Rick Derringer, lenda do rock, morre aos 77 anos

Guitarrista, cantor e produtor marcou gerações com clássicos do rock e parcerias históricas

Divulgação/Cherry Red

Morte de uma lenda

Rick Derringer, lenda do rock americano, morreu na segunda (26/5) aos 77 anos em Ormond Beach, na Flórida. A morte foi confirmada por Tony Wilson, seu cuidador, à Variety. Derringer enfrentava problemas de saúde nos últimos meses, mas a causa exata não foi revelada.

Início de trajetória arrasador

Nascido Richard Dean Zehringer em Ohio, o músico iniciou a carreira adolescente, formando a banda The McCoys com o irmão Randy. Aos 18 anos, Derringer atingiu o 1º lugar nas paradas dos EUA com “Hang on Sloopy”, versão do clássico “My Girl Sloopy”, e se tornou o símbolo musical de seu estado natal, Ohio.

O hit embalou gerações e, em 1985, foi oficializado como a canção do rock do estado de Ohio, além de se tornar tema tradicional nos jogos do Ohio State. Os McCoys chegaram a abrir para os Rolling Stones em turnê, mas o grupo nunca mais repetiu o sucesso do primeiro single e Derringer mudou de rumo ao se unir ao guitarrista Johnny Winter.

Parcerias com os irmãos Winter

No fim dos anos 1960, Derringer aproximou-se dos irmãos Winter e passou a atuar como guitarrista, produtor e compositor, primeiro ao lado de Johnny Winter, depois integrando o Edgar Winter Group. Com Edgar, produziu o instrumental “Frankenstein”, que liderou a Billboard em 1973. Logo depois, Derringer assumiu o posto de guitarrista principal do grupo, consolidando-se no hard rock setentista.

Carreira solo com futuros astros do rock

Em 1973, lançou seu primeiro álbum solo, “All-American Boy”, apresentando o sucesso duradouro “Rock and Roll Hootchie Koo”, música que ultrapassou gerações e foi resgatada em trilhas nostálgicas como no filme “Jovens, Loucos e Rebeldes” e na série “Stranger Things”. O álbum ainda trouxe participação inédita de Patti Smith, então desconhecida, na faixa “Jump”.

O grupo Derringer, criado em 1976, lançou discos e rodou palcos com apresentações marcadas por duelos de guitarra e shows performáticos. Entre os integrantes do grupo, destacava-se o guitarrista Neil Giraldo, que nos anos 1980 atingiria o estrelato ao lado de Pat Benatar.

Guitarra em hits famosos

Derringer trabalhou como músico de estúdio nas décadas de 1970 e 1980, gravando com nomes como Steely Dan, Todd Rundgren, Alice Cooper, Kiss e Barbra Streisand. Entre os solos famosos que gravou na época incluem-se hits consagrados como “Total Eclipse of the Heart”, de Bonnie Tyler, e “Making Love Out of Nothing at All”, do Air Supply, ambos compostos por Jim Steinman.

O músico trabalhou também com Cyndi Lauper, participando de três álbuns da cantora, inclusive no hit “True Colors”, além de ter produzido o disco de estreia do comediante “Weird” Al Yankovic.

Luta livre, Andy Warhol e religião

No meio dos anos 1980, Derringer expandiu sua influência ao universo da luta livre profissional. Produziu e coescreveu trilhas marcantes para a World Wrestling Federation, incluindo o tema de Hulk Hogan, “Real American”, música que extrapolou os ringues e foi usada em eventos de Barack Obama, Hillary Clinton e Donald Trump.

Fora dos palcos e dos estúdios, Derringer e a primeira esposa, Liz, também integraram o círculo de Andy Warhol e eram presença frequente em revistas de rock.

Nos últimos anos, tocou nas bandas de Ringo Starr, Peter Frampton e Carmine Appice, além de lançar álbuns com temática cristã ao lado da última esposa, Jenda.