
Divulgação/Lionsgate e Legendary
Produtora de “Duna” avalia compra do estúdio de “John Wick”
Legendary negocia com Lionsgate Studios: projetos de coproduções e até aquisição estariam na mesa
Negociações aquecem após cisão da Lionsgate
A Legendary Entertainment, produtora responsável por grandes sucessos como “Duna”, “Godzilla x Kong” e “Um Filme Minecraft”, está avaliando a compra da Lionsgate Studios, o estúdio por trás de franquias populares como “John Wick”, “Jogos Vorazes”, “Crepúsculo” e “Jogos Mortais. A notícia foi revelada pela Bloomberg nesta sexta (11/7). As conversas iniciais entre as empresas envolvem a possibilidade de coproduções, o que serviria como ensaio para uma união mais ampla
Fontes ouvidas pelo Deadline confirmaram que as empresas realmente mantêm discussões sobre projetos em conjunto. Essa articulação preveria testar a compatibilidade financeira e criativa das duas empresas, liberando o caminho para uma avaliação mais profunda de integração futura, caso os resultados iniciais sejam promissores.
Interferência de fundos e grandes investidores
Além da Legendary, outros players do mercado também mostraram interesse em adquirir a Lionsgate. O fundo Apollo — que investiu US$ 760 milhões no estúdio em 2022 — e Liberty Strategic Capital, com 12,6% das ações, aparecem à frente das negociações. O estúdio de “John Wick” se separou recentemente do canal Starz com o objetivo declarado de atrair fusões e aquisições, separando o conteúdo criativo da plataforma de exibição. Com isso, também cancelou seu streaming Lionsgate+.
A empresa optou por uma estratégia diferente das majors como Warner, Universal ou Disney. Em vez de apostar no streaming próprio de alcance global, a empresa priorizou ser fornecedora de conteúdo, negociando filmes e séries para plataformas como Netflix, HBO Max, Prime Video e Globoplay. No Brasil, vários títulos da Lionsgate estão presentes nessas plataformas, aumentando o impacto direto de qualquer mudança no controle do estúdio.
Biblioteca valiosa, mas com desafios contratuais
A Lionsgate conta com um catálogo robusto que inclui títulos premiados como “A Última Ceia” e “La La Land”, além dos sucessos de bilheteria mais conhecidos. Por outro lado, o estúdio enfrenta desafios, como a bilheteria abaixo do esperado de “Bailarina”, derivado do universo “John Wick”, e apostas de alto risco, como o filme biográfico de Michael Jackson.
Além disso, parte dos direitos internacionais de seus filmes costuma ser vendida previamente para proteger margens financeiras — aspecto considerado desafiador para compradores multinacionais como Disney ou Apple, mas compatível com o modelo da Legendary, que opera com participações de 20% a 50% em cofinanciamentos.
Plano antitakeover da Lionsgate
Em resposta aos rumores, a Lionsgate adotou um plano chamado “poison pill”, concebido para evitar aquisições hostis. O conselho busca assim garantir espaço para analisar ofertas, proteger acionistas e fortalecer a posição antes de tomar qualquer decisão definitiva.
A Legendary conta atualmente com cerca de 180 funcionários, enquanto a Lionsgate mantém um quadro de 1.400 colaboradores espalhados pelo mundo. O grupo chinês Wanda se desfez de sua participação na Legendary em 2024, consolidando o controle nas mãos do CEO Josh Grode e do fundo Apollo. A Legendary já declarou que a aquisição de estúdios e propriedades intelectuais faz parte de seu plano de crescimento, reforçando a expectativa de novos movimentos de consolidação no mercado.