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Divulgação/Epic Records

Música|22 de julho de 2025

Ozzy Osbourne, lenda do rock, morre aos 76 anos

Vocalista do Black Sabbath faleceu duas semanas após show de despedida com o Black Sabbath, vítima de Parkinson


Pipoque pelo Texto ocultar
1 Morte de uma lenda
2 Da infância pobre ao rock
3 Surge o heavy metal
4 O começo da carreira solo
5 Novas parcerias e consolidação
6 A vida como um reality show
7 Volta e despedida do Black Sabbath
8 Problemas de saúde
9 O último show

Morte de uma lenda

Ozzy Osbourne, o lendário vocalista do Black Sabbath, morreu nesta terça (22/7) aos 76 anos. A família confirmou a informação em comunicado: “É com mais tristeza do que as palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com a família, cercado de amor. Pedimos respeito à privacidade neste momento.”

A morte ocorreu duas semanas após seu show de despedida em sua cidade natal, Birmingham, Inglaterra, quando se reuniu ao Black Sabbath e tocou ao lado de nomes como Metallica, Guns n’ Roses e Steven Tyler.

Da infância pobre ao rock

Considerado um dos artistas mais influentes de sua geração, Ozzy foi peça central para a consolidação do heavy metal. Nascido em 3 de dezembro de 1948, John Michael Osbourne era filho de operários, com três irmãs mais velhas e dois irmãos mais novos. O apelido “Ozzy” surgiu na escola primária como diminutivo do sobrenome, anos antes de virar sinônimo de “príncipe das trevas” no rock.

Fã dos Beatles desde a adolescência, Ozzy afirmou que a música “She Loves You” foi responsável por despertar seu desejo de ser músico. Aos 15 anos, abandonou a escola para trabalhar em construção civil, como encanador, afinador de buzinas de automóveis e aprendiz de ferramentaria. Cometeu delitos pequenos na juventude e chegou a cumprir seis semanas de prisão por roubo e falta de pagamento de multa.

Em 1967, Geezer Butler formou o grupo Rare Breed, com Ozzy como vocalista, mas a banda terminou após dois shows. O baixista e o cantor voltaram a trabalhar juntos no Polka Tulk Blues, junto com o guitarrista Tony Iommi e o baterista Bill Ward, rebatizando-se como Earth e finalmente Black Sabbath em agosto de 1969 — nome inspirado em um filme de terror italiano de 1963 estrelado por Boris Karloff. O grupo adotou uma estética sombria, influenciada por visões noturnas de Butler e pelo desejo de explorar temas obscuros.

Surge o heavy metal

A formação original fez história já nos primeiros álbuns, “Black Sabbath” e “Paranoid”, sucessos imediatos no Reino Unido e nos Estados Unidos, que com seus riffs de guitarra, vocais agudos e temas macabros conceberam som e estética de todo um gênero musical: o nascente heavy metal. No mesmo período, Ozzy conheceu Sharon Arden, filha do empresário Don Arden, que se tornou empresário da banda.

“Master of Reality” saiu em 1971 e consolidou as bases do som do heavy metal, tornando-se o primeiro disco do Black Sabbath a chegar ao Top 10 americano. Seguiram-se mais álbuns clássicos como “Black Sabbath Vol. 4” (1972), “Sabbath Bloody Sabbath” (1973) e “Sabotage” (1975). No auge do sucesso, porém, Ozzy enfrentou problemas com drogas e álcool, passando por um divórcio com Thelma Riley e tensão com os demais integrantes, que tentavam fazer com que levasse a banda mais a sério. Após “Technical Ecstasy” (1976) não repetir o sucesso dos discos anteriores, Ozzy se fartou da banda e decidiu se focar em sua carreira solo. Os demais músicos ainda conseguiram convencê-lo a permanecer para o disco “Never Say Die” (1979), mas as gravações foram um desastre e, em meio a discussões no estúdio, foi dispensado em definitivo pelos demais integrantes e substituído por Ronnie James Dio.

O começo da carreira solo

Com a demissão do Black Sabbath, o cantor se mudou para Los Angeles e gastou todos os royalties em drogas e bebidas, mas o empresário do Sabbath conseguiu com que ele fosse contratado por uma gravadora e mandou sua filha Sharon aos EUA cuidar da carreira do cantor. No final de 1979, sob a gestão dos Ardens, Osbourne formou o supergrupo Blizzard of Ozz com o baterista Lee Kerslake (do Uriah Heep), o baixista Bob Daisley (do Rainbow e, mais tarde, também Uriah Heep), o tecladista Don Airey (do Rainbow e, mais tarde, do Deep Purple) e o guitarrista Randy Rhoads (do Quiet Riot). Só que a gravadora lançou o disco em 1980, batizado com o nome da banda, como se fosse um trabalho solo de Ozzy. E assim começou a segunda fase da carreira do cantor.

O segundo disco, “Diary Of A Madman” (1981), foi o último trabalho de Randy Rhoads, que morreu em um acidente aéreo em 1982. Ozzy e Sharon também se casaram naquele ano, marcado por muitas mudanças na vida do cantor.

Novas parcerias e consolidação

Após ser destaque no primeiro Rock in Rio e no festival Live Aid em 1985, Ozzy descobriu Zakk Wylde, que se tornou seu principal parceiro a partir de “No Rest For The Wicked” (1988). O lançamento foi um grande sucesso, que colocou a música “Close My Eyes Forever”, dueto com Lita Ford (ex-Runaways) no Top 10 da Billboard em 1988. Para completar, a turnê do disco também marcou uma reunião do cantor com Geezer Butler.

