Surpresa com relatório da CPI
A influenciadora digital Virginia Fonseca manifestou-se nesta terça-feira (11/6) sobre o relatório final da CPI das Bets, que recomendou seu indiciamento pelos crimes de publicidade enganosa e estelionato. O documento apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) ainda será votado pelos membros da comissão.
O que diz a defesa de Virginia?
A defesa de Virginia, por meio de nota divulgada por sua assessoria de imprensa, afirmou ter recebido “com surpresa e espanto” o relatório e o voto pelo indiciamento da apresentadora. No comunicado, a equipe declarou aguardar e confiar no “justo discernimento” a ser dado pelo colegiado da CPI durante a votação final do relatório, reforçando expectativa de avaliação criteriosa por parte dos senadores integrantes da comissão.
“A defesa se pronunciará oportunamente, após a deliberação colegiada final da CPI, sempre confiando que se observe à Virgínia o mesmo tratamento dado a outros influenciadores digitais que, assim como ela, agiram licitamente na divulgação e publicidade das Bets, e que, no entanto, não constaram como indiciados na manifestação da relatora”, acrescenta o texto.
Acusações e argumentos do relatório final
O relatório da CPI recomendou o indiciamento de Virginia e de outras 15 pessoas, entre influenciadores, empresários e representantes de casas de apostas. O documento aponta que Virginia teria induzido seus seguidores ao erro ao simular ganhos por meio de uma “conta demo” — ferramenta de demonstração usada em publicidades sobre apostas esportivas.
Segundo a relatora da CPI, “a atuação de influenciadores em redes sociais não é como uma publicidade qualquer. Ela é baseada na credibilidade que deriva de uma suposta atuação real dessas pessoas”. O texto sustenta que os vídeos de apostas apresentados por Virginia, ao simular ganhos irreais, teriam levado seus seguidores a acreditar em vantagens que não existiam, fundamentando o pedido de indiciamento por publicidade enganosa e estelionato.
O relatório agora aguarda votação dos membros da comissão parlamentar de inquérito para definir se a recomendação será encaminhada às autoridades competentes.