche de conteúdo das plataformas é muito fácil deixar passar títulos que não ganham tanta promoção, incluindo produções elogiadas que podem escapar entre a disputa por atenção. Por isso, o Top 10 mensal serve para destacar os sucessos e as descobertas do período. Confira abaixo nossa lista com as melhores séries lançadas em agosto.
📺 ALIEN: EARTH | Disney+
A primeira série da franquia “Alien” é ambientada em 2120, um pouco antes da cronologia do filme inaugural, lançado nos cinemas em 1979. Criada por Noah Hawley (“Fargo”) e produzida por Ridley Scott (diretor do primeiro “Alien”), a trama mantém o impacto cinematográfico da saga no streaming, ao levar o horror dos Xenomorfos para a Terra. A ação se passa em Prodigy City, metrópole futurista que mergulha no caos após a queda de uma nave espacial. O interior do veículo traz cinco espécimes alienígenas coletadas em outros mundos, incluindo um Xenomorfo com sangue ácido.
A narrativa acompanha Wendy, interpretada por Sydney Chandler (filha de Kyle Chandler e intérprete de Chrissie Hynde na série “Pistol”), que se torna a primeira consciência humana transferida para um corpo sintético. Com mentalidade adolescente, a personagem enfrenta o dilema de sua própria natureza, questionando os limites de sua humanidade. Wendy foi treinada como soldado de elite após trocar seu corpo doente pelo de uma poderosa androide por meio de tecnologia experimental e atua sob orientação de Kirsh (Timothy Olyphant, de “Justified”), androide mercenário a serviço de uma grande corporação.
Com o acidente, Wendy e Kirsh lideram uma equipe de recuperação e se deparam com a ameaça letal do Xenomorfo, desencadeando uma missão que rapidamente se transforma em uma luta desesperada por sobrevivência em meio à metrópole sitiada.
O elenco inclui Alex Lawther (“The End of the F***ing World”), Samuel Blenkin (“A Crônica Francesa”), Essie Davis (“O Babadook”), Adarsh Gourav (“O Tigre Branco”), David Rysdahl (“Nove Dias”), Babou Ceesay (“Rogue One: Uma História Star Wars”), Jonathan Ajayi (“Noughts + Crosses”), Erana James (“The Wilds”), Lily Newmark (“Cursed”), Diêm Camille (“The Bastard Son & The Devil Himself”), Kit Young (“Sombra e Ossos”), Adrian Edmondson (“Star Wars: Os Últimos Jedi”), Moe Bar-El (“Periféricos”) e Sandra Yi Sencindiver (“Fundação”).
📺 WANDINHA | Netflix
O fenômeno do streaming, série em inglês mais vista da Netflix, retorna com novos episódios e um novo ano de Wandinha Addams na Escola Nunca Mais, agora comandada pelo personagem Barry Dort, interpretado por Steve Buscemi (“Boardwalk Empire”). A presença da protagonista continua a causar impacto entre alunos e professores, enquanto novos mistérios ganham forma ao seu redor. Entre antigos rivais e ameaças inéditas, Wandinha precisa enfrentar a crescente exposição e uma inquietante visão de morte.
Logo nos primeiros momentos, o reencontro com Enid sugere uma breve retomada da convivência entre colegas, mas a aparente tranquilidade se desfaz quando Wandinha tem uma premonição com a morte da colega de quarto e se vê como principal suspeita do crime. A visão se torna o núcleo dramático da primeira parte da 2ª temporada, levando à investigação de um novo vilão desconhecido — e até mesmo a zumbis. Mas essa não é a única preocupação nova da protagonista, que também precisa lidar com a chegada de seu irmão caçula Feioso à escola.