Ozzy manteve a relevância nos anos 1990 com o álbum “No More Tears” (1991), impulsionado pelo hit “Mama, I’m Coming Home”, e ganhou o Grammy de Melhor Performance de Metal por “I Don’t Want To Change The World”, do álbum ao vivo “Live & Loud” (1993).

“Ozzmosis” (1995) foi disco de platina e marcou a formação de outro supergrupo, com Zakk Wylde, Geezer Butler, Steve Vai (da banda de Frank Zappa), Deen Castronovo (Journey), Rick Wakeman (Yes) e Michael Beinhorn (produtor de Red Hot Chili Peppers e Soundgarden).

Em 1996, Ozzy e Sharon lançaram o Ozzfest, festival de heavy metal que revelou gerações do gênero e faturou mais de US$ 100 milhões. Enquanto isso, o cantor seguiu sua carreira de sucesso com “Down To Earth” (2001), que emplacou “Dreamer” no Top 10 da Billboard Mainstream Rock.

A vida como um reality show

Sua vida entrou numa terceira fase em 2002, quando a MTV lançou “The Osbournes”, que se tornou um dos programas de maior audiência da emissora e o primeiro reality a mostrar os bastidores da rotina de uma família de músico de rock. O programa acompanhava o cotidiano de Ozzy, Sharon e seus filhos Kelly e Jack Osbourne, exibindo os conflitos domésticos, as excentricidades e a dinâmica cotidiana do clã. As revelações íntimas encantaram o público pelo bom humor e transformaram a série num fenômeno, garantindo à família um contrato milionário para temporadas seguintes. O sucesso influenciou o gênero televisivo e abriu caminho para outros formatos de reality centrados em celebridades.

“The Osbournes” venceu o Emmy de Melhor Programa de Reality em 2002 e ajudou a impulsionar a carreira solo de Kelly Osbourne como cantora e apresentadora, além de transformar Sharon numa celebridade de mídia. A repercussão do programa também resultou em produtos derivados, como livros, especiais de TV e participações em outros realities.

Apesar do sucesso, a exposição trouxe desafios à família, incluindo questões de saúde e dependência química enfrentadas publicamente, além do diagnóstico de câncer de Sharon durante a série. Para complicar ainda mais, Ozzy sofreu acidente de quadriciclo em 2003, fraturando a clavícula, oito costelas e uma vértebra do pescoço. Durante a recuperação, o cantor conquistou seu primeiro 1º lugar nas paradas do Reino Unido, com uma regravação de “Changes” em dueto com a filha Kelly Osbourne, mantendo-se em evidência mesmo fora dos palcos.

Os problemas de saúde, porém, mudaram o tom do reality, que chegou ao fim em 2005, não sem antes consolidar os Osbourne como ícones da cultura pop.

Volta e despedida do Black Sabbath

Aos poucos, o cantor foi retomando sua carreira musical com os álbuns “Black Rain” (2007) e “Scream” (2010). Em 2009, ele publicou a autobiografia “I Am Ozzy”, um enorme sucesso editorial, e dois anos depois protagonizou o documentário “God Bless Ozzy Osbourne”, produzido pelo filho Jack.

Quando ninguém esperava, Ozzy voltou a se reunir com o Black Sabbath, resultando num último disco com a banda, “13” (2013), produzido por Rick Rubin (Beastie Boys, Red Hot Chili Peppers), mas sem Bill Ward, substituído por Brad Wilk (Rage Against The Machine). O disco liderou as paradas nos EUA e Reino Unido.

Após o lançamento de “13”, o Black Sabbath embarcou na turnê “The End Tour” (2016-2017), anunciada como a última da banda. A turnê percorreu vários países e culminou com o show final do grupo em fevereiro de 2017, em Birmingham, cidade natal dos integrantes.

Problemas de saúde

Com a despedida da banda, Ozzy retomou a carreira solo, lançando “Ordinary Man” (2020), seu retorno ao estúdio após uma década, com participações de Elton John, Post Malone, Slash, Duff McKagan (Guns N’ Roses) e Chad Smith (Red Hot Chili Peppers).

Entretanto, o período também marcou o começo dos problemas mais graves de saúde do artista, incluindo uma queda que agravou lesões antigas na coluna, pneumonia, infecções e diagnóstico da doença de Parkinson (revelado publicamente em 2020), que o afastaram dos palcos. Mesmo sem fazer longas turnês, Ozzy continuou recebendo homenagens e participou de premiações, eventos e colaborações pontuais.

O último show

Com o agravamento do Parkinson, Ozzy não conseguia mais ficar de pé e se apresentava sentado num trono. Vendo a saúde se deteriorar, ele e Sharon planejaram um grande show de despedida, realizado em 5 de julho em Birmingham e transmitido por streaming para todo o mundo. Com a participação de vários artistas do rock, incluindo Metallica, Guns N’ Roses e Steven Tyler, Ozzy se despediu do público no “Back to the Beginning Concert”, cantando músicas solo e também voltando a se juntar aos integrantes originais do Black Sabbath pela última vez, num reencontro com a formação clássica, que não tocava junta há décadas.

Em entrevista à Rolling Stone, ele declarou que seu objetivo era se recuperar o suficiente para fazer “um show onde eu possa dizer: ‘Oi, pessoal, muito obrigado pela minha vida'”. Em comunicado oficial, ele acrescentou: “Sou abençoado por fazer isso [me despedir] com a ajuda de pessoas que amo”.

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Marcel Plasse

Marcel Plasse é jornalista, participou da geração histórica da revista de música Bizz, editou as primeiras graphic novels lançadas no Brasil, criou a revista Set de cinema, foi crítico na Folha, Estadão e Valor Econômico, escreveu na Playboy, assinou colunas na Superinteressante e DVD News, produziu discos indies e é criador e editor do site Pipoca Moderna.

@Pipoca Moderna 2025
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