
Divulgação/Netflix
O que chega no streaming: Confira as principais estreias até 26 de julho
Seleção reúne os principais lançamentos de Netflix, Prime Video, Disney+, Max, Apple TV+, Globoplay, Crunchyroll, Mubi e VoD até 26 de julho
A programação das plataformas de streaming, na semana que começa neste domingo (20/7), privilegia o cinema em casa, com o lançamento de 15 filmes para os mais diferentes públicos. A relação vai da volta de Adam Sandler em “Um Maluco no Golfe 2” na Netflix à aventura juvenil “Karatê Kid: Lendas” em VoD, passando pelo terror “Until Dawn” na max/" class="tag-link" title="Ver mais sobre HBO Max">HBO Max e pelo vencedor do Oscar “Anora” na Prime Video. Para quem prefere séries, a lista traz a 2ª temporada de “The Walking Dead: Dead City” na Prime, o final de “Acapulco” na Apple TV+ e o resgate da minissérie clássica “A Presença de Anita” na Globoplay. São 22 destaques, previstos para chegar ao streaming até o próximo sábado, 26 de julho.
AGORA
🎞️ KARATÊ KID: LENDAS | VoD*
Mais de 40 anos após o original, a franquia “Karatê Kid” retorna aos cinemas para unir diferentes gerações da saga – e do público. Dirigido por Jonathan Entwistle (criador das séries “The End of the F*ing World” e “I Am Not Okay With This”, marcadas pelo humor ácido – aqui dando um salto para o cinema de ação familiar), o longa é o sexto da franquia e funciona como sequência direta tanto dos filmes clássicos estrelados por Ralph Macchio quanto do reboot de 2010 com Jackie Chan. A história se passa três anos após os eventos da série “Cobra Kai”, situando-se dentro do chamado “Miyagi-verso”. O grande atrativo de “Lendas” é justamente reunir, pela primeira vez, Daniel LaRusso (Macchio) e o Sr. Han (Chan) – mentor do remake de Jaden Smith – em uma mesma trama.
Apesar da presença dos famosos, o protagonista da vez é vivido pelo jovem ator sino-americano Ben Wang (da série “A Jornada de Jin Wang”), um adolescente prodígio do kung fu que, após uma tragédia familiar, é forçado a deixar sua casa em Pequim e se mudar com a mãe para Nova York. Em meio ao luto e ao choque cultural, Li tenta evitar conflitos, mas logo descobre que “os problemas o encontram” – seja enfrentando bullies na escola ou lidando com a saudade de casa. Quando um novo amigo americano precisa de ajuda contra um grupo rival de caratê, Li relutantemente se inscreve em um torneio de artes marciais local. Porém, ele percebe que apenas suas habilidades de kung fu não bastam para vencer os desafios. É aí que entra em cena seu mentor, o Sr. Han, que, sentindo a urgência da situação, chama um expert em caratê. Juntos, Han e Daniel unem seus estilos e filosofias para preparar o jovem, desenvolvendo respeito mútuo durante o treinamento.
O filme está repleto de easter eggs e homenagens: desde flashbacks de Sr. Miyagi (com imagens de arquivo de Pat Morita) até referências diretas ao treinamento clássico de Daniel-san. Jackie Chan, aos 70 anos, participou ativamente das cenas de ação – inclusive colaborando na coreografia das lutas. O diretor revelou que Chan sugeriu pequenas gags visuais durante as filmagens, como pular de cantos inesperados e rolar sobre mesas, que descreveu como “ideias mágicas” incorporadas na edição final.
Não há como negar que o sucesso inesperado da série “Cobra Kai” no streaming foi o motivo de a Sony apostar em retomar a franquia no cinema. Por isso, “Karatê Kid: Lendas” surge como um “reboot legado”, visando tanto os pais que vibraram com o filme de 1984 quanto filhos que maratonaram “Cobra Kai” na Netflix. Se manter o equilíbrio – assim como os ensinamentos do Sr. Miyagi – entre honrar o passado e empolgar o presente, “Lendas” poderá firmar um novo capítulo vencedor na saga “Karatê Kid”. As primeiras exibições indicam uma recepção calorosa dos fãs.
🎞️ A LENDA DE OCHI | VoD*
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Misturando elementos de fantasia medieval e aventura familiar, a produção infantil apresenta um mundo mágico criado pelo diretor de clipes Isaiah Saxon, em sua estreia em longa-metragem. A protagonista da história é Yuri (Helena Zengel, revelada em “Relatos do Mundo”), uma garota tímida que vive em um isolado vilarejo na ilha fictícia de Carpathia, onde desde cedo lhe ensinam a temer criaturas lendárias conhecidas como Ochi. Essas criaturas reclusas da floresta, reputadas como malignas e perigosas, são caçadas há gerações pelos moradores locais. Certo dia, ao acompanhar o pai numa caçada, Yuri encontra um filhote de Ochi ferido e abandonado. Movida pela compaixão, ela decide devolvê-lo à sua família, iniciando uma jornada repleta de obstáculos pelas densas matas e montanhas da região.
Conforme adentra territórios desconhecidos, a jovem descobre segredos sobre os Ochi e enfrenta desafios que testarão sua coragem, aprendendo lições de vida. A trama se desenvolve como um conto de fadas moderno, no qual a comunicação entre a menina e a criatura – sem palavras, baseada apenas em confiança – busca emocionar e cativar os espectadores.
O elenco estelar reforça a ambição do projeto: Finn Wolfhard (“Stranger Things”) vive Petro, irmão de Yuri que participa da caçada inicial e cujas convicções serão desafiadas pela aventura da irmã; Willem Dafoe (“Nosferatu”) interpreta Maxim, um enigmático explorador que cruza o caminho de Yuri e carrega conhecimentos antigos sobre os Ochi; e Emily Watson (“Chernobyl”) assume o papel de Dasha, uma habitante da vila dividida entre o medo e a curiosidade em relação ao desconhecido. Cada ator imprime autenticidade ao universo fantástico, tratando as interações com a criatura – concebida por efeitos especiais – de forma natural e afetiva.
Dirigindo seu primeiro longa-metragem, Isaiah Saxon demonstra um apuro visual singular, herdado de sua experiência prévia em animações e videoclipes. Ele filmou grande parte das cenas em locações reais nas montanhas dos Cárpatos, na Romênia, para trazer veracidade às paisagens encantadas de Carpathia. Essa opção confere ao filme um cenário de beleza rústica e palpável, contrastando com a fantasia das criaturas digitais. A fotografia valoriza luzes naturais e névoas matinais, criando uma atmosfera onírica que remete aos clássicos dos anos 1980, mas com toques contemporâneos de sensibilidade ambiental e tolerância.
🎞️ CONFINADO | VoD*
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O thriller claustrofóbico explora os limites da vigilância e da vingança nas sociedades urbanas. A trama segue Eddie (Bill Skarsgård, conhecido por viver o palhaço de “It – A Coisa”), um pai de família em apuros financeiros que decide cometer um furto para pagar dívidas. Ao tentar roubar um luxuoso carro aparentemente vazio, ele cai em uma armadilha engenhosamente arquitetada pelo proprietário do veículo, William (papel do veterano Anthony Hopkins). Eddie logo percebe que está trancado dentro do automóvel sem possibilidade de fuga, tornando-se joguete nas mãos de William – um misterioso vigilante que, à distância, submete o ladrão a um perverso jogo de punições morais. Conforme as horas avançam, o protagonista enfrenta privação de água e torturas psicológicas e físicas acionadas remotamente, enquanto o carrasco busca castigá-lo cruelmente por seu crime. A tensão crescente se sustenta na dinâmica de gato e rato entre os dois homens, confinados respectivamente em um cárcere de metal e numa obsessão justicialista.
Se a história parece conhecida, é porque se trata de remake do filme argentino “4×4” (2019), concebido pelos ótimos Mariano Cohn e Gastón Duprat (“Concorrência Oficial”), e que também já ganhou uma versão brasileira: “A Jaula” (2021), com Shay Suede no papel principal. Dirigido por David Yarovesky – cineasta por trás do terror subversivo “Brightburn: Filho das Trevas” – a versão americana refina a premissa de cenário único, praticamente limitado ao interior do carro, apostando na atuação intensa de Skarsgård e na voz implacável de Hopkins para conduzir o suspense.
🎞️ HURRY UP TOMORROW: ALÉM DOS HOLOFOTES | VoD*
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O musical concebido e estrelado por The Weeknd (Abel Tesfaye) segue uma versão ficcional do cantor, um músico atormentado pela insônia que está à beira de um colapso mental. Abalado pela perda de um amigo, ele começa a ser guiado por uma garota misteriosa (Jenna Ortega, de “Wandinha”) numa jornada surreal e existencial pela madrugada de Los Angeles. Barry Keoghan (“Saltburn”) também integra o elenco no papel de Lee, amigo do protagonista.
O filme atua como peça complementar ao álbum homônimo de The Weeknd e explora a fuga de si mesmo em cenas musicais elaboradas. Tematicamente, aborda questões de fama, culpa e perda, alinhadas a um clima de fantasia urbana.
A produção de “Hurry Up Tomorrow” marca um passo decisivo de The Weeknd rumo à carreira de ator. Antes de estrelar seu próprio filme, ele criou e protagonizou a série “The Idol” e flertou com as telas numa aparição em “Joias Brutas” (2019). A direção é de Trey Edward Shults, conhecido pelos dramas “Waves” e “Ao Cair da Noite”. Shults assina o roteiro junto com The Weeknd e Reza Fahim (“The Idol”), parceiro criativo do cantor. A produção é da Manic Phase, produtora independente de The Weeknd, com financiamento parcial da Live Nation, que também promove a turnê musical do cantor.
