Brasileiro elogiado em Cannes reforça aposta do estúdio
A Neon adquiriu os direitos de distribuição nos Estados Unidos de “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho, que estreou na competição oficial do Festival de Cannes. O longa brasileiro, estrelado por Wagner Moura, vem recebendo avaliações positivas e já aparece como um dos favoritos à Palma de Ouro, com 100% de aprovação da crítica internacional no Rotten Tomatoes.
O suspense político, ambientado em 1977 no Recife, acompanha Marcelo (Moura), especialista em tecnologia que chega à cidade durante o carnaval para tentar reencontrar o filho, mas rapidamente percebe que o local está longe de ser o refúgio pacífico que imaginava. O roteiro explora o clima de tensão da época e a violência em meio ao contexto político da ditadura militar.
Neon busca sexta vitória consecutiva em Cannes
Se “O Agente Secreto” conquistar a Palma de Ouro, a Neon manterá uma sequência inédita de vitórias no festival: o estúdio venceu com “Anora” (2024), “Anatomia de uma Queda” (2023), “Triângulo da Tristeza” (2022), “Titane” (2021) e “Parasita” (2019). Dois desses títulos, “Anora” e “Parasita”, também levaram o Oscar de Melhor Filme, ampliando o prestígio do selo.
A negociação do acordo envolveu Sarah Colvin e Jeff