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Divulgação/Shudder

Filme|22 de junho de 2025

Em clima de “Extermínio”: Seleção reúne os 50 melhores filmes de apocalipse zumbi já feitos

Lançamento de “Extermínio: A Evolução” inspira relação que mostra como os filmes de zumbis evoluíram de “A Noite dos Mortos-Vivos” até o terror contemporâneo

A entrada de “Extermínio: A Evolução” em cartaz nesta semana volta a desenterrar os filmes de zumbi, que continuam a fazer sucesso após mais de meio século de produções. Os mortos-vivos são praticamente um subgênero no terror, criado por George A. Romero em 1968, quando “A Noite dos Mortos-Vivos” estabeleceu as bases do apocalipse zumbi moderno — trocando vudu e elementos sobrenaturais por uma epidemia sci-fi. Décadas depois, o primeiro “Extermínio” aprimorou a fórmula com infectados velozes e ampliou o impacto do terror, lançando no mundo toda uma nova geração de criaturas. Nesta seleção com os melhores representantes da tendência, além dos clássicos e dos títulos que redefiniram o apocalipse zumbi, aparecem comédias, musicais, dramas existenciais, romances, filmes de kung fu, de guerra e até animação, que mostram a versatilidade das criaturas no cinema.

Pipoque pelo Texto ocultar
1 A NOITE DOS MORTOS-VIVOS
2 NÃO SE DEVE PROFANAR O SONHO DOS MORTOS
3 DESPERTAR DOS MORTOS | Darkflix
4 ZUMBI 2 – A VOLTA DOS MORTOS
5 DIA DOS MORTOS | VoD*
6 A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS | Darkflix
7 A NOITE DOS MORTOS-VIVOS
8 FOME ANIMAL
9 A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS 3 | Darkflix
10 WILD ZERO
11 VERSUS
12 EXTERMÍNIO | Universal+
13 MADRUGADA DOS MORTOS | VoD*
14 TODO MUNDO QUASE MORTO | VoD*
15 TERRA DOS MORTOS | VoD*
16 FIDO – O MASCOTE
17 EXTERMÍNIO 2 | Netflix
18 REC | Prime Video
19 PLANETA TERROR
20 PONTYPOOL | Darkflix
21 MANGUE NEGRO | Looke
22 REC 2: POSSUÍDOS | Prime Video
23 ZUMBILÂNDIA | Netflix
24 ZUMBIS NA NEVE
25 JUAN DOS MORTOS
26 MEU NAMORADO É UM ZUMBI | VoD*
27 GUERRA MUNDIAL Z | Netflix
28 WYRMWOOD: ROAD OF THE DEAD
29 I AM A HERO
30 INVASÃO ZUMBI | Netflix
31 ESTAÇÃO SEOUL
32 MELANIE: A ÚLTIMA ESPERANÇA | VoD*
33 FAMINTOS | VoD*
34 ANNA E O APOCALIPSE | VoD*
35 THE CURED | Prime Video
36 PLANO-SEQUÊNCIA DOS MORTOS
37 CARGO | Netflix
38 A NOITE DEVOROU O MUNDO | Prime Video
39 OPERAÇÃO OVERLORD
40 HORROR SANGRETO | Booh!
41 PEQUENOS MONSTROS
42 ZUMBI À VENDA
43 #ALIVE | Netflix
44 BASTARDOZ | Netflix
45 ARMY OF THE DEAD: INVASÃO EM LAS VEGAS | Netflix
46 A TRISTEZA | Reserva Imovison
47 VIRUS-32
48 100 COISAS PARA FAZER ANTES DE VIRAR ZUMBI | Netflix
49 DESCANSE EM PAZ
50 LÁ FORA | Netflix

A NOITE DOS MORTOS-VIVOS

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O filme de 1968 de George A. Romero é considerado o ponto de partida do zumbi moderno no cinema. A premissa apresenta um grupo de pessoas presas em uma casa de campo na zona rural dos Estados Unidos, cercadas por cadáveres canibais que voltam à vida após um evento misterioso, possivelmente ligado à queda de um satélite na Terra.

O elenco é encabeçado por Duane Jones (“Ganja & Hess”) no papel de Ben, Judith O’Dea (“October Moon”) como Barbra e Karl Hardman (“Santa Claws”) como Harry Cooper. As tensões internas e o medo externo alimentam uma atmosfera de claustrofobia e paranoia, enquanto o grupo busca sobreviver ao cerco dos mortos-vivos e a si mesmo.

A direção utiliza preto e branco para reforçar o realismo documental, enquanto o roteiro aborda temas como racismo, medo coletivo e colapso social. O impacto cultural do filme foi imediato, influenciando toda a produção posterior de terror zumbi e sendo aclamado por sua crítica social disfarçada sob o horror explícito.

 

 

NÃO SE DEVE PROFANAR O SONHO DOS MORTOS

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A produção ítalo-espanhola de 1974, dirigida por Jorge Grau (“A Força do Diabo”), ficou conhecida como o primeiro título europeu a retratar o avanço do apocalipse zumbi a partir de uma premissa científica: no interior da Inglaterra, experimentos agrícolas com ondas ultrassônicas destinadas a eliminar pragas acabam provocando a ressurreição de cadáveres em uma região rural.

Influenciada por “A Noite dos Mortos-Vivos”, a narrativa acompanha George, antiquário britânico interpretado por Ray Lovelock (“Um Violinista no Telhado”), e Edna (Cristina Galbó, “Matador Implacável”), que cruzam o país e acabam envolvidos numa sequência de mortes inexplicáveis. Enquanto tentam sobreviver e alertar as autoridades locais, são tratados como suspeitos pela polícia, que ignora o perigo real. O roteiro investe em paranoia, crítica ambiental e cenas de horror gráfico, antecipando temas que marcariam o gênero nas décadas seguintes.

 

 

DESPERTAR DOS MORTOS | Darkflix

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O segundo filme de zumbis de George A. Romero consolidou o gênero zumbi ao expandir a epidemia para uma escala nacional. O longa de 1978 segue dois jornalistas, interpretados por David Emge (“The Booby Hatch”) e Gaylen Ross (“Madman”), além de dois policiais, Ken Foree (“Halloween”) e Scott H. Reiniger (“Knightriders”), que se refugiam em um shopping center enquanto o caos se instala nas cidades.

O clássico explora a crítica ao consumismo e à alienação social, mostrando os mortos-vivos vagando mecanicamente entre vitrines. A maquiagem de Tom Savini eleva o impacto visual das cenas de violência, enquanto a trilha sonora do grupo Goblin acrescenta tensão à narrativa.

“Despertar dos Mortos” é amplamente reconhecido por sua influência estética, pelo equilíbrio entre horror gráfico e sátira social e pelo sucesso de público e crítica, tornando-se referência incontornável do subgênero.

 

 

ZUMBI 2 – A VOLTA DOS MORTOS

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A produção italiana de 1979, dirigida por Lucio Fulci, ganhou status de cult internacional ao ser lançada como continuação não oficial de “Despertar dos Mortos”, que foi lançado com o título “Zombie” no mercado local – o que explica o numeral em seu título. Ao apostar uma abordagem mais gráfica e brutal do apocalipse zumbi, o horror marcou o início da reputação de Fulci como mestre do gore, mudando sua trajetória anterior em thrillers e westerns para o chamado “cinema de crueldade”.

A trama começa quando um barco à deriva chega ao porto de Nova York com um cadáver a bordo. A investigação conduz a ilha tropical de Matul, onde um médico local, interpretado por Richard Johnson (“O Menino do Pijama Listrado”), enfrenta uma epidemia de mortos-vivos. O longa ficou famoso por suas sequências icônicas, como a luta subaquática entre um zumbi e um tubarão, e cenas de violência extrema envolvendo olhos, marca recorrente da gramática visual de Fulci. O diretor utiliza enquadramentos prolongados e detalhamento gráfico, especialmente nas cenas de mutilação, para criar tensão e choque sem recorrer a cortes rápidos. O clima é opressivo, misturando elementos de superstição caribenha e crítica à colonização, simbolizada pelo cemitério de conquistadores europeus, cuja ressurreição sugere uma rejeição ancestral à profanação de terras sagradas.

A diferença de “Zumbi 2” para filmes de vudu, que antecederam o ciclo dos mortos-vivos, é que Fulci evita personalizar a origem da epidemia como “mágica”, incluindo experiências científicas e até transfusão de sangue de zumbis. As cenas brutais influenciaram gerações de cineastas do horror e consolidaram a tradição italiana do terror mais cruel, desdobrando-se em novas trilogias do diretor, como a “Trilogia das Portas do Inferno”. O longa permanece referência pela ousadia gráfica, impacto visual e pela originalidade no tratamento do mito dos mortos-vivos.

 

 

DIA DOS MORTOS | VoD*

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“Dia dos Mortos” fecha a trilogia clássica de George A. Romero, aprofundando o colapso da civilização diante da ascensão dos mortos-vivos. A narrativa se passa em uma base militar subterrânea, onde cientistas e soldados tentam encontrar uma solução para a epidemia, enquanto lidam com conflitos internos crescentes.

Lori Cardille (“O Silêncio das Águas”) interpreta a Dra. Sarah Bowman, acompanhada por Terry Alexander (“The Equalizer”) e Joseph Pilato (“Pulp Fiction: Tempo de Violência”) como figuras centrais do embate entre ciência e autoritarismo militar. O roteiro destaca experiências com zumbis treinados, especialmente Bub, interpretado por Sherman Howard (“Miami Vice”), sugerindo uma evolução dos mortos-vivos.

A maquiagem de Tom Savini atinge seu ápice em cenas gráficas, enquanto o clima de paranoia e pessimismo dita o tom. O filme de 1985 marca uma divisão entre solução militar e científica, além de mostrar um mundo já totalmente dominado pela pandemia zumbi.

 

 

A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS | Darkflix

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O terrir original de zumbis, dirigido por Dan O’Bannon (roteirista de “Alien”) em 1985, é responsável por popularizar a associação entre zumbis e o consumo de cérebros, além de incorporar humor negro ao subgênero. A trama começa em um armazém de equipamentos médicos, onde dois funcionários, interpretados por James Karen (“Poltergeist”) e Thom Mathews (“Sexta-Feira 13 – Parte VI”), liberam acidentalmente um gás misterioso de um container militar extraviado, que contém um morto-vivo que deveria ter sido destruído após um surto ser controlado e abafado na mídia – detalhe: a história real do que aconteceu teria inspirado “Noite dos Mortos-Vivos”.

O caos se espalha rapidamente por um cemitério vizinho, colocando um grupo de jovens punks em confronto direto com zumbis falantes e famintos por cérebros. O elenco inclui Clu Gulager (“A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy”) e Linnea Quigley (“A Noite dos Demônios”).

A obra mistura gore estilizado, trilha punk rock e sátira social, tornando-se cult por sua irreverência e reinvenção dos clichês do gênero. Trata-se do ponto máximo do terrir dos anos 1980.

 

 

A NOITE DOS MORTOS-VIVOS

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O remake do marco zero do apocalipse zumbi tem direção de Tom Savini, lendário maquiador e colaborador frequente de George A. Romero, o criador do clássico original de 1968. Produzido com aval de Romero, que atualizou o roteiro, o filme propõe uma releitura fiel da trama original, mas investe em um visual mais sombrio, realista e sangrento, aproveitando os avanços técnicos das décadas seguintes. Savini utiliza sua experiência com efeitos especiais para intensificar o horror gráfico, tornando os mortos-vivos ainda mais impactantes para a audiência dos anos 1990.

A história permanece fiel ao material original: um grupo de estranhos se refugia em uma casa isolada após um evento misterioso fazer os mortos voltarem à vida com comportamento canibal. No elenco, Tony Todd (“A Lenda de Candyman”) interpreta Ben, enquanto Patricia Tallman (“Babylon 5”) assume o papel de Barbra, personagem que ganha destaque maior e perfil mais ativo do que na versão anterior. Outros papéis centrais incluem Tom Towles (“Henry: Retrato de um Assassino”) como Harry Cooper e William Butler (“Sexta-Feira 13 – Parte VII”) como Tom.

A principal diferença entre o remake e o original, além da evidente filmagem a cores, está na construção dos personagens, especialmente Barbra, que passa de figura passiva para protagonista resiliente, tomando a frente das decisões durante o cerco. Além disso, o tom é mais pessimista e explícito, com sequências de violência gráfica acentuadas pelos efeitos práticos de Savini. A atualização do enredo também explora temas sociais e paranoias contemporâneas com mais ênfase na ação.

Apesar de ser remake de um clássico absoluto, o longa de 1990 foi recebido com respeito pela crítica especializada, valorizando o tributo ao original e a atualização de temas, ainda que não tenha repetido o impacto revolucionário da obra de 1968. Ainda hoje é lembrado como a melhor refilmagem de uma obra de Romero – numa disputa acirrada com “A Epidemia” (2010).

 

 

FOME ANIMAL

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O trash dirigido por Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis”) em 1992 subverte o gênero ao unir gore extremo e humor nonsense em uma narrativa frenética. Ambientado na Nova Zelândia dos anos 1950, acompanha Lionel (Timothy Balme, “Shortland Street”), filho superprotegido que vê a mãe infectada por um macaco-rato da Sumatra, desencadeando uma epidemia de zumbis grotescos.

O elenco inclui Diana Peñalver (“El Lute: Camina o Revienta”) como Paquita e Elizabeth Moody (“Almas Gêmeas”) como a mãe. O roteiro investe em situações absurdas, cenas de carnificina explícita e efeitos práticos de maquiagem que se tornaram lendários.

A obra foi celebrada por festivais de cinema fantástico e elevou Jackson ao status de referência do horror cômico. “Fome Animal” permanece cultuado até hoje por sua originalidade e ousadia no tratamento do apocalipse zumbi.

 

 

A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS 3 | Darkflix

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O lançamento de 1993 não é uma sequência ao terrir célebre dos anos 1980. Trata-se de um terror autêntico, que marca uma mudança de tom em relação aos títulos anteriores da série. O enredo apresenta Curt Reynolds (J. Trevor Edmond), que, em busca de aventura com sua namorada Julie (Melinda Clarke), invade uma base militar onde experimentos com o gás Trioxin visam ressuscitar mortos como armas de combate

Após um acidente fatal matar Julie, Curt busca aplicar o gás experimental para trazê-la de volta à vida, gerando uma zumbi com fome de carne humana, mas ainda com memórias de sua vida anterior. Conforme tentam fugir, enfrentam tanto a perseguição militar quanto a fuga de zumbis presos no local, desencadeando cenas de violência gráfica e body horror que contrastam com o romance trágico entre os protagonistas

A produção do especialista em trash Brian Yuzna (“A Noiva de Re-Animator”) evita o humor irreverente do original para mergulhar num clima mais sério e violento, com elementos de romance mórbido que o tornaram cult.

 

 

WILD ZERO

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A produção japonesa do diretor de clipes Tetsuro Takeuchi mistura alienígenas, zumbis, ação absurda e rock‘n’roll em um tom completamente anárquico. A narrativa de 1999 tem como foco a banda real Guitar Wolf, composta por Seiji (Guitar Wolf), Billy (Bass Wolf) e Toru (Drum Wolf), que interpreta a si mesma quando um meteoro, no interior do Japão, provoca uma invasão alienígena que transforma a população em mortos-vivos famintos por carne. Junto com a banda, estão a paixão do guitarrista, Tobio (Kwancharu Shitichai), e o fã Ace (Masashi Endō), que sonha em ser tão destemido quanto seus ídolos ao enfrentar hordas de zumbis ao som de punk rock japonês.

Visualmente estilizado, o longa inspirado em Romero e Ramones aposta em edição acelerada, explosões e efeitos práticos propositalmente exagerados. “Wild Zero” tornou-se cult por sua mistura de gêneros, humor escrachado e trilha roqueira, ganhando reputação em festivais de cinema alternativo e sendo saudado como experiência única dentro do cinema zumbi asiático.

 

 

VERSUS

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O lendário trash japonês, dirigido por Ryuhei Kitamura (“Ninguém Sobrevive”) em 2000, apresenta uma abordagem singular ao misturar lutadores de artes marciais, espadachins e gângsteres contra mortos-vivos. Tak Sakaguchi (“Ghostland: Terra Sem Lei”) interpreta o protagonista, um prisioneiro em fuga identificado apenas como “Prisioneiro KSC2-303”, encurralado entre gangues rivais e zumbis, que brotam da terra de surpresa na chamada “Floresta da Ressurreição”.

A narrativa incorpora tiroteios coreografados, lutas de espada e combate à mão livre, estabelecendo um ritmo intenso e visualmente estilizado. Cultuadíssimo, “Versus” foi reconhecido internacionalmente em festivais de terror e é considerado um dos títulos mais criativos e insólitos do apocalipse zumbi contemporâneo.

 

 

EXTERMÍNIO | Universal+

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O filme dirigido por Danny Boyle (“Quem Quer Ser um Milionário?”), com roteiro de Alex Garland (“Guerra Civil”) é o grande marco do cinema zumbi no século 21, ao introduzir os infectados velozes e instaurar uma tensão inédita no subgênero. O longa se passa em Londres após o vazamento de um vírus, que transforma a população em seres raivosos e hiperativos.

Cillian Murphy (“Oppenheimer”) vive o protagonista Jim, sobrevivente que acorda de um coma em uma cidade devastada – situação posteriormente imitada em “The Walking Dead”. Aos poucos, ele descobre que a cidade, aparentemente deserta, esconde ameaças mortais, mas também sobreviventes escondidos. O elenco conta ainda com Naomie Harris (“Moonlight: Sob a Luz do Luar”), Brendan Gleeson (“Os Banshees de Inisherin”) e Christopher Eccleston (“The Leftovers”). Os personagens enfrentam o colapso institucional, dilemas éticos e ameaças tanto dos infectados quanto de outros humanos.

A estética utiliza filmagens digitais granuladas, locações reais e montagem ágil para criar atmosfera opressiva. “Extermínio” foi aclamado em festivais, se tornou referência visual, narrativa e sonora, graças à trilha elétrica de John Murphy (“O Esquadrão Suicida”).

 

 

MADRUGADA DOS MORTOS | VoD*

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Em sua estreia no cinema, Zack Snyder (“O Homem de Aço”) dirige, vejam a ironia, um roteiro de James Gunn (“Superman”). Maldosos podem dizer que esse é o motivo de “Madrugada dos Mortos” ser considerado o melhor filme do diretor. Mas a história original já era impactante. O longa é um remake de “O Despertar dos Mortos” (1978), o segundo clássico de mortos-vivos de George A. Romero. O cenário central é um shopping center, convertido em fortaleza improvisada, enquanto o mundo sucumbe ao caos dos mortos-vivos.

O elenco é formado por Sarah Polley (“Splice – A Nova Espécie”), Jake Weber (“Médium”), Ving Rhames (“Missão: Impossível”) e Mekhi Phifer (“8 Mile – Rua das Ilusões”), sobreviventes que buscam abrigo no shopping e tentam manter a ordem diante das ameaças externas e conflitos internos, enfrentando decisões extremas e disputas de liderança.

A fotografia saturada e a montagem ágil ressaltam a atmosfera de claustrofobia. A violência gráfica dos ataques é potencializada por efeitos práticos e digitais, enquanto o roteiro mantém o subtexto social do consumismo e isolamento. “Madrugada dos Mortos” superou US$ 100 milhões em bilheteria e é considerado uma das melhores releituras do gênero. Seu sucesso em 2004, logo após “Extermínio”, consolidou a tendência dos zumbis velozes.

 

 

TODO MUNDO QUASE MORTO | VoD*

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A sátira de 2004 alia humor britânico e horror sob direção de Edgar Wright (“Em Ritmo de Fuga”). Na trama, Shaun, vivido por Simon Pegg (“Missão: Impossível”), é um adulto imaturo que vê sua rotina virada do avesso quando zumbis tomam Londres. Após demorar a perceber o caos, ele se junta ao melhor amigo Ed, interpretado por nick Frost (“Paul – O Alien Fugitivo”), e a uma ex-namorada vivida por Kate Ashfield (“Um Lugar Para Viver”) para tentar escapar do apocalipse. Para isso, utilizam estratégias improvisadas e clichês do gênero como dicas de sobrevivência.

O roteiro explora amizade, amadurecimento e referências a Romero, sem perder o foco no horror físico. A edição dinâmica e trilha sonora contrastante contribuem para o tom cômico. A obra foi considerada cult e consolidou a dupla Wright-Pegg no cinema internacional.

 

 

TERRA DOS MORTOS | VoD*

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O retorno de George A. Romero ao gênero em 2005 aborda a divisão social e o surgimento de zumbis mais conscientes. Com o maior orçamento de sua carreira, o diretor de “Noite dos Mortos-Vivos”, que inaugurou a era dos zumbis modernos em 1968, constrói sua ação em uma cidade murada, onde a elite vive isolada, enquanto as áreas externas são dominadas pelos mortos.

Simon Baker (“O Mentalista”) interpreta Riley, segurança encarregado de missões fora das muralhas e o elenco conta ainda com John Leguizamo (“John Wick: Um Novo Dia Para Matar”), Dennis Hopper (“Velocidade Máxima”) e Asia Argento (“Incompreendida”), filha do diretor italiano Dario Argento (“Suspiria”), que produziu “O Despertar dos Mortos”, dirigido por Romero em 1978. As relações de poder, corrupção e traição são exploradas paralelamente à ameaça crescente dos zumbis, agora organizados e dotados de rudimentos de inteligência, numa evolução direta do cenário esboçado em “Dia dos Mortos” (1985).

A estética investe em maquiagem marcante, cenários urbanos degradados e efeitos práticos, que reforçam o tom de decadência e o subtexto político típicos da filmografia do diretor.

 

 

FIDO – O MASCOTE

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A produção canadense de 2006 parte de uma premissa satírica: o apocalipse zumbi aconteceu, mas a sociedade foi reestabelecida graças a coleiras eletrônicas que domesticam os mortos-vivos. O cenário é uma América do Norte suburbana e retrô, na qual zumbis controlados são usados como empregados e animais de estimação por famílias de classe média.

O filme acompanha Timmy Robinson, vivido por K’Sun Ray (“Smith”), garoto solitário que encontra amizade justamente em seu zumbi doméstico, Fido, interpretado por Billy Connolly (“As Aventuras de Pi”). A mãe do menino, Helen, é vivida por Carrie-Anne Moss (“Matrix”), enquanto o patriarca, Bill, é interpretado por Dylan Baker (“Homem-Aranha 2”). A trama se complica quando a coleira de Fido apresenta defeito, ameaçando expor a fragilidade do suposto controle sobre os mortos-vivos e colocando toda a vizinhança em risco.

O diretor Andrew Currie (“The Steps”) subverte a lógica do apocalipse zumbi com crítica social, explorando temas como repressão, conformismo e os limites da domesticação da violência. O visual remete à estética dos anos 1950, com cores saturadas e trilha sonora nostálgica, em contraste com o humor negro e situações de horror absurdo.

 

 
 

EXTERMÍNIO 2 | Netflix

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A sequência de “Extermínio” se passa seis meses após o surto do vírus que devastou a Inglaterra, enquanto forças militares lideradas pelos Estados Unidos iniciam uma operação de reconstrução e repovoamento em Londres, considerada livre de infectados. Entretanto, um acidente biológico coloca em risco todos os habitantes do local supostamente protegido. A narrativa de 2007 aprofunda temas de paranoia, culpa, medo do outro e responsabilidade política diante da catástrofe, enquanto os personagens são forçados a fugir novamente dos infectados, mas também do plano militar para conter a epidemia: o extermínio de toda a população.

Os criadores da franquia atuaram apenas como produtores, deixando o espanhol Juan Carlos Fresnadillo (“Donzela”) comandar o grande elenco formado por Robert Carlyle (“Trainspotting”), Rose Byrne (“Vizinhos”), Idris Elba (“O Esquadrão Suicida”), Jeremy Renner (“Vingadores: Ultimato”), Harold Perrineau (“A Origem”), Imogen Poots (“Vivarium”), Catherine McCormack (“Slow Horses”) e Emily Beecham (“Into the Badlands”).

 

 

REC | Prime Video

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O terror espanhol de 2007, dirigido por Jaume Balagueró (“Enquanto Você Dorme”) e Paco Plaza (“Verónica: Casa Assombrada”), junta zumbis com found footage, inovando ao retratar o isolamento em um prédio tomado por mortos-vivos a partir de imagens feitas por uma equipe jornalística. A repórter Angela Vidal, interpretada por Manuela Velasco (“Águila Roja”), acompanha bombeiros em um atendimento ao prédio, que rapidamente se transforma em pesadelo.

O surto se espalha entre os moradores, e o prédio é colocado em quarentena, com portas trancadas e crescente desespero. A filmagem utiliza câmera subjetiva, iluminação reduzida e cortes abruptos para reforçar o realismo, ampliando o impacto dos ataques.

“REC” foi aclamado em festivais de terror, virou franquia com várias continuações e remakes internacionais.

 

 

PLANETA TERROR

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O longa faz parte do projeto “Grindhouse”, lançado em 2007 por Robert Rodriguez (“Alita: Anjo de Combate”) e Quentin Tarantino (“Era uma Vez em… Hollywood”), com homenagem aos filmes exploitation das décadas de 1970 e 1980. Rodriguez dirige um espetáculo de terror apocalíptico repleto de exagero visual e efeitos práticos, combinando ação, horror e humor negro em ritmo frenético. A trama se passa em uma pequena cidade do Texas, onde um vazamento químico transforma moradores e soldados em criaturas deformadas, famintas e violentas.

No centro da história está Cherry Darling, vivida por Rose McGowan (“Charmed”), uma dançarina que perde a perna durante um ataque e improvisa uma metralhadora como prótese para enfrentar a invasão zumbi. O elenco inclui Freddy Rodriguez (“Poseidon”), Bruce Willis (“Duro de Matar”) e Josh Brolin (“Vingadores: Ultimato”) em sequências de tiroteio, mutilações e sátira à cultura pop, ao mesmo tempo em que explora a luta pela sobrevivência em meio ao colapso social. A estética retrô e a narrativa propositalmente caótica reforçam o caráter de tributo ao cinema trash americano.

 

 

PONTYPOOL | Darkflix

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A produção canadense dirigida por Bruce McDonald aposta em um conceito inovador de apocalipse zumbi ao situar a narrativa quase inteiramente dentro de uma estação de rádio de uma pequena cidade de Ontário. A epidemia, ao invés de se propagar por meios tradicionais, é transmitida através da linguagem, tornando certas palavras perigosas e letais. O roteiro, baseado no livro “Pontypool Changes Everything” de Tony Burgess, cria tensão ao mostrar locutores e técnicos presos no estúdio, sem saber se os relatos cada vez mais alarmantes do lado de fora são verdadeiros ou produto de histeria coletiva.

O protagonista Grant Mazzy, vivido por Stephen McHattie (“Watchmen”), conduz o noticiário em meio ao caos, acompanhado de Lisa Houle (“Picture Day”) e Georgina Reilly (“Murdoch Mysteries”). À medida que percebem o funcionamento do surto — que infecta a mente dos falantes —, o desespero cresce em um ambiente claustrofóbico, onde o medo do desconhecido e a quebra da comunicação tornam-se ameaças centrais. O filme é reconhecido pelo minimalismo visual, foco em diálogos e construção atmosférica, sendo considerado um dos exemplares mais autorais do gênero.

 

 

MANGUE NEGRO | Looke

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O terror nacional de 2008 marca o início da chamada “Trilogia das Matas” de Rodrigo Aragão (“A Noite dos Chupacabras”), consolidando-se como o primeiro apocalipse zumbi brasileiro de impacto internacional. Filmado no interior do Espírito Santo, o longa retrata o cotidiano de pescadores em uma vila ribeirinha isolada, cuja rotina é interrompida por mortos-vivos que emergem dos manguezais.

O protagonista Luiz, interpretado por Walderrama dos Santos, precisa se aliar aos demais moradores para enfrentar a ameaça crescente, enquanto conflitos e segredos do vilarejo vêm à tona em meio ao caos. O elenco conta ainda com Kika Oliveira, Peter Baiestorf e Ricardo Araújo. O roteiro aposta em atmosfera regional, efeitos práticos artesanais e doses de humor negro, combinando folclore brasileiro com elementos clássicos do horror zumbi internacional.

A produção de baixo orçamento destacou-se em festivais de cinema fantástico ao redor do mundo, sendo premiada em eventos como o Festival Internacional de Cine de Mar del Plata. Com status cult pela abordagem original, tornou-se referência do terror nacional.

 

 

REC 2: POSSUÍDOS | Prime Video

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“REC 2” é a continuação direta do sucesso espanhol dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza. Lançado em 2009, o filme retorna ao mesmo edifício isolado de Barcelona, imediatamente após os eventos do primeiro longa, aprofundando o terror claustrofóbico e ampliando a mitologia da série.

A trama acompanha uma equipe de forças especiais enviada ao prédio junto a um especialista do Ministério da Saúde, que logo se revela um padre em missão secreta. O objetivo do grupo é controlar a infestação e encontrar uma amostra de sangue da paciente zero. O elenco é liderado por Jonathan Mellor (“O Candidato”), Manuela Velasco (“Águila Roja”), Ferran Terraza (“El Barco”) e Ariel Casas (“No Matarás”). A presença do personagem da jornalista Angela Vidal conecta diretamente as duas histórias e intensifica a tensão.

O roteiro mistura elementos de terror zumbi e possessão demoníaca, transformando o cenário do edifício em um labirinto de emboscadas e revelações. Câmeras subjetivas, iluminação reduzida e montagem frenética mantêm o realismo angustiante, enquanto a escalada da violência física reforça o clima de desespero.

A direção mantém o estilo found footage do original, mas multiplica os pontos de vista, intercalando registros das câmeras dos policiais, o que aprofunda o suspense. Sequência mais bem avaliada da franquia (que tem quatro filmes) consolidou “Rec” como uma séries mais inovadoras do terror europeu, diferenciando-se por unir realismo documental à mitologia sobrenatural.

 

 

ZUMBILÂNDIA | Netflix

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O longa dirigido por Ruben Fleischer (“Venom”) e escrito pela dupla Rhett Reese e Paul Wernick (“Deadpool”) mescla ação, terror e comédia em medidas iguais. O roteiro acompanha quatro sobreviventes no interior dos Estados Unidos, que estabelecem regras excêntricas para sobreviver ao apocalipse zumbi.

Jesse Eisenberg (“A Rede Social”) interpreta Columbus, acompanhado de Woody Harrelson (“True Detective”) como Tallahassee, Emma Stone (“La La Land: Cantando Estações”) como Wichita e Abigail Breslin (“Pequena Miss Sunshine”) como Little Rock. Os personagens atravessam cidades desertas, enfrentam hordas de zumbis e buscam sentido e conforto em meio ao colapso.

A produção de 2009 emprega humor irônico, slow motion e efeitos visuais estilizados. “Zumbilândia” superou US$ 100 milhões em bilheteria e foi amplamente elogiado pela crítica, consolidando-se como referência do subgênero terrir de zumbis.

 

 

ZUMBIS NA NEVE

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A produção norueguesa de 2009, dirigida por Tommy Wirkola (“João e Maria: Caçadores de Bruxas”), transporta o terror zumbi para as paisagens geladas da Escandinávia. Um grupo de estudantes resolve passar o fim de semana numa cabana na montanha e acaba encontrando zumbis nazistas, despertados com um antigo segredo local.

O roteiro explora situações de isolamento, humor negro e gore, inovando pela criatividade nas cenas de confronto e pela ambientação fora do comum para o subgênero. A maquiagem grotesca, efeitos práticos e uso do contraste visual entre neve e sangue são elementos recorrentes do filme, reconhecido pelo tom irreverente, que renova os clichês do gênero com sátira e violência estilizada. Wirkola aumentou o humor na continuação de 2014, realizada com maior orçamento e cenas de guerra contra zumbis do exército russo.

 

 
 

 

JUAN DOS MORTOS

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A abordagem satírica do apocalipse zumbi é ambientada em Havana, capital de Cuba, explorando o gênero terrir com olhar crítico sobre as contradições sociais e políticas do país. O filme de 2011, dirigido por Alejandro Brugués (“O ABC da Morte 2”), marcou presença nos principais festivais de cinema fantástico do mundo, sendo reconhecido como a primeira grande produção zumbi do Caribe.

O protagonista Juan, interpretado por Alexis Díaz de Villegas, é um homem desencantado que vê na invasão de mortos-vivos uma oportunidade de lucrar ao criar um negócio de extermínio improvisado: “Juan dos Mortos, matamos seus entes queridos”. Ao lado de amigos excêntricos, ele enfrenta autoridades despreparadas e desconfiança popular, enquanto o governo prefere atribuir a epidemia a sabotadores externos.

A narrativa utiliza humor negro e situações absurdas para satirizar respostas oficiais e reações populares a crises, sem abrir mão das cenas de ação e gore típicas do subgênero. O visual mistura locações reais de Havana, efeitos práticos e uma trilha sonora que ressalta o tom irônico da obra.

 

 

MEU NAMORADO É UM ZUMBI | VoD*

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O diretor Jonathan Levine (“Sexo, Drogas e Jingle Bells”) adapta o romance young adult de Isaac Marion, fusão entre comédia romântica e terror zumbi, que narra a crise dos mortos-vivos a partir da perspectiva de “R”, zumbi introspectivo vivido por Nicholas Hoult (“X-Men: Fênix Negra”).

O enredo acompanha “R” em sua rotina apática, até que um encontro com Julie, interpretada por Teresa Palmer (“A Descoberta das Bruxas”), provoca mudanças inesperadas. Ao salvar a jovem durante um ataque, o protagonista inicia um processo de transformação que desafia tanto as regras do apocalipse quanto as barreiras emocionais entre vivos e mortos. O elenco ainda conta com Rob Corddry (“A Ressaca”) no papel do melhor amigo zumbi e John Malkovich (“A Mula”) como o líder dos sobreviventes.

A trama de 2013 equilibra humor, ação e sátira dos clichês românticos, explorando temas como alienação, empatia e superação de preconceitos. O visual mistura tons claros e trilha sonora pop, sublinhando a leveza da abordagem para adequar a narrativa dos mortos-vivos à geração “Crepúsculo”.

 

 

GUERRA MUNDIAL Z | Netflix

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A maior superprodução de zumbis em todos os tempos expande o apocalipse zumbi para escala global, adaptando o livro de Max Brooks. Brad Pitt (“Era Uma Vez em… Hollywood”) protagoniza como Gerry Lane, ex-investigador da ONU que viaja o mundo em busca de uma solução para deter a pandemia. A trama combina cenas de pânico coletivo, investigação científica e dilemas militares, destacando a velocidade, criatividade e agressividade inéditas dos zumbis. O roteiro explora estratégias de contenção, sacrifício e respostas governamentais a crises globais.

Com orçamento elevado, efeitos digitais massivos e montagem dinâmica, o blockbuster dirigido por Marc Forster (“Em Busca da Terra do Nunca”) foi encarado como um longa de ação e faturou US$ 540 milhões em 2013, tornando-se também a maior bilheteria de um filme zumbi em todos os tempos.

 

 

WYRMWOOD: ROAD OF THE DEAD

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O terrir australiano de 2014 se tornou um sucesso por seu tom frenético e humor trash, que praticamente demonstra como seria “Mad Max” se passado durante um apocalipse zumbi de baixo orçamento. O enredo gira em torno de Barry, interpretado por Jay Gallagher (“Nekrotronic”), um mecânico que perde a família no início da epidemia e parte em busca da irmã Brooke, vivida por Bianca Bradey (“Rendel: Vingança Mortal”). Enquanto Barry enfrenta zumbis em estradas desertas e precisa improvisar um veículo movido a gás zumbi, Brooke é capturada por militares e submetida a experimentos que lhe conferem poderes de controlar os infectados.

Juntando-se a um grupo de sobreviventes, eles se envolvem em perseguições sangrentas, tiroteios e sequências de ação pelas estradas do outback australiano. Uma continuação com o mesmo diretor, Kiah Roache-Turner (“Sting – Aranha Assassina”), foi lançada em 2021, “Wyrmwood: Apocalypse”.

 

 

I AM A HERO

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Adaptação do mangá homônimo de Kengo Hanazawa, o filme de 2015 acompanha Hideo Suzuki, interpretado por Yo Oizumi (“The Mole Song”), um assistente de mangaká solitário e inseguro, cuja rotina pacata é destruída quando uma epidemia misteriosa transforma as pessoas em zumbis violentos.

Forçado a sair de sua zona de conforto, Hideo luta para sobreviver e cruza o caminho de Hiromi (Kasumi Arimura, “Amor à Segunda Vista”) e da enfermeira Yabu (Masami Nagasawa, “Assunto de Família”). Juntos, enfrentam múltiplas ameaças em uma Tóquio devastada, incluindo infectados com habilidades monstruosas e humanos em desespero. O roteiro mescla terror gráfico, cenas de ação e traços de humor negro, sem perder a dimensão humana do protagonista, que precisa superar medos e assumir papel de liderança.

O diretor Shinsuke Sato (“Inuyashiki”) aposta em efeitos práticos e computação gráfica para criar sequências de ataque intensas e sangrentas, cuja criatividade ajudou a revitalizar o terror zumbi asiático no século 21.

 

 

INVASÃO ZUMBI | Netflix

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O longa de 2016, dirigido por Yeon Sang-ho (“Profecia do Inferno”), tornou-se referência do cinema de terror sul-coreano ao unir ação, crítica social e drama. A história acompanha Seok-woo, vivido por Gong Yoo (“Inocente”), que embarca em um trem partindo de Seul ao lado da filha, quando um surto zumbi se espalha pelos vagões.

O elenco inclui Kim Su-an (“O Suspeito”), Ma Dong-seok (“Eternos”) e Jung Yu-mi (“Você é Meu Lar”). Os personagens precisam cooperar para sobreviver em um ambiente claustrofóbico, enquanto o roteiro aborda egoísmo, sacrifício e solidariedade.

Destaque no Festival de Cannes, a produção obteve mais de 90% de aprovação no Rotten Tomatoes, uma das maiores cotações já vista para um título do gênero, além de se consagrar como um dos maiores sucessos internacionais do cinema sul-coreano.

 

 

ESTAÇÃO SEOUL

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A animação sul-coreana foi escrita e dirigida por Yeon Sang-ho, o mesmo cineasta responsável por “Invasão Zumbi”. Os dois filmes compartilham o mesmo universo narrativo e a abordagem social. O desenho veio antes, mas o longo processo de produção e o percurso em festivais fez com que o lançamento comercial só acontecesse após “Invasão Zumbi”, com uma diferença de menos de um mês em 2016. Funcionando como prelúdio do sucesso live-action, a obra utiliza a estação central de Seul como epicentro de uma epidemia zumbi, explorando a cidade durante as horas que antecedem o caos retratado no filme de maior sucesso do diretor.

A trama acompanha Hye-sun, uma jovem em situação de vulnerabilidade, e seu namorado Ki-woong, que buscam sobreviver em meio à crescente desordem. Em paralelo, Suk-gyu, pai da protagonista, percorre as ruas para tentar resgatá-la, enfrentando hostilidade e indiferença das autoridades. O roteiro destaca a marginalização dos personagens, em especial dos sem-teto, cujas mortes e desaparecimentos inicialmente passam despercebidos, permitindo que o surto viral se espalhe livremente pela capital sul-coreana.

O elenco de vozes original conta com nomes como Ryu Seung-ryong (“Extreme Job”), Shim Eun-kyung (“Miss Granny”) e Lee Joon (“Gap-dong”). A direção de Yeon Sang-ho adota visual estilizado, com traços angulosos, cores frias e movimentos realistas, acentuando o clima de tensão e desesperança. A animação, que aborda temas sociais como desigualdade, abandono e a falência dos sistemas públicos diante de crises, foi exibida em festivais internacionais, incluindo o Fantasia International Film Festival, e é reconhecida como peça fundamental do cinema zumbi asiático, ampliando o impacto cultural da franquia iniciada por “Invasão Zumbi”.

 

 

MELANIE: A ÚLTIMA ESPERANÇA | VoD*

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O terror britânico de Colm McCarthy (“Peaky Blinders”) inova ao apresentar crianças híbridas, nascidas de mães infectadas, em um cenário militarizado e pós-apocalíptico. Melanie, vivida por Sennia Nanua, desenvolve relação central com a pesquisadora Caroline Caldwell (Glenn Close, “A Esposa”) e sua professora Helen (Gemma Arterton, “007 – Quantum of Solace”).

A narrativa discute sobrevivência, ética e esperança de cura, confrontando personagens com dilemas morais complexos. A obra de 2016 aposta em atmosfera opressiva, fotografia sóbria e trilha tensa, destacando-se pela originalidade do roteiro do autor de quadrinhos Mike Carey, conhecido por “Lucifer”.

 

 

FAMINTOS | VoD*

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O terror canadense dirigido por Robin Aubert transporta o apocalipse zumbi para a zona rural de Quebec, onde pequenas comunidades isoladas enfrentam uma epidemia que transforma a população em mortos-vivos agressivos. O filme acompanha um grupo de sobreviventes — encabeçado por Marc-André Grondin (“O Preço da Verdade”) e Monia Chokri (“Os Amores de Anaïs”) —, que precisa lidar não apenas com o perigo externo, mas também com o desgaste emocional, desconfiança e a ameaça de ruptura dos vínculos sociais em meio ao colapso.

A narrativa se destaca pelo uso de locações naturais, atmosfera contemplativa e pela ausência de trilha sonora tradicional em diversas cenas, criando uma sensação de vazio e suspense constante. O roteiro minimalista e realista enfatiza o cotidiano dos personagens, que buscam manter a esperança e humanidade diante do avanço dos infectados. Venceu o prêmio de Melhor Filme Canadense no Festival de Toronto de 2017, sobressaindo-se por investir em sensibilidade, melancolia e impacto visual para apresentar o apocalipse zumbi.

 

 

ANNA E O APOCALIPSE | VoD*

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O primeiro musical zumbi foi adaptado do curta homônimo de Ryan McHenry, que faleceu antes da produção do longa. A história se passa no vilarejo de Little Haven, próximo ao Natal, quando um surto zumbi transforma a celebração festiva em batalha pela sobrevivência. A protagonista Anna, vivida pela cantora Ella Hunt (“Horizon: Uma Saga Americana”), busca escapar do cerco junto a seus colegas de escola. O diferencial é que a narrativa mescla números musicais com as lutas contra mortos-vivos, mantendo equilíbrio entre humor adolescente e tensão apocalíptica.

A estética da obra de 2017, dirigida por John McPhail (“Where Do We Go from Here?”), inspira-se na série “Buffy: A Caça-Vampiros” e recorre ao contraste entre cenários natalinos e destruição, com coreografias que transitam da leveza ao caos. Acabou virando cult.

 

 
 

THE CURED | Prime Video

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O terror irlandês de 2017, parte de uma premissa original: o que acontece quando a cura para o apocalipse zumbi finalmente é descoberta? A trama acompanha o processo de reintegração social dos sobreviventes de uma epidemia que devastou a Irlanda, onde os infectados recuperam a consciência, mas mantêm as memórias dos atos cometidos sob o surto.

Sam Keeley (“71: Esquecido em Belfast”) interpreta Senan, um dos curados que tenta reconstruir a vida ao lado da cunhada Abbie, vivida por Ellen/Elliot Page (“The Umbrella Academy”). Tom Vaughan-Lawlor (“Vingadores: Guerra Infinita”) completa o núcleo principal como Conor, ex-líder entre os zumbis. O roteiro explora a tensão entre o medo social, o trauma, a culpa e o preconceito enfrentado pelos curados, tratados como párias e potenciais ameaças por parte da população.

A direção de David Freyne (“Meus Encontros com Amber”) aposta em clima sombrio e dilemas éticos, que aproximam o apocalipse zumbi de discussões sobre reabilitação social e cicatrizes de conflitos civis.

 

 

PLANO-SEQUÊNCIA DOS MORTOS

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A comédia de Shin’ichirô Ueda é celebrada pela criatividade narrativa ao transformar as filmagens de um terror de baixo orçamento em metalinguagem sobre o próprio cinema. A produção japonesa de 2017 começa como um B movie tradicional e surpreende ao inverter expectativas na metade final, revelando-se uma filmagem de zumbis, com problemas de bastidores e desafios críticos durante sua realização.

O roteiro explora improviso, superação de limites técnicos e paixão pelo fazer cinematográfico, sem perder o centro do subgênero zumbi. Premiado em festivais internacionais e sucesso no Japão, o longa é referência em criatividade e narrativa do cinema independente e até ganhou remake francês, “Coupez!” (2022), do diretor Michel Hazanavicius (“O Artista”).

 

 

CARGO | Netflix

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O drama pós-apocalíptico australiano dirigido por Ben Howling e Yolanda Ramke, adapta o curta homônimo dos próprios cineastas e traz o terror pelo viés da sobrevivência familiar e do choque cultural. O filme segue Andy, interpretado por Martin Freeman (“O Hobbit”), que, após ser infectado pelos mortos-vivos, tem apenas 48 horas para encontrar alguém que possa proteger sua filha pequena Rosie antes de sucumbir à transformação.

O roteiro se passa no interior da Austrália, cruzando paisagens áridas e isoladas, e incorpora elementos da cultura aborígene por meio da jovem Thoomi, vivida por Simone Landers, cuja própria família lida com o apocalipse segundo tradições ancestrais. Andy enfrenta obstáculos naturais, ataques das criaturas e a hostilidade de outros sobreviventes, revelando os limites da empatia e da resistência moral em meio ao colapso.

O longa de 2017 aposta em narrativa intimista, fotografia de grandes vazios e ritmo contemplativo, diferenciando-se pelo tom emocional e pela reflexão sobre legado e paternidade.

 

 

A NOITE DEVOROU O MUNDO | Prime Video

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A produção francesa de Dominique Rocher explora o terror zumbi pelo viés do isolamento extremo e da deterioração psicológica. O enredo acompanha Sam, interpretado por Anders Danielsen Lie (“22 de Julho”), que acorda de ressaca após uma festa e encontra Paris completamente tomada por mortos-vivos silenciosos e implacáveis.

A trama acompanha a luta diária pela sobrevivência física e mental, em um apartamento que se torna tanto refúgio quanto prisão. O roteiro explora solidão, paranoia e a lenta erosão das referências sociais do protagonista. O visual aposta em fotografia fria e cenários vazios, valorizando o vazio emocional diante do apocalipse. O drama de 2018 se destaca por sua abordagem existencialista e clima opressivo.

 

 

OPERAÇÃO OVERLORD

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Combinando terror, guerra, ação e ficção de época, o filme de Julius Avery (“Samaritano”) se passa no contexto do Dia D, durante a 2ª Guerra Mundial, e acompanha um grupo de paraquedistas americanos enviados à França ocupada para destruir uma torre de comunicação nazista. Durante a missão, os soldados descobrem um laboratório secreto, onde prisioneiros de guerra e moradores locais são submetidos a experimentos brutais, resultando em criaturas reanimadas com força sobre-humana e comportamento violento – zumbis.

O elenco liderado por Jovan Adepo (“The Leftovers”), Wyatt Russell (“Thunderbolts”) e Mathilde Ollivier (“A Sombra de Stalin”) se alterna entre sequências de combate militar, horror corporal e suspense. Elogiado pela fusão de gêneros, atmosfera sombria e ritmo acelerado, o longa de 2018 é uma das mais originais variações modernas do gênero.

 

 

HORROR SANGRETO | Booh!

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A produção canadense dirigida pelo estreante Jeff Barnaby reinventa o apocalipse zumbi ao ambientar a crise numa reserva indígena Mi’kmaq, situada em Red Crow, no Quebec. O título original (“Blood Quantum”) faz referência ao termo colonial “quantum de sangue”, usado para definir a ascendência indígena de uma pessoa, tema que atravessa toda a narrativa.

A trama começa quando cadáveres de peixes e animais voltam à vida, prenunciando um surto que logo atinge os humanos. O diferencial do filme está no fato de que apenas os não indígenas se transformam em mortos-vivos, enquanto os membros da comunidade Mi’kmaq são imunes ao vírus. Essa inversão conduz a uma reflexão sobre resistência, exclusão e sobrevivência, ao mesmo tempo em que transforma a reserva em refúgio para os não indígenas perseguidos pelas criaturas.

O elenco é liderado por Michael Greyeyes (“Fear the Walking Dead”), Elle-Máijá Tailfeathers (“Three Pines”), Forrest Goodluck (“O Regresso”) e Kiowa Gordon (“A Saga Crepúsculo: Lua Nova”), que vivem personagens divididos entre acolhimento, autodefesa e dilemas internos. As tensões entre a tradição e a urgência do momento ganham destaque à medida que alianças e ressentimentos vêm à tona.

O estilo visual aposta em fotografia sombria, efeitos práticos de maquiagem e momentos de violência gráfica, enquanto o roteiro explora o impacto histórico do colonialismo, traçando paralelos entre a epidemia e os traumas vividos pelos povos originários. Sua première no Festival de Toronto conquistou elogios pela originalidade, pelo subtexto político e pelo olhar inédito sobre o subgênero zumbi, numa sequência de críticas positivas que o fizeram atingir 90% de aprovação no Rotten Tomatoes e o status de um dos títulos mais relevantes do horror contemporâneo.

 

 

PEQUENOS MONSTROS

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A comédia australiana de 2019 começa com Dave (Alexander England, “Alien: Covenant”), músico em decadência, que se oferece como acompanhante numa viagem escolar rural para impressionar a professora do sobrinho, Miss Caroline, interpretada por Lupita Nyong’o (“Pantera Negra”). O cenário idílico da fazenda vira palco do caos quando um surto zumbi, oriundo de um experimento militar, atinge a excursão.

Os adultos, incluindo Josh Gad (“Frozen”) como o excêntrico apresentador de um programa infantil, logo se mostram imaturos para proteger o grupo de crianças da excursão, enquanto conflitos emergem e a figura materna assume o comando. A narrativa dirigida por Abe Forsythe (“Um Lobo como Eu”) avança entre momentos de tensão e humor raiz, com uso de música pop, como “Shake It Off” de Taylor Swift, ressignificada como hino de resiliência.

 

 

ZUMBI À VENDA

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O terrir sul-coreano acompanha a excêntrica família Park, dona de um posto de gasolina em uma cidadezinha, cuja rotina muda após um zumbi foragido de experimentos clandestinos aparecer na propriedade. A trama ganha contornos inusitados quando os membros da família descobrem que as mordidas do morto-vivo provocam efeitos rejuvenescedores, levando-os a explorar o fenômeno para lucrar com moradores e turistas ávidos por uma solução milagrosa para o envelhecimento. O problema são os efeitos colaterais, que transformam todos os mordidos em zumbis raivosos.

O diretor estreante Lee Min-jae faz sátira social e recorre ao humor absurdo para criticar a ganância, a cultura do rejuvenescimento e a lógica de exploração familiar, alternando momentos de paródia e situações surreais com terror.

 

 

#ALIVE | Netflix

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O sul-coreano Il Cho atualiza o terror zumbi ao situar a ação em um ambiente urbano conectado digitalmente, refletindo o isolamento da era contemporânea. Yoo Ah-in (“Burning”) vive Joon-woo, gamer confinado em seu apartamento enquanto o surto zumbi se espalha pela Coreia do Sul.

Com a escassez de recursos e o colapso da comunicação, a sobrevivência depende da improvisação e do contato eventual com outros sobreviventes, em especial a vizinha Yoo-bin, interpretada por Park Shin-hye (“Milagre na Cela 7”). O filme explora ansiedade, solidão e a busca por conexão real em meio à dependência tecnológica, investindo em cenas de suspense e ação acelerada. A produção de 2020 teve ampla repercussão global ao liderar rankings da Netflix e foi reconhecida pela crítica por retratar o zeitgeist do isolamento digital.

 

 

BASTARDOZ | Netflix

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A produção dirigida por Alberto de Toro e Javier Ruiz Caldera (“Superlópez”) se passa durante a Guerra Civil Espanhola e utiliza o apocalipse zumbi como metáfora para conflitos ideológicos. A narrativa de 2020 gira em torno de soldados de diferentes facções que precisam se unir contra uma ameaça sobrenatural comum.

O elenco é liderado por Miki Esparbé (“Barcelona, Noite de Inverno”) e Luis Callejo (“Tarde para a Ira”), que vivem personagens rivais forçados a colaborar em meio ao cerco dos mortos-vivos. A trama equilibra humor negro, crítica política e cenas de ação, enfatizando diálogos ácidos e situações absurdas que satirizam tanto o horror quanto a história recente da Espanha. “Bastardoz” conquistou espaço no catálogo da Netflix e foi reconhecido por revitalizar o terrir zumbi com identidade ibérica.

 

 

ARMY OF THE DEAD: INVASÃO EM LAS VEGAS | Netflix

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A volta de Zack Snyder (“Madrugada dos Mortos”) aos mortos-vivos em 2021 é um praticamente um thriller de ação. O enredo começa após um surto devastador transformar Las Vegas em uma cidade cercada e isolada pelo governo dos Estados Unidos. A região se torna território dos zumbis, que desenvolveram uma hierarquia própria e habilidades surpreendentes.

Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”) protagoniza como Scott Ward, um veterano de guerra que lidera um grupo de mercenários em uma missão arriscada: recuperar US$ 200 milhões guardados no cofre de um cassino antes que o governo bombardeie a cidade. O elenco inclui Ella Purnell (“Yellowjackets”), Omari Hardwick (“Power”), Ana de la Reguera (“Goliath”) e Matthias Schweighöfer, que lidera o prelúdio “Exército de Ladrões: Invasão da Europa”.

O roteiro combina cenas de violência gráfica com sequências de ação estilizadas, em que os mercenários fortemente armados enfrentam zumbis rápidos, inteligentes e até mesmo organizados socialmente. O visual investe em cores saturadas, explosões e um ritmo frenético, característicos da estética de Snyder. Além do entretenimento, o filme explora temas como luto, ganância e laços familiares em meio ao caos.

Elogiado pelo alto investimento em efeitos especiais, escala grandiosa e sequências inventivas, o lançamento de streaming também foi criticado pelo roteiro irregular e personagens pouco desenvolvidos. Ainda assim, tornou-se um dos maiores sucessos da Netflix, gerando um prelúdio e projetos de novas produções.

 

 

A TRISTEZA | Reserva Imovison

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“A Tristeza” (“The Sadness”), dirigido por Rob Jabbaz, é um terror taiwanês que empurra os limites do gênero ao retratar uma epidemia que transforma infectados em criaturas violentas e sádicas. Regina Lei (“76 Horror Bookstore”) e Berant Zhu (“We Are Champions”) vivem um casal separado no início da pandemia, obrigados a enfrentar tanto a brutalidade dos contaminados quanto a desintegração total das estruturas sociais.

A narrativa aposta em violência gráfica, atmosfera opressiva e sequências de horror extremo, abordando a perda da humanidade diante do colapso civilizacional. O longa de 2021 é brutal e teve enorme impacto no circuito dos festivais de cinema fantástico, tornando-se referência internacional no debate sobre os limites do terror moderno.

 

 

VIRUS-32

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A produção uruguaia de 2022 traz uma abordagem tensa e claustrofóbica ao acompanhar em tempo real a protagonista Iris, interpretada por Paula Silva (“Relatos Selvagens”), zeladora de um antigo clube esportivo.

Na história, Iris se vê obrigada a lutar com sua filha após ficarem presas no local de trabalho enquanto o surto zumbi toma conta da cidade. O diferencial do longa reside na regra inventiva: cada vez que um zumbi se alimenta, ele entra em um estado letárgico por 32 segundos, abrindo pequenas janelas para fuga ou contra-ataque. Esse elemento de contagem regressiva reforça a tensão e ritmo do filme.

O roteiro explora o trauma pessoal da protagonista, questões familiares e o peso da responsabilidade em meio ao caos. O diretor Gustavo Hernández (“A Casa Muda”) investe em suspense com planos fechados e poucos cenários, priorizando a atmosfera opressiva e os momentos de violência súbita.

 

 

100 COISAS PARA FAZER ANTES DE VIRAR ZUMBI | Netflix

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A comédia japonesa adapta o mangá homônimo de Haro Aso (“Alice in Borderland”), apostando em humor e leveza para tratar do apocalipse zumbi. O protagonista é Akira Tendo (Eiji Akaso, “Kamen Raidâ Birudo”), um jovem frustrado com a rotina exaustiva de trabalho em uma empresa tóxica. Quando um surto zumbi transforma Tóquio, Akira comemora, pois se vê livre para realizar seus sonhos sem o peso do emprego — e elabora uma lista de 100 coisas que deseja fazer antes de se transformar em morto-vivo.

O roteiro transforma o apocalipse em metáfora para libertação pessoal, misturando situações absurdas e sátira à vida corporativa japonesa. O elenco conta ainda com Mai Shiraishi (“Identidade Roubada”), Shuntarô Yanagi (“Alice in Borderland”) e Yui Ichikawa (“Ju-on: O Grito”). As cenas transitam entre ação, romance e momentos de autoajuda, enquanto Akira se une a outros sobreviventes para cumprir sua lista, enfrentando mortos-vivos em meio a tarefas banais e desafios existenciais.

A direção de Yûsuke Ishida (assistente de direção de “Shin Gojira”) investe em ritmo ágil e divertido, diferenciando-se da maioria dos filmes do subgênero pela abordagem positiva diante do fim do mundo.

 

 

DESCANSE EM PAZ

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A produção sueca adapta o romance “Handling the Undead” de John Ajvide Lindqvist, autor do famoso “Deixa Ela Entrar”, que revolucionou as tramas contemporâneas de vampiros. O filme foi exibido no Festival de Sundance em 2024 e recebeu atenção internacional ao abordar o fenômeno zumbi de maneira existencialista e dramática, distanciando-se do horror convencional.

A narrativa se passa em Estocolmo, quando uma onda de calor atípica provoca falhas elétricas e, misteriosamente, faz com que pessoas recém-falecidas voltem à vida. Em vez do tradicional apocalipse violento, o roteiro foca na intimidade de três famílias que precisam lidar com o retorno de entes queridos. O elenco é liderado por Renate Reinsve (“A Pior Pessoa do Mundo”), Anders Danielsen Lie (“22 de Julho”) e Bahar Pars (“Um Homem Chamado Ove”), que vivem personagens imersos no luto, perplexidade e no conflito emocional de reencontrar aqueles que haviam perdido.

O filme investe em atmosfera soturna, fotografia fria e ritmo contemplativo, explorando temas como perda e loto. As cenas de reencontro entre familiares e seus mortos são carregadas de silêncio, tensão e ambiguidade moral, sugerindo que a ressurreição não traz alívio, mas sim uma perturbação profunda na ordem social e pessoal. Entretanto, pouco a pouco, os entes queridos se tornam cada vez mais parecidos com zumbis tradicionais.

 

 
 

LÁ FORA | Netflix

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A produção filipina escrita e dirigida por Carlo Ledesma (“A Próxima”) em 2024 acompanha a família Abel, liderada por Francis, vivido por Sid Lucero (“The Kingdom”), enquanto fogem de um surto zumbi para a fazenda ancestral, em uma plantação isolada. A chegada ao casarão resgata memórias traumáticas de Francis, que descobre que seu pai se matou após ser infectado e sua mãe retornou como morta‑viva, forçando-o a exterminá-la. A tensão familiar se intensifica quando segredos são revelados – incluindo infidelidade –, agravando a crise emocional em meio ao cerco zumbi. A virada ocorre quando o irmão “salvador” Diego aparece, mas é rejeitado, desencadeando conflitos que levam a confrontos brutais e transformações drásticas.

Com andamento lento, a filmagem investe na atmosfera opressiva da fazenda isolada e no trauma geracional, com sequências de horror psicológico que chegam a ofuscar o apocalipse externo.

 

 

* Os lançamentos em VoD (Video on Demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.

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Marcel Plasse

Marcel Plasse é jornalista, participou da geração histórica da revista de música Bizz, editou as primeiras graphic novels lançadas no Brasil, criou a revista Set de cinema, foi crítico na Folha, Estadão e Valor Econômico, escreveu na Playboy, assinou colunas na Superinteressante e DVD News, produziu discos indies e é criador e editor do site Pipoca Moderna.

@Pipoca Moderna 2025
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