O elenco conta com os retornos de Jenna Ortega (Wandinha), Emma Myers (Enid), Catherine Zeta-Jones (Morticia), Luis Guzmán (Gomez), Isaac Ordonez (Feioso), Hunter Doohan (Tyler), Joy Sunday (Bianca), Moosa Mostafa (Eugene), Georgie Farmer (Ajax) e Luyanda Unati Lewis-Nyawo (Richie Santiago). Entre as novidades estão Thandiwe Newton (“Westworld”), Billie Piper (“Doctor Who”), Noah Taylor (“Preacher”), Christopher Lloyd (“A Família Addams”), Joanna Lumley (“Absolutely Fabulous”), Haley Joel Osment (“O Sexto Sentido”), Frances O’Connor (“Invocação do Mal 2”), Heather Matarazzo (“Pânico”) e participação especial de Lady Gaga como uma professora, mas apenas na segunda parte, prevista para 3 de setembro.
A produção continua sob responsabilidade de Alfred Gough e Miles Millar (criadores de “Smallville”), com Tim Burton (“Edward Mãos de Tesoura”) na direção e produção executiva.
📺 PACIFICADOR | HBO Max
O retorno do anti-herói vivido por John Cena amplia o universo da série ao colocá-lo em realidades alternativas, incluindo uma dimensão em que vive um romance com Harcourt (Jennifer Holland) e é celebrado como herói. A aparente calmaria é interrompida pela chegada de Rick Flag Sr. (Frank Grillo), decidido a acabar com sua vida numa vingança pela morte do filho em “O Esquadrão Suicida”.
A 2ª temporada também envolve o confronto com a Gangue da Justiça, que reúne Guy Gardner/Lanterna Verde (Nathan Fillion), Kendra Saunders/Mulher-Gavião (Isabel Merced) e Maxwell Lord (Sean Gunn). Os eventos se passam cerca de um mês após o filme “Superman” e contam com roteiros de James Gunn, cineasta do longa do Homem de Aço, que também dirige três episódios e assina a produção ao lado de Peter Safran e do próprio Cena.
📺 AMOR PLATÔNICO | Apple TV+
Seth Rogen e Rose Byrne, astros de “Vizinhos”, vivem Will e Sylvia, velhos amigos que se reconectam após muitos anos. A proposta original era de uma minissérie, mas a boa recepção garantiu novos episódios. Na 2ª temporada, a amizade de 25 anos é testada por mudanças em suas vidas pessoais, que incluem relacionamentos amorosos e questões de trabalho. O foco está na tentativa de manterem a amizade intacta, mesmo com os desafios da vida adulta, especialmente um novo relacionamento de Will, que ameaça a dinâmica da dupla, apesar de Sylvia já ser casada. As situações exploram desconfortos sociais, jantares desajeitados e tentativas frustradas de maturidade, preservando o tom cômico com inserções de humor físico.
A série foi a primeira de Rogen na Apple TV+ antes de estourar com “O Estúdio”, e a segunda de Byrne, que estrelou “Physical”. Os dois, que viveram um casal em “Vizinhos”, dividem as cenas com Carla Gallo (também de “Vizinhos”), Luke Macfarlane (“Mais que Amigos”), Tre Hale (“Amor e Monstros”) e Andrew Lopez (“Não Vai Dar”).
A criação é de Nick Stoller, diretor de “Vizinhos”, e sua esposa Francesca Delbanco (“Amigos da Faculdade”), que também compartilham direção e os roteiros.
📺 OUTLANDER: BLOOD OF MY BLOOD | Disney+
A atração derivada do sucesso “Outlander” expande o universo criado pela escritora Diana Gabaldon ao explorar as origens das famílias de Claire e Jamie Fraser. Ambientada em duas linhas temporais distintas — uma na Escócia do século 18 e outra na Inglaterra do começo do século 20, durante a 1ª Guerra Mundial —, a trama acompanha os romances formadores dos clãs Beauchamp e Fraser, revelando como seus antepassados se conheceram e desafiaram convenções de suas épocas.
Nos episódios, os pais de Jamie são vividos por Jamie Roy (“Condor”) e Harriet Slater (“Pennyworth”) em um arco ambientado nas Highlands, ainda sob forte influência dos clãs rivais. Paralelamente, Jeremy Irvine (“Cavalo de Guerra”) e Hermione Corfield (“Missão: Impossível – Efeito Fallout”) vivem os pais de Claire, que se conhecem em meio aos horrores da guerra e, por meio de um elemento místico, acabam transportados para 1714, aproximando o passado de Claire ao de Jamie muito antes do casal se encontrar.
