Nego Di admite falsa doação e se diz vítima após lesar seguidores: “Eu também fui enganado”

Humorista detalha condenação e crises após prisão

Condenado a 11 anos e dez meses de prisão por estelionato, o humorista e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, admitiu que mentiu ao afirmar ter doado R$ 1 milhão para as vítimas de enchentes do Rio Grande do Sul. Em entrevista ao “Domingo Espetacular”, da Record, exibida neste domingo (15), ele também se disse vítima de golpe praticado pelo ex-sócio Anderson Bonetti, que o fez ser preso. “Eu também fui enganado”, afirmou o ex-BBB ao repórter Roberto Cabrini, ao comentar o caso da loja virtual Tadizuera, que vendeu produtos sem entregar e lesou mais de 370 clientes.

Durante a reportagem, Nego Di tentou se esquivar da responsabilidade da falsa doação e da loja virtual. Sobre a Tadizueira, ele disse que confiou no sócio, classificado como “estelionatário profissional”, e que não teve intenção de aplicar golpes em seguidores. “A loja não era minha. Eu confiei numa pessoa que eu não conhecia direito, ele é um estelionatário profissional, não dá golpezinho. Eu queria que as pessoas comprassem porque eu também acreditava nele”, disse, explicando que divulgava o negócio como sócio nas redes sociais, embora nunca tivesse recebido contratos.

“Não faria sentido eu acordar um dia e decidir ‘vou dar um golpe nos meus seguidores’, isso não existe”, declarou.

Defesa e justificativa sobre ressarcimento das vítimas

O comediante alegou que só percebeu a fraude quando já havia sido associado ao golpe. “Eu tenho consciência de que, através de mim, um estelionatário acabou enganando pessoas. E eu gostaria de dizer que sinto a dor dessas pessoas porque eu vim do mesmo lugar dessas pessoas”, declarou. O humorista destacou ainda que ressarciu todos os clientes envolvidos no processo, “só uma pessoa que não quis receber”.

Ele destacou sua origem humilde e lembrou as dificuldades após a prisão, incluindo episódios de depressão e perda de peso. Ele ressaltou ainda que perdeu a maior parte de sua renda após o escândalo e hoje depende financeiramente da esposa, impedido de atuar nas redes sociais por decisão judicial.

“Quando uma pessoa me olha, eu não sei se é um fã, se é alguém que comprou um produto… Quando alguém quer me ofender, me chama de estelionatário e de ex-presidiário. Eu preciso ser tratado com Justiça”, reclamou.

Mentira sobre doação e impacto na imagem pública

A reportagem também abordou a polêmica da doação anunciada por Nego Di às vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul. Embora tenha afirmado ter doado R$ 1 milhão, sua movimentação bancária confirmou apenas R$ 100.

“Essa história precisa ser contextualizada. Porque ela causou mais impacto na minha vida do que a minha prisão. Me processaram por uso de documentos falsos, sendo que não existe alguém lesado por isso”, disse o ex-BBB. Segundo ele, a ideia teria sido compartilhada com os organizadores da vaquinha. “Teve uma ideia de criar um comprovante simbólico de R$ 1 milhão. Eu doei metade desse valor e acordei de pagar o resto parcelado”.

“Pega mal pra mim, eu admito, mas do jeito que o Estado estava, com pessoas embaixo d’água, perdendo a dignidade, a vida… Em uma semana, a vaquinha saiu de R$ 50 milhões para R$ 80 milhões. Pode ser que eu tenha me precipitado, mas foi uma mentira que fez uma diferença no Estado. E eu não fiz da minha cabeça, eu conversei com os organizadores da vaquinha, e eles aceitaram”, justificou o humorista, dizendo que a ação teria incentivado outras doações. Pressionado por Cabrini, ele admitiu erro ao simular o falso comprovante de depósito.

O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.

🚨Cabrini macetando Nego Di contra a parede e perguntando pra ele sobre o comprovante de pix de 1 milhão para ajudar o Rio Grande do Sul!

Opinões? #DomingoEspetacular pic.twitter.com/T7huwXovoq

— Dieguinho (@diegoschueng) June 16, 2025