
Instagram/Alessandra Negrini
Agência Lupa denuncia explosão de nudes falsos de atrizes em anúncios no Facebook e Instagram
Levantamento revela crescimento dos golpes com deepfakes e venda de imagens manipuladas de famosas nas redes da Meta
Levantamento mostra golpes com deepfakes em anúncios pagos
Imagens íntimas falsas de atrizes e influenciadoras digitais brasileiras, criadas por inteligência artificial, estão ilustrando anúncios pagos no Facebook e Instagram. Uma reportagem da Agência Lupa denunciou nesta quarta (16/7) que pelo menos 200 peças publicitárias estão ativas na plataforma da Meta neste mês, explorando ilegalmente a identidade de 14 mulheres, incluindo uma menor de idade. Muitas dessas imagens, chamadas de deepfake e deep nude, eram usadas em golpes de venda de conteúdo exclusivo e roubo de dados pessoais na primeira semana de julho.
Como funcionam os golpes e quem são as vítimas?
A atriz Alessandra Negrini lidera o volume de anúncios, com 61 peças ativas usando sua imagem. Já Mel Maia tem a preferência em quantidade de golpistas, com sua imagem explorada por pelo menos cinco páginas. Os anúncios usam desde fotos reais em poses sensuais até montagens pornográficas criadas por IA. Influenciadoras como Ruivinha de Marte e a menor de idade Kamyla Maria Silva foram algumas vítimas dessas montagens. As famosas aparecem em conteúdos enganosos, supostamente vendendo conteúdo adulto em sites como Privacy, mas tudo não passa de fraude para capturar dados dos usuários.
Golpes envolvem phishing, Telegram e venda de imagens falsas
A investigação da Lupa identificou 21 sites ligados ao esquema, a maioria imitando o Privacy para aplicar golpes e roubar dados bancários. Outros links levavam a bots e grupos no Telegram com mais de 58 mil usuários. Os criminosos prometem “acesso vitalício” a conteúdos inexistentes e usam técnicas para burlar a moderação das plataformas. Conteúdo roubado de plataformas legítimas de assinatura, como o próprio Privacy e Only Fans, é usado para dar veracidade ao golpe.
O que diz a Meta?
Como os anúncios são pagos, a Meta recebe pelos golpes. Procurada, a assessoria da Meta afirmou em nota à Lupa: “Golpes têm crescido em escala e complexidade nos últimos anos, impulsionados por redes criminosas implacáveis. À medida que essa atividade se tornou mais persistente e sofisticada, nossos esforços para combatê-la também se intensificaram. Estamos testando o uso de tecnologia de reconhecimento facial, aplicando nossas regras contra golpes e empoderando as pessoas a se protegerem através das muitas ferramentas de segurança e alertas existentes em nossas plataformas. Continuaremos a tomar medidas para melhorar a detecção e a aplicação das nossas políticas contra esse tipo de atividade.”
Leia a reportagem investigativa completa neste link.