Apesar do foco em novos personagens, a série não abandona a narrativa romântica e o rigor histórico que marcaram a série original, explorando temas como honra, legado e resistência. Mesmo quem nunca assistiu “Outlander” pode acompanhar “Blood of My Blood” de forma independente, já que a narrativa funciona como ponto de partida e ao mesmo tempo ecoa eventos da saga principal.
Com produção executiva de Ronald D. Moore (criador de “Outlander”) e desenvolvimento de Matthew B. Roberts (também vindo da série original), a atração mantém a consultoria de Diana Gabaldon e já está com a 2ª temporada em produção.
📺 TWISTED METAL | HBO Max
Baseada na franquia homônima de jogos para PlayStation, a série traz Anthony Mackie (“Falcão e o Soldado Invernal”) como John Doe numa trama de combate veicular claramente inspirada no clássico “Corrida da Morte – Ano 2000” (1975). “Twisted Metal” começou no PlayStation em 1995 e já conta com oito títulos, em que o jogador enfrenta diferentes motoristas assassinos numa perseguição mirabolante.
A 2ª temporada traz John Doe e sua aliada Quiet (Stephanie Beatriz, de “Brooklyn Nine-Nine”) enfrentando novos perigos em um torneio de demolição comandado por Calypso, personagem interpretado por Anthony Carrigan (“Barry”). A competição reúne 16 pilotos em busca de um prêmio capaz de realizar um desejo, destacando Sweet Tooth, um dos principais antagonistas da franquia, vivido fisicamente por Joe Seanoa (Samoa Joe) e dublado por Will Arnett (“Arrested Development”).
A jornada ganha novos conflitos após o reencontro com a irmã de John, a vigilante Dollface, papel de Tiana Okoye (“Casal de Fachada”), reforçando a presença de personagens inéditos na temporada.
📺 PSSICA | Netflix
O reencontro entre o roteirista Bráulio Mantovani e o diretor Fernando Meirelles, parceiros indicados ao Oscar por “Cidade de Deus” (2002), é uma minissérie ambientada na região Norte do Brasil. Criada por Mantovani em colaboração com Fernando Garrido (“Cangaço Novo”) e Stephanie Degreas (“Albatroz”), a obra é produzida por Meirelles, que dirige um dos quatro episódios, enquanto os demais ficam a cargo de seu filho, Quico Meirelles (“Pico da Neblina”).
Gravada no Pará, com passagens pelos rios da Amazônia, a narrativa acompanha três personagens em jornadas distintas, mas entrelaçadas pela violência, pela criminalidade e pela crença em uma maldição. Janalice (Domithila Cattete) é uma jovem vítima do tráfico humano; Preá (Lucas Galvino) lidera uma gangue de “ratos d’água” que domina as rotas fluviais da Amazônia atlântica; e Mariangel (Marleyda Soto) persegue vingança após perder a família. Seus caminhos se cruzam em um cenário de sobrevivência e redenção, onde todos acreditam estar sob a “pssica”, força sombria que ameaça seus destinos. A história é inspirada no livro homônimo lançado em 2015 pelo autor paraense Edyr Augusto.
📺 MÁSCARAS DE OXIGÊNIO (NÃO) CAIRÃO AUTOMATICAMENTE | HBO Max
Ambientada no Rio de Janeiro dos anos 1980, durante a pandemia da Aids, a minissérie acompanha um grupo de comissários de bordo que enfrenta a falta de acesso ao AZT, medicamento antirretroviral proibido no Brasil naquela época. Para garantir o tratamento de pessoas vivendo com HIV, eles criam uma rede clandestina de contrabando, arriscando suas próprias vidas. No centro da história está Johnny Massaro (“Verdades Secretas”) como chefe de cabine, um homem gay e soropositivo que se une aos colegas na luta pelo remédio essencial. O elenco também traz Bruna Linzmeyer (“Pantanal”), Ícaro Silva (“Cara e Coragem”), Eli Ferreira (“Órfãos da Terra”) e Hermila Guedes (“Cangaço Novo”).
