Prisão no Rio de Janeiro
O trapper Poze do Rodo foi preso por policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira (29/5), durante operação no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade. A investigação aponta suspeita de apologia ao crime, associação para o tráfico e envolvimento com o Comando Vermelho.
Como a polícia chegou ao cantor?
Segundo a polícia, Poze do Rodo se apresentava exclusivamente em áreas sob controle do Comando Vermelho, com shows realizados em eventos protegidos por traficantes armados com fuzis. De acordo com as investigações, a presença ostensiva dos criminosos garantia a “segurança” do artista e do público.
O que dizem as investigações?
As autoridades afirmam que o repertório das músicas do cantor faz apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo, além de incitar confrontos entre facções rivais. “Esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes”, diz a nota oficial da Polícia Civil.
Qual a relação com o Comando Vermelho?
A polícia destacou que, em um dos shows, realizado em 19 de maio na Cidade de Deus, o funkeiro teria enaltecido a facção criminosa poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), durante operação na comunidade.
“As letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia do crime e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos”, informou a Polícia Civil.
O que acontece agora?
O mandado de prisão temporária foi expedido após evidências de que os shows de Poze do Rodo são financiados diretamente pelo Comando Vermelho, e ele vai permanecer detido ao menos até a audiência de custódia.
O espaço segue aberto para a defesa do cantor, que deve se manifestar nas próximas horas.
