Documentário abordava caso de possessão
O bispo Edir Macedo perdeu a ação que movia contra a Netflix desde 2023 pelo uso de sua imagem no documentário “O Diabo no Tribunal”. A Justiça de São Paulo decidiu arquivar o processo em 27 de maio, após rejeitar todos os pedidos do religioso em julgamento realizado no fim de abril. A decisão é definitiva e não cabe mais recurso.
O documentário retrata um julgamento ocorrido nos Estados Unidos, em que a defesa tentou usar uma suposta possessão demoníaca como justificativa para um assassinato. A tese foi descartada pelo tribunal americano, mas serviu de base para a produção e inspirou o filme “Invocação do Mal 3”.
Por que Edir Macedo foi à Justiça?
No processo, Edir Macedo alegou que sua imagem apareceu duas vezes no documentário, em sessões de exorcismo realizadas em cultos da Igreja Universal do Reino de Deus, sem autorização prévia. Ele classificou o uso como parte de um “entretenimento sensacionalista e de temática perturbadora”.
Renato Cardoso, cunhado de Macedo e apresentador do programa “The Love School”, da Record, também participou da ação como coautor. Segundo os dois, as imagens foram registradas durante cultos públicos da Universal e não tinham relação com os fatos narrados na obra, que abordava práticas de outras denominações religiosas.
O que disse a Netflix na defesa?
A plataforma de streaming argumentou que o documentário tem caráter informativo e que as imagens dos bispos foram utilizadas no contexto geral da obra, sem vinculação direta com o crime abordado. A defesa também afirmou que os rostos de Macedo e Cardoso não aparecem com nitidez e não são facilmente identificáveis.
A desembargadora Viviani Nicolau, relatora do caso, negou os pedidos dos autores. Seu voto foi acompanhado por unanimidade pelos demais desembargadores. “Os autores são pessoas públicas de conhecimento notório, e as imagens em questão foram capturadas em cerimônia religiosa por eles ministrada e aberta ao público”, escreveu. Segundo a magistrada, as imagens serviram apenas para contextualizar a temática de exorcismo e estavam inseridas no tema central da obra.
Plataforma e Igreja não comentam decisão
Tanto a Netflix quanto a assessoria da Igreja Universal não se pronunciaram sobre o desfecho do caso, mas o espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.