A direção é assinada por Carol Minêm (“O Rei da TV”), com direção geral de Marcelo Gomes (“Joaquim”). Os roteiros ficam a cargo de Leonardo Moreira (“45 do Segundo Tempo”) e Patricia Corso (“Dissonantes”). A médica infectologista Márcia Rachid colaborou na pesquisa. Produzida pela Morena Filmes, a obra foi selecionada para o Berlinale Series Market, espaço dedicado a séries no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
📺 NA LAMA | Netflix
A produção argentina acompanha cinco detentas recém‑chegadas ao presídio feminino de segurança máxima La Quebrada, que formam uma aliança a partir de um violento acidente ocorrido durante o transporte prisional. O incidente estabelece a união entre elas, que logo precisam enfrentar a corrupção sistêmica, disputas de poder entre facções e tensões internas muito intensas
O núcleo da narrativa é Gladys “La Borges” Guerra (interpretada por Ana Garibaldi, de “El Marginal”), condenada após uma tentativa de sequestro, que rapidamente se torna líder do grupo. Outras personagens centrais incluem La Gallega (Ana Rujas, “A Messias”) e La Zurda (Lorena Vega, “Invejosa”), cujas histórias se entrelaçam de forma dramática e visceral ao longo da temporada.
Criação de Sebastián Ortega, a série é um spin‑off da premiada “El Marginal”, série carcerária lançada em 2016, só que agora com foco exclusivo em personagens femininas. Embora completamente ficcional, a trama se apoia em elementos realistas inspirados em situações reais vividas por mulheres encarceradas na América Latina. Mistura ação, suspense e crítica social com um retrato cru do ambiente prisional feminino, destacando a resistência atrás das grades.
📺 O REI DO PEDAÇO | Disney+
A antiga série clássica da Fox, criada por Mike Judge (autor também de “Beevis and Butt-head”), está de volta com episódios inéditos após 15 anos fora do ar. A 14ª temporada mostra logo como a passagem do tempo impactou a vida da família Hill. Os novos episódios começam com a volta dos agora aposentados Hank e Peggy aos Estados Unidos após um período na Arábia Saudita, apenas para encontrar a cidade de Arlen, no interior do Texas, radicalmente diferente, marcada por aplicativos de transporte, banheiros de gênero neutro e a cultura da cerveja artesanal. Ao mesmo tempo, precisam lidar com a independência de Bobby, agora com 21 anos e trabalhando como chef em Dallas.
A temporada mantém o humor de observação que consagrou a atração, mostrando a antiga vizinhança em novas dinâmicas sociais, sem perder a essência crítica que confunde seus espectadores casuais. Afinal, os personagens são conservadores, mas acabam passando uma mensagem tão progressista quanto “Tudo em Família” em sua época, nas mesmas condições.
O criador Mike Judge volta como voz de Hank, Kathy Najimy segue dublando Peggy e Pamela Adlon também foi mantida como Bobby, apesar de sua transformação em adulto. A manutenção da voz feminina no personagem foi uma decisão criativa que levou em conta a familiaridade do público. Já a participação do resto do elenco ganhou conotação fúnebre. Luanne, sobrinha de Peggy, e seu marido Lucky sumiram da história. Eles não voltarão a aparecer para preservar o legado de seus dubladores originais, a atriz Brittany Murphy (1977-2009) e o cantor Tom Petty (1950-2017), já falecidos. Por outro lado, o encrenqueiro Dale Gribble volta com a voz de Johnny Hardwick (1958-2023) por seis episódios póstumos. Nos demais, Toby Huss (“Halt and Catch Fire”) assume o papel, deixando de dublar Kahn, que agora passa a ser interpretado por Ronny Chieng (“M3GAN”). Outra voz póstuma pertence a Jonathan Joss (1965-2025), que também dublou John Redcorn antes de ser assassinado em junho passado. Além disso, o jazzista Chuck Mangione (1940-2025), que aparecia como si mesmo no desenho, faleceu em 22 de julho.
A crítica americana recebeu positivamente a retomada da série, que registrou 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, graças à calibragem equilibrada entre o tom nostálgico e o olhar atualizado para discussões de 2025.