🎞️ ENTRE DOIS MUNDOS | VoD*
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Baseado na experiência real de uma jornalista, o drama social mergulha nas duras condições do trabalho precarizado na Europa contemporânea. A renomada escritora Marianne Winckler (Juliette Binoche, de “Acima das Nuvens”) decide se infiltrar anonimamente no cotidiano de trabalhadores braçais para investigar em primeira mão a realidade dos desempregados de longa data e subempregados no norte da França. Escondendo sua identidade e status, Marianne consegue emprego como faxineira em uma empresa de limpeza que atua num ferryboat que cruza o Canal da Mancha. Ao lado de colegas que mal conseguem pagar as contas mês a mês, ela passa madrugadas esfregando banheiros e recolhendo lixo, experimentando a exaustão física e a invisibilidade social que marcam esses profissionais. Durante seis meses vivendo esse alter ego, a autora forma laços de amizade verdadeiros com as outras faxineiras, em especial com a espontânea Christèle (Hélène Lambert, não-atriz descoberta na vida real), que lhe ensina truques do trabalho e compartilha sua intimidade. A imersão, porém, cobra um preço psicológico: conforme Marianne se aprofunda nas dificuldades financeiras e emocionais das novas companheiras, ela sente pesar por estar levando adiante uma farsa – afinal, ao término do livro investigativo, retornará ao seu confortável mundo de privilégios, enquanto aquelas mulheres permanecerão lutando para sobreviver. O filme explora esse conflito interno da protagonista, questionando a ética por trás de sua empreitada jornalística e as barreiras invisíveis entre classes sociais, mesmo quando indivíduos de origens distintas convivem lado a lado.
Dirigido por Emmanuel Carrère, escritor francês de prestígio em sua estreia na ficção cinematográfica, “Entre Dois Mundos” adota uma estética semi-documental que amplifica o realismo. Carrère lança mão de câmera no ombro e luz natural para filmar as longas jornadas de trabalho de Marianne e suas colegas, muitas vezes em silêncio ou em conversas banais que revelam muito sobre suas personalidades. Juliette Binoche, conhecida por equilibrar estrelato e comprometimento artístico, some na personagem – de cabelos desalinhados e mãos calejadas, ela convence como uma mulher de meia idade sem qualificações formais, desesperada por qualquer trabalho. Sua presença traz atenção ao filme, mas Binoche contracena sem vaidade com as atrizes amadoras que interpretam as faxineiras, gerando momentos de interação genuína e por vezes improvisada.
Lançado com boa recepção crítica na França, “Entre Dois Mundos” provoca discussões sobre empatia e desigualdade social, somando-se a outras produções europeias recentes sobre a precarização do trabalho – como “Dois Dias, Uma Noite”, dos irmãos Dardenne
🎞️ A LINHA DA EXTINÇÃO | Prime Video
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Anthony Mackie, o novo Capitão América da Marvel, enfrenta monstros nessa sci-fi de ação, que se passa após criaturas alienígenas dominarem a superfície da Terra. Em clima pós-apocalíptico, os poucos sobreviventes se abrigaram em montanhas, onde os monstros não conseguem sobreviver. Mas o personagem de Mackie precisa descer para a cidade mais próxima em busca de medicamentos. Ele interpreta um pai solteiro que viaja com duas mulheres com o objetivo de salvar a vida de seu filho, enfrentando várias criaturas pelo caminho.
A produção, orçada em apenas US$ 18 milhões, tem direção de George Nolfi (“Os Agentes do Destino”) e possui evidentes semelhanças com “Um Lugar Silencioso”, o que lhe rendeu comparações negativas e uma média de 58% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas o público curtiu – 80% no mesmo RT – , graças a elementos favoritos de luta de sobrevivência contra predadores alienígenas. As coadjuvantes são Morena Baccarin (“Gotham”) e Maddie Hasson (“Maligno”).
SEGUNDA
📺 PRESENÇA DE ANITA | Globoplay
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A minissérie que marcou época em 2001 e projetou Mel Lisboa finalmente chega ao streaming. Adaptação do livro de Mário Donato, a trama mergulha na relação entre Fernando (José Mayer), escritor de meia idade, e a ninfeta Anita (Mel Lisboa), explorando adultério e obsessão em 16 episódios marcados por tensão crescente entre os personagens.
Com roteiro de Manoel Carlos (“Mulheres Apaixonadas”), o enredo começa com a decisão de Lúcia Helena (Helena Ranaldi) de fugir da rotina acelerada de São Paulo, visando reacender a paixão em seu casamento na calma do interior. Fernando vê nas férias do casal a oportunidade de escrever um novo romance e, ao buscar inspiração na cidadezinha (fictícia) de Florença, encontra Anita, que se mudou para um sobrado onde aconteceu um homicídio passional.
Anita assume o perfil de uma Lolita, usando seu magnetismo adolescente para seduzir tanto Fernando quanto o jovem Zezinho (Leonardo Miggiorin), configurando um intenso triângulo amoroso que muda a vida de todos para sempre.
Na época de seu lançamento, a produção foi um enorme sucesso de audiência, alcançando média de 30 pontos no Ibope em São Paulo, mas também gerou polêmica por suas cenas sensuais, alimentando debates sobre moralidade. O relançamento é uma forma de conferir se a obra, dirigida por Alexandre Avancini (“Os Dez Mandamentos”) e Ricardo Waddington (“Boogie Woogie”), resiste ao teste do tempo.
🎞️ PROGRAMA DE DOMINGO: A HISTÓRIA DE ED SULLIVAN | Netflix
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O documentário narra a trajetória de Ed Sullivan, figura central na transformação da televisão americana durante as décadas de 1950 e 1960. Em um panorama repleto de arquivos históricos, o filme resgata o impacto cultural do apresentador televisivo, destacando sua importância como pioneiro na abertura de espaço para o rock no mainstream televisivo dos Estados Unidos.
Dirigido por Sacha Jenkins, o longa revela bastidores do lendário programa “The Ed Sullivan Show”, que não apenas lançou nomes como Elvis Presley e The Beatles para o estrelato nos Estados Unidos, mas também serviu de palco para a integração racial ao dar visibilidade inédita a talentos como Stevie Wonder, Diana Ross e The Jackson 5. O filme se apoia em depoimentos de artistas, familiares, jornalistas e historiadores, além de recriar trechos de cartas e reflexões de Sullivan, combinando as declarações com um vasto acervo audiovisual.
Ao reconstruir episódios emblemáticos e momentos de resistência, o documentário destaca as tensões políticas e sociais que marcaram a trajetória do apresentador, incluindo pressões de patrocinadores, tentativas de boicote e embates com redes concorrentes. A narrativa equilibra a abordagem biográfica com uma análise do legado social e cultural de Ed Sullivan, sem ignorar suas famosas polêmicas, como a disputa com Jim Morrison, cantor do The Doors, que ignorou apelos para mudar a letra de “Light My Fire” e cantou sobre se chapar ao vivo, durante a participação da banda no programa.
QUARTA
🎞️ ANORA | Prime Video
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Vencedor do Oscar de Melhor Filme e da Palma de Ouro do Festival de Cannes, a obra de Sean Baker (“Projeto Flórida”) desconstrói o mito da Cinderela moderna de “Uma Linda Mulher”, oferecendo um olhar mais cru, intenso e tragicômico sobre a história de uma jovem prostituta que se envolve com um milionário. A trama acompanha Ani, vivida por Mikey Madison (“O Menu”), uma dançarina exótica de 23 anos que trabalha em Manhattan. Ani odeia seu nome verdadeiro, Anora, mas é fluente em russo devido à ascendência. Sua vida toma um rumo inesperado quando ela conhece Vanya (Mark Eydelshteyn, de “O Herói do Holocausto”), o excêntrico e mimado filho de um oligarca russo. Os dois se conectam e ele a contrata para acompanhá-lo numa semana de farra em Nova York. Alguém menciona Las Vegas e, um voo fretado depois, eles correm pela “Cidade do Pecado”, tratando perdas de US$ 20 mil nos cassinos como se fosse uma piada. Vanya comenta casualmente que, caso se casassem, ele conseguiria um green card e não precisaria voltar para a Rússia para trabalhar para o pai. Então, eles se casam em uma capela.
O drama romântico se torna suspense de humor sombrio quando eles chegam em casa: a notícia de que Vanya se casou com uma prostituta chega aos seus pais, que, horrorizados, pegam o próximo voo para os Estados Unidos. Enquanto isso, Toros (Karren Karagulian, de “Red Rocket”), o encarregado armênio de Vanya, sempre estressado por ter que limpar suas muitas confusões, recebe a tarefa de manter tudo sob controle até a chegada dos pais. Quando eles aparecem, Vanya foge, Ani entra em pânico e uma perseguição desesperada cheia de caos e desordem começa, envolvendo desde destruição de lojas de doces em Coney Island até brigas entre strippers em boates de Nova York.
Agora, a esposa abandonada, junto com Toros e sua equipe, precisa localizar o filho desaparecido do oligarca o mais rápido possível. Sai “Uma Linda Mulher”, entra “Joias Brutas”. O fim do conto de fadas é o começo de uma trama caótica que impressionou a Academia, recebendo cinco prêmios no último Oscar.
Melhor Diretor e Roteirista do ano, Baker conduz o filme com maestria, equilibrando o absurdo cômico e o perigo real. A cinematografia crua e vibrante realça tanto o brilho das festas de Manhattan quanto os cantos mais obscuros da vida de Ani, e a trilha sonora pontua com precisão as viradas emocionais da trama. Com um terceiro ato emocional que foge das armadilhas de finais previsíveis, o filme reafirma o talento de Baker para explorar histórias à margem da sociedade com respeito, nuance e autenticidade. Uma obra que desafia expectativas e se firma como um dos destaques do cinema contemporâneo, tanto pelo seu impacto narrativo quanto pela profundidade de seus personagens. Além disso, lançou Mikey Madison, vencedora do Oscar de Melhor Atriz (sobre Fernanda Torres), ao estrelado.
