
Instagram/Toninho Geraes e Adele
Justiça do Rio desiste de julgar plágio de Adele e empurra decisão para São Paulo
Mudança de foro surpreende equipe do compositor Toninho Geraes, que processa cantora e Universal Music
Transferência surpreende equipe de Toninho Geraes
A Justiça do Rio de Janeiro desistiu de julgar o processo em que Toninho Geraes acusa Adele de plágio pela música “Million Years Ago” e transferiu o caso para São Paulo. A medida, que atendeu a um pedido da Universal Music, foi tomada mesmo com as sedes do compositor e da gravadora no Rio, e pegou de surpresa os advogados do brasileiro.
A ação reúne quase 8 mil páginas, incluindo laudos periciais, vídeos e depoimentos, e havia resultado, no fim de 2024, na determinação de retirada da música das plataformas digitais — decisão posteriormente revertida a pedido da Universal Music. A transferência faz com que o caso deixe a 6ª Vara Empresarial do Rio para recomeçar de novo na Justiça paulista.
Por que a defesa de Toninho contesta a mudança?
A equipe jurídica de Toninho Geraes classificou nesta quinta-feira (17/7) a transferência como “inusitada”. “Declinar da competência para o Estado Paulista dificulta a defesa de Toninho e turba um processo que já se encontrava em fase adiantada”, disseram os advogados em nota para a imprensa.
“Toninho Geraes é parte vulnerável, muito mais fraco economicamente que seus adversários: destaque para a indústria musical e Adele”, segue o texto divulgado. “Vale lembrar que dois juízes de primeira instância e três de segunda do Rio de Janeiro já haviam despachado no processo. Nenhum se declarou incompetente”.
Além disso, a defesa anexou laudo pericial para comprovar o suposto plágio e apresentou provas que, segundo o grupo, reforçam a acusação. Já a defesa de Adele argumenta que as semelhanças são apenas um “clichê musical”, negando o plágio.
O que está em jogo entre Toninho Geraes e Adele?
A disputa judicial envolve pedido de indenização de R$ 1 milhão, além de danos materiais a serem calculados sobre royalties de Adele, Greg Kurstin, XL Recordings, Universal Music e demais envolvidos. O Tribunal de Justiça do Rio havia decidido, em dezembro de 2024, pela suspensão de “Million Years Ago” das plataformas, justificando que havia uma semelhança “indisfarçável” entre a obra de Toninho e a canção de Adele, fixando multa de R$ 50 mil por descumprimento.
No início deste ano, a defesa do compositor abriu queixa-crime por falsidade ideológica e documental contra Adele, Kurstin e as gravadoras, apontando “irregularidades” como “rasuras e entrelinhas inseridas à mão” nas procurações dos réus.
Até o momento, a Universal Music não se manifestou publicamente sobre a mudança de foro. O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.