
Instagram/Gretchen
Justiça manda X identificar criador de deepfake sexual de Gretchen
Justiça determina que rede social entregue informações para identificar responsável por vídeo criado com IA, após plataforma se negar
Justiça determina fornecimento de dados pelo X
O X (antigo Twitter) foi condenado a fornecer dados que permitam a identificação do autor de um vídeo criado por inteligência artificial com voz e imagem de Gretchen em conteúdo de teor sexual. A decisão é da juíza Camila de Azevedo, da 19ª Vara Cível de São Paulo.
O vídeo em questão simulava Gretchen, por meio de IA, convidando pessoas a participarem de um evento fictício chamado Cabaré da Cinderela, oferecendo “muito sexo” e com o objetivo de “conseguir apoiadores da sua candidatura à Prefeitura de Itamaracá”. A publicação circulou na rede social entre março e abril.
Qual foi a alegação da defesa de Gretchen?
Na ação, a equipe da cantora alegou que o objetivo do vídeo era prejudicar sua reputação e expô-la ao ridículo. “A internet não pode se transformar em um território livre para a realização de publicações sem qualquer controle”, afirmaram os representantes de Gretchen à Folha de S. Paulo.
A decisão judicial veio após o X se recusar a fornecer os dados do responsável para a equipe de Gretchen. O representante da plataforma de Elon Musk argumentou que só poderia fornecer dados mediante ordem judicial e diante de indícios de ilícito. A empresa ressaltou a necessidade de “análise minuciosa e contextualizada das provas e narrativas, sempre em atenção à liberdade de expressão dos usuários da internet e à sua privacidade”.
O que diz a decisão da Justiça?
Na sentença, a juíza destacou o dever da rede social de fornecer informações cadastrais que permitam a identificação de autores de possíveis atos ilícitos. A decisão também determinou a exclusão do vídeo, que, segundo o processo, já foi retirado do ar.