📺 THE WALKING DEAD: DEAD CITY | Prime Video
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A 2ª temporada do spin-off de “The Walking Dead” volta a mostrar a Nova York devastada pela pandemia de zumbis. Na trama, a dinâmica entre Maggie (Lauren Cohan) e Negan (Jeffrey Dean Morgan) ganha novos contornos, em consequência da missão que os levou à ilha de Manhattan, dominada por uma facção violenta. Corroída por remorsos por ter entregue Negan em troca do filho Hershell, raptado pelos vilões, ela retorna à cidade para resgatá-lo. Mas o ex-líder dos Salvadores agora lidera o grupo local, retomando antigos hábitos em contraste com o arco de redenção vivido anteriormente.
A série também traz de volta os personagens de Gaius Charles (“Grey’s Anatomy”), um delegado obcecado, e Željko Ivanek (“Madam Secretary”) como um dos líderes do novo grupo. O roteiro assinado por Eli Jorné ainda amplia as paisagens da franquia, mostrando mudanças radicais no mundo pós-apocalíptico ao reintroduzir a energia elétrica ao centro da metrópole em ruínas. A atração já teve a 3ª temporada confirmada.
📺 WASHINGTON BLACK | Disney+
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A minissérie adapta o best-seller de Esi Edugyan sobre George Washington “Wash” Black, um menino prodígio nascido escravo em uma plantação de açúcar em Barbados no século 19. Criada por Selwyn Seyfu Hinds (“The Twilight Zone”), a produção combina aventura infantil, drama adulto e reflexão histórica ao explorar o amadurecimento do protagonista diante de uma sociedade marcada por opressão e desigualdade.
O enredo tem como ponto de partida um evento traumático, que força Wash a fugir da plantação em que vive escravizado. A fuga à bordo de um balão voador é o início a uma jornada de aventuras, que o leva a uma busca por novos significados para família, liberdade e amor em diferentes países e culturas – indo do calor do Caribe ao frio do Ártico.
O protagonista é interpretado por Eddie Karanja (“Sandman”) na infância e por Ernest Kingsley Jr. (“Sandman”) na fase adulta. Christopher “Titch” Wilde, vivido por Tom Ellis (“Lucifer”), se torna o mentor do garoto e é quem o impulsiona para além dos limites da plantação. Sterling K. Brown (“This Is Us”) dá vida à Medwin Harris, um refugiado que protege Wash e outros membros da comunidade negra quando ele chega em Halifax, no Canadá.
O elenco ainda conta com Iola Evans (“Escolha ou Morra”) como Tanna Goff, que vive o dilema de ser mestiça e se passar por branca, além de integrar o arco afetivo de Wash. Rupert Graves (“Sherlock”), Billy Boyd (“O Senhor dos Anéis”), Edward Bluemel (“Minha Lady Jane”) e Sharon Duncan-Brewster (“Sex Education”) completam o elenco de personagens que cruzam o caminho do protagonista.
📺 ACAPULCO | Apple TV+
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A comédia estrelada por Eugenio Derbez se despede em sua 4ª temporada, concluindo a história que acompanha a ascensão e as reviravoltas de Máximo Gallardo no resort Las Colinas. Inspirada no filme “Como se Tornar um Conquistador”, a produção alterna entre passado e presente para mostrar os desafios do protagonista, vivido por Enrique Arrizon na juventude e por Derbez, astro do filme original, na fase adulta.
No ciclo final, Máximo do presente se empenha em restaurar o Las Colinas para um relançamento oficial, enquanto em 1986 o jovem Máximo tenta recuperar o prestígio do hotel após a perda do topo no ranking anual de Acapulco. O roteiro enfatiza tanto o espírito de superação quanto os conflitos e situações inusitadas do universo hoteleiro.
Criada por Austin Winsberg (“Zoey e a Sua Fantástica Playlist”), Eduardo Cisneros (“Não Aceitamos Devoluções”) e Jason Shuman (“Half Brothers”), a série também é produzida por Derbez, que destacou em declaração oficial o impacto positivo da produção na representação da cultura mexicana e a alegria de ter conduzido uma jornada “inesquecível” ao longo de quatro temporadas.
🎞️ ANJOS MALIGNOS | Prime Video
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O diretor Martin Campbell e a atriz Eva Green, ambos de “007 – Cassino Royale”, voltam a trabalhar juntos neste thriller de ação com premissa de um “Rambo II” feminista. A missão traz Green à frente de uma equipe feminina de operações especiais, no entorno do Afeganistão e Paquistão, visando se infiltrar num grupo humanitário para resgatar estudantes mantidas reféns pelo Talibã.
O roteiro traz reviravoltas sentimentais e questões de redenção, mas falha em aprofundar as personagens secundárias, vividas por Maria Bakalova (“Morte, Morte, Morte”), Ruby Rose (“Batwoman”), Rona-Lee Shimon (“Fauda”) e outras menos famosas. Pancadaria, tiroteios e explosões mantém o enredo na média dos filmes dos anos 1990. Por outro lado, a falta de profundidade, o excesso de estereótipos, o desenvolvimento à base de clichês e o baixo orçamento dos efeitos visuais, pouco convincentes para o público atual, fizeram a crítica torcer o nariz, resultando em apenas 30% de aprovação no Rotten Tomatoes. Apesar disso, pode agradar aos consumidores dos filmes de bombas exibidos no horário noturno da TV.
QUINTA
📺 LET’S GO KARAOKE! | Crunchyroll
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A adaptação do mangá de Yama Wayama, mistura comédia e slice‑of‑life ao explorar a improvável parceria entre um yakuza e um jovem líder de coral do ensino médio. Quando Kyoji Narita, integrante de uma gangue criminosa, pressiona o estudante Satomi Oka a ajudá-lo a aprimorar suas habilidades em karaokê, os dois embarcam numa jornada divertida que vai além das melodias e atinge questões de insegurança, amizade e identidade
O design visual conserva traços do mangá original de 2020, com traço limpo e paleta suave, deixando espaço para cenas musicais e emocionais fluírem com naturalidade. Além disso, a narrativa captura o tom bem-humorado do mangá, em que Satomi se vê confrontado a ensinar não só notas musicais, mas também confiança e expressão pessoal a um membro da yakuza. A dinâmica entre os dois revela química que sustenta o humor no convívio nada convencional.
Dirigido por Asami Nakatani (“Yohane the Parhelion: Sunshine in the Mirror”) e com produção da Doga Kobo, o anime chega à Crunchyroll como parte tardia da programação de verão (japonês), com estreia simultânea ao lançamento no Japão.
SEXTA
🎞️ UM MALUCO NO GOLFE 2 | Netflix
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A sequência da comédia dos anos 1990 retoma a história de Happy Gilmore, personagem que marcou o início da carreira de Adam Sandler. O ex-jogador de hóquei convertido em golfista embarca novamente numa competição de golfe, desta vez com o objetivo de levantar dinheiro para pagar a escola de balé da filha, colocando em jogo seu talento e sua irreverência diante de antigos adversários e novas rivalidades.
Adam Sandler retoma o papel principal ao lado de Julie Bowen (“Modern Family”), que volta como Virginia Venit, agora casada com o protagonista e formando uma família numerosa. O rival clássico Shooter McGavin, vivido por Christopher McDonald (“O Homem que Mudou o Jogo”), é outro que dá as caras. Já entre os rostos inéditos, destacam-se o cantor Bad Bunny (“Trem Bala”), o jogador de futebol americano Travis Kelce, Margaret Qualley (“Substância”), Benny Safdie (“Joias Brutas”), Nick Swardson (“Gente Grande”), o rapper Kid Cudi (“Não Olhe para Cima”) e o lutador Maxwell Jacob Friedman.
A história foi roteirizada pelo próprio ator ao lado de Tim Herlihy, parceiro do filme original. O filme marca a 13ª colaboração da dupla, que começou a trabalhar junta nos anos 1990, durante a passagem do comediante pelo programa “Saturday Night Live”, e estreou no cinema com “Billy Madison” (1995) e o próprio “Um Maluco no Golfe” (1996). Já a direção é de Kyle Newacheck, responsável pelo maior sucesso recente de Sandler em sua fase Netflix, “Mistério no Mediterrâneo” (2019).
📺 OS ASSASSINATOS DA MANDALA | Netflix
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A série de suspense indiana acompanha uma onda de assassinatos ritualísticos em Charandaspur, cidade fictícia dominada por mistérios ancestrais. Uma dupla de detetives, interpretada por Vaani Kapoor (“Amor em Chandigarh”) e Vaibhav Raj Gupta (“Mai”), é chamada para investigar os crimes, conectados a uma sociedade secreta centenária, cujas crenças se confundem com antigas profecias e desafiam a lógica policial. Ao longo da investigação, os protagonistas se veem forçados a equilibrar ceticismo e crença diante do sobrenatural.
Criada por Gopi Puthra (“Corajosa”), também responsável pela direção, a trama mistura investigação criminal com elementos de terror e até aventura arqueológica ao estilo de “Indiana Jones”, mantendo clima de tensão crescente a cada episódio. Para os fãs de Bollywood, o chamariz é protagonismo de Vaani Kapoor, estrela da indústria cinematográfica indiana, que assume um papel intenso na primeira série de sua carreira.
📺 SNEAKY PETE | Netflix
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A Netflix resgata um tesouro perdido da Amazon. Apesar de pouco badalada, a série criada pelo ator Bryan Cranston (o Walter White de “Breaking Bad”) em parceria com o produtor David Shore (criador da série “House”) era uma das melhores do serviço Prime Video, com 96% de aprovação no site Rotten Tomatoes, mas não repercutiu com o grande público e acabou cancelada na 3ª temporada – que superou as anteriores e atingiu 100% junto à crítica americana. Muita gente não viu e agora, dez anos depois, tem a chance de descobrir o que perdeu.
As três temporadas contam uma história com final conclusivo sobre o personagem-título, vivido por Giovanni Ribisi (“Ted”). O detalhe é que, apesar de se apresentar como Pete, a identidade do protagonista era outra.
Seu verdadeiro nome era Marius Josipovic, um vigarista que, após ouvir as histórias contadas pelo verdadeiro Pete (Ethan Embry, da série “Once Upon a Time”), seu companheiro de cela na prisão, resolve aparecer na casa da família do outro ao conseguir liberdade, fingindo ser o rapaz que desapareceu há muito tempo. O vigarista se aproveita do fato de o verdadeiro Peter ter cortado todos os contatos há anos, para não dizer que estava preso, e convence a todos que é quem diz ser, encontrando um lugar para se esconder até conseguir levantar dinheiro para quitar uma dívida milionária. O problema é que fica cada vez mais enrolado por conta de suas mentiras.
O elenco ainda incluía Margo Martindale (“The Americans”), Marin Ireland (“The Slap”), Peter Gerety (“O Ano Mais Violento”), Shane McRae (“Para Sempre Alice”), Libe Barer (“Parenthood”) e chegou a ter participações do próprio Cranston.
🎞️ UNTIL DAWN – NOITE DE TERROR | Max
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Inspirado no popular jogo de terror do PlayStation, o filme marca a volta do diretor David F. Sandberg às suas origens, após dirigir dois títulos da franquia “Shazam!”. O cineasta sueco ganhou notoriedade no terror com os sucessos de “Quando as Luzes se Apagam” (2016) e “Annabelle 2: A Criação do Mal” (2017).
A produção não é uma adaptação literal. Em vez disso, usa a própria estrutura típica do videogame para criar um looping de repetição. Um ano após o desaparecimento misterioso de sua irmã, Clover e seus amigos se dirigem ao vale remoto onde ela sumiu, em busca de respostas. Ao explorar um centro de visitantes abandonado, eles se veem perseguidos por um assassino mascarado e acabam brutalmente assassinados um a um… apenas para recomeçar o tormento no início da mesma noite. Presos no vale, eles são forçados a reviver e morrer repetidamente – refletindo a experiência do game, onde a morte faz o usuário reiniciar o desafio. Só que, a cada vez que retornam à vida, o pesadelo é diferente, sempre mais aterrorizante que o anterior. Para piorar, o grupo logo percebe que tem um número limitado de vidas restantes, e a única maneira de escapar é sobreviver até o amanhecer.
O roteiro é assinado por Gary Dauberman, responsável por sucessos como “Annabelle”, “A Freira” e “It: A Coisa”, em parceria com Blair Butler, que trabalhou em “Convite Maldito” e “Morte Instantânea”. O tom mistura referências ao horror dos anos 2000 com metalinguagem, gore estilizado e reviravoltas absurdas.
O elenco inclui Ella Rubin (“The Chair”), Michael Cimino (“Com Amor, Victor”), Odessa A’zion (“Grand Army”), Ji-young Yoo (“Pachinko”), Belmont Cameli (“Saved by the Bell”), Maia Mitchell (“Os Fosters: Família Adotiva”) e Peter Stormare (“Fargo”), que interpretava um psiquiatra no game e faz uma participação como figura enigmática, reforçando o vínculo com o material original.
🎞️ SOMBRAS DE UM CRIME | HBO Max
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O pastiche de film noir de Neil Jordan (“Ondine”) acompanha um dos detetives mais famosos do gênero, Philip Marlowe, criação do escritor Raymond Chandler imortalizada nas telas por Humphrey Bogart e Robert Mitchum. Mas a história é baseada num livro recente, autorizado pelos herdeiros de Chandler e escrito por John Banville (autor de “Albert Nobbs”). Liam Neeson (“Busca Implacável”) interpreta o famoso detetive, contratado para encontrar o ex-amante da ambiciosa Clare Cavendish (Diane Kruger, de “Bastardos Inglórios”), herdeira de uma antiga estrela de Hollywood (vivida por Jessica Lange, de “American Horror Story”).
A investigação do desaparecimento dá início a uma série de reviravoltas mortais envolvendo a elite da indústria cinematográfica no final da década de 1930. Mas o roteiro arrastado e sem tensão de William Monaghan prejudica a homenagem ao gênero clássico – e lembra como ele conseguiu piorar o cult chinês “Infernal Affairs” (2002) em “Os Infiltrados” (2006), tornando-se superestimado como vencedor do Oscar pelo feito.
🎞️ SANEAMENTO BÁSICO, O FILME | HBO Max
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Quase duas décadas após encantar o público brasileiro, a comédia retorna em nova versão restaurada, reafirmando seu status de clássico do cinema nacional. Dirigido pelo premiado gaúcho Jorge Furtado, o longa-metragem se passa numa pitoresca vila de colonização italiana no sul do Brasil e aborda, com humor afiado e sátira metalinguística, a seguinte situação inusitada: os moradores locais precisam urgentemente construir uma fossa para tratar o esgoto da comunidade, mas só dispõem de verbas públicas destinadas ao projeto de um filme. A solução encontrada é fingir que farão um filme amador, apenas para usar o dinheiro na obra de saneamento – ideia que desencadeia uma série de situações cômicas e críticas. Enquanto organizam uma pequena equipe de filmagem improvisada, os moradores – interpretados por um elenco estelar liderado por Fernanda Torres, Wagner Moura e Camila Pitanga – esbarram em dificuldades técnicas e burocráticas, ao mesmo tempo em que refletem sobre a própria identidade cultural e as prioridades da gestão pública. O roteiro de Furtado, baseado em sua própria peça teatral, equilibra as piadas regionais e o comentário social: a falta de infraestrutura básica contrasta ironicamente com a aspiração de fazer arte, levando o espectador a rir e pensar sobre o absurdo de certas políticas.
No aspecto técnico e artístico, o filme não aparenta a idade que tem. A restauração em 4K, realizada para este relançamento, realça as belas paisagens serranas onde a história foi gravada – localidades como Bento Gonçalves e Monte Belo do Sul, na Serra Gaúcha, cujos cenários idílicos servem de pano de fundo para a trama comunitária. A direção de Jorge Furtado permanece ágil e inventiva, incorporando deliberadamente erros e limitações da “filmagem” dentro do filme como parte do charme cômico. Assim, tomadas tremidas, microfones aparecendo em cena e diálogos improvisados pelos personagens se tornam ferramentas narrativas que expõem a falta de recursos enquanto evidenciam a criatividade popular. O elenco, repleto de nomes consagrados – além de Torres, Moura e Pitanga, há participações de Bruno Garcia, Lázaro Ramos, Tonico Pereira e Paulo José – entrega atuações naturalistas e entrosadas, como se realmente fossem vizinhos de longa data reunidos na aventura de rodar um filme caseiro. A química entre os atores e o timing cômico preciso garantem risos genuínos.
O relançamento também convida a uma reflexão renovada sobre seu subtexto, que permanece pertinente. Na época da estreia original, Jorge Furtado provocou o debate: um país com déficit de saneamento tem o direito de financiar cinema com dinheiro público? A resposta proposta pelo próprio filme – e reafirmada pelo diretor – é que sim, pois uma sociedade precisa crescer em todas as áreas igualmente, e cultura é fundamental para a sobrevivência de uma nação. Essa mensagem, inserida de forma bem-humorada na narrativa, ganha ainda mais eco atualmente, num momento em que se discute investimento em arte e prioridades governamentais. A recepção crítica histórica da obra foi positiva, enaltecendo justamente essa mistura de sátira social e afeto pelos personagens. Agora, com o distanciamento do tempo, a obra se consolida como um retrato carinhoso de um Brasil profundo e de suas dificuldades cotidianas, sem deixar de ser universal em sua defesa da arte e da coletividade.
🎞️ TOXIC | Mubi
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O impactante filme de estreia da diretora lituana Saule Bliuvaitė, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno, traz uma narrativa crua e sensível sobre duas meninas de 13 anos. Marija (Vesta Matulytė), enviada para viver com a avó em uma cidade industrial cinzenta, encontra conforto na amizade com Kristina (Ieva Rupeikaitė), uma garota obcecada por escapar da pobreza através da moda. As duas se inscrevem em uma escola de modelos em busca de uma vida melhor. Mas, no impulso de escapar das limitações locais, logo se veem dentro de um ciclo nocivo que exige sacrifícios físicos e emocionais — reflexo de uma pressão social que remodela seus corpos e percepções
Bliuvaitė imprime uma atmosfera de suspense psicológico, construída com olhares silenciosos e silêncios significativos, enquanto o sonho de ascensão social por meio da moda transita rapidamente para um pesadelo emocional. A direção se destaca pelo minimalismo e realismo visual, explorando a frieza da paisagem industrial para apresentar os impactos psicológicos de uma busca por aceitação que pode ser derradeira.
SÁBADO
🎞️ FIVE NIGHTS AT FREDDY’S – O PESADELO SEM FIM | Netflix
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“Five Nights at Freddy’s” é uma franquia de videogame lançada em 2014, que rapidamente conquistou uma enorme base de fãs pelo mundo, ao desafiar os jogadores a sobreviverem ao ataque de personagens infantis hostis em um restaurante assombrado, chamado Freddy Fazbear’s Pizza. Na adaptação, Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”) arranja emprego de segurança noturno numa pizzaria abandonada, que costumava atrair o público com estilo de buffet infantil e bonecos eletrônicos. Durante a ronda noturna, ele descobre que as criações animatrônicas ganham vida e precisa lutar contra o terror para sobreviver – e salvar sua irmã caçula, que resolveu lhe fazer uma visita.
A adaptação foi feita para um público bem juvenil, evitando os jorros de sangue que se espera de um filme slasher (de psicopatas com facas) – veja-se, como exemplo sanguinolento, o similar “Willy’s Wonderland – Parque Maldito” (2021). Entretanto, é bastante fiel à premissa e a estética do game. Os animatrônicos e efeitos especiais foram criados pela empresa de Jim Henson, responsável pelos Muppets.
Além de Hutcherson, o elenco inclui Elizabeth Lail (“Você”), Piper Rubio (“Holly & Ivy”), Kat Conner Sterling (“A Semana da Minha Vida”), Mary Stuart Masterson (“Benny & Joon – Corações em Conflito”) e Matthew Lillard (“Scooby-Doo”). Já a direção ficou à cargo de Emma Tammi (“Terra Assombrada”), que fechou contrato para retornar em mais duas continuações.
* Os lançamentos em VoD (Video on Demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.