PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

Divulgação/Globo

TV|19 de junho de 2025

Francisco Cuoco morre aos 91 anos após trajetória histórica na TV brasileira

O astro de novelas clássicas como “Selva de Pedra” e “Pecado Capital” enfrentava problemas de saúde em São Paulo


Pipoque pelo Texto ocultar
1 Despedida de um dos grandes galãs da televisão
2 Infância, formação e início da carreira
3 Como Cuoco se tornou galã das novelas?
4 Papéis marcantes e transformação na teledramaturgia
5 Carreira no teatro, cinema e música
6 Família, saúde e legado

Despedida de um dos grandes galãs da televisão

Morreu nesta quinta-feira (19/6), aos 91 anos, o ator Francisco Cuoco, nome central na história da dramaturgia brasileira e símbolo de uma geração de galãs das novelas da Globo. Cuoco enfrentava problemas de saúde decorrentes de uma infecção nos rins, quadro que nos últimos anos resultou em dificuldades de locomoção e levou a sucessivas internações. A informação foi confirmada pela família, que vinha acompanhando de perto as idas e vindas do artista ao hospital.

O ator estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e encontrava-se sedado desde então. Segundo sua irmã, Grácia, com quem morava, Cuoco sofreu complicações ligadas à idade e a um ferimento que infeccionou. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos, segundo informações do hospital.

Infância, formação e início da carreira

Francisco Cuoco nasceu em novembro de 1933 no bairro do Brás, região de forte presença italiana em São Paulo, em uma família de origem humilde. Desde cedo ajudava o pai como feirante e conciliava o trabalho com os estudos. O interesse pelo teatro surgiu no início dos anos 1950, quando começou a frequentar a Escola de Arte Dramática, hoje vinculada à USP.

A estreia profissional nos palcos aconteceu em 1958, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto, na peça “A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso”, dirigida por Alberto D’Aversa. O papel inicial, um gladiador morto em cena e sem falas, marcou a entrada no teatro. No ano seguinte, integrou o grupo Teatro dos Sete, criado por Montenegro, Britto, Gianni Ratto e Ítalo Rossi, consolidando-se como ator de destaque nos palcos brasileiros.

Como Cuoco se tornou galã das novelas?

Paralelamente ao teatro, Cuoco fez teleteatro na TV Tupi e, em 1964, estrelou sua primeira novela, “Marcados Pelo Amor”, de Walther Negrão e Roberto Freire, na TV Record. O papel foi decisivo para que passasse a ser reconhecido como galã nacional.

Em 1966, foi protagonista de “Redenção”, novela de Raimundo Lopes, e dois anos depois fez o primeiro par romântico com Regina Duarte em “Legião dos Esquecidos”, na TV Excelsior. A parceria entre Cuoco e Regina Duarte se repetiria com sucesso em “Selva de Pedra” (1972), trama policial e dramática que alcançou recordes de audiência e marcou época na Globo.

O ator estreou oficialmente na Globo em 1970, no papel principal de “Assim na Terra como no Céu”, de Dias Gomes, após brilhar em “Sangue do Meu Sangue” (1969), novela da Excelsior comprada pela TV Tupi. A partir daí, ele tornou-se presença obrigatória nas tramas da emissora.

Papéis marcantes e transformação na teledramaturgia

Ao longo de quase 70 anos de carreira, Francisco Cuoco quebrou padrões do galã tradicional ao interpretar anti-heróis e personagens de nuances complexas. Entre os papéis mais emblemáticos estão o taxista Carlão de “Pecado Capital” (1975) e o charlatão Herculano Quintanilha de “O Astro” (1977), ambos figuras carismáticas que fugiam do estereótipo clássico dos mocinhos.

Outro papel memorável foi em “O Outro” (1987), novela de Aguinaldo Silva em que interpretou dois personagens: o empresário Paulo Della Santa e seu sósia Denizard de Mattos. A dualidade dos papéis e o suspense do possível encontro entre eles destacaram o talento do ator para desafios dramáticos.

Entre outros sucessos na TV, Cuoco esteve em títulos como “O Cafona” (1971), “O Semi-Deus” (1973), “Cuca Legal” (1975), “Os Gigantes” (1979), “Eu Prometo” (1983), “O Salvador da Pátria” (1989), “Cobras & Lagartos” (2008), “Passione” (2010), o remake de “O Astro” (2011), “Amor à Vida” (2014), “Boogie Ooogie” (2014) e “Sol Nascente” (2016). Também protagonizou “Obrigado, Doutor”, uma das primeiras séries da Globo, exibida em 1981, em que viveu um médico numa região rural.

Carreira no teatro, cinema e música

Durante anos, a dedicação à TV afastou Cuoco dos palcos, mas ele retornou ao teatro em 2004 com “Três Homens Baixos”, de Rodrigo Murat, e seguiu com montagens como “Deus é Química” (2009), ao lado de Fernanda Torres. No cinema, participou de “Grande Sertão” (1968), “Traição” (1998), “Gêmeas” (1999), além de produções com Renato Aragão, como “Um Anjo Trapalhão” (2000) e “Didi – O Caçador de Tesouros” (2006). Atuou ainda em “Cafundó” (2005), ao lado de Lázaro Ramos, e em “Real Beleza” (2015), com Vladimir Brichta e Adriana Esteves.

Sua versatilidade também se estendeu à música. No auge da popularidade, lançou o disco romântico “Solead” (1975). Posteriormente, gravou o CD “Paz Interior”, com orações católicas.

Família, saúde e legado

Sua última aparição em novelas foi num episódio de “Salve-se Quem Puder” em 2020. A partir daí, ficou recluso durante a pandemia, quando desenvolveu depressão. Ele superou a fase com apoio dos filhos Tatiana, Rodrigo e Diogo. Em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, afirmou: “Devagarinho, com ajuda dos filhos, eu fui me recuperando. Acho que hoje em dia estou bem melhor”. Demonstrou desejo de retornar às telas: “Acho que ainda tenho o vigor para isso”.

Francisco Cuoco ainda voltou ao ar em participação na sitcom “No Corre”, do Multishow, em 2023. Mas a saúde foi piorando até inviabilizar qualquer esforço para atuar. Nos últimos tempos, chegou a pesar 130 quilos e não conseguia mais ficar de pé sozinho.

Sua despedida das telas, entretanto, foi uma grande homenagem à sua carreira, num especial da série “Tributo” exibido há duas semanas, no dia 6 de junho, e disponível na Globoplay. O ator gravou uma longa entrevista em seu apartamento em São Paulo, onde relembrou os principais trabalhos de sua jornada. “Ele estava na hora certa, no lugar certo e era o ator certo pros personagens que fez”, definiu a amiga e parceira de “O Astro”, Elizabeth Savalla, na obra documental.

Sem posts relacionados

Pipoca Moderna

Acompanhe Pipoca Moderna (pipocamoderna.com.br) para mais notícias de entretenimento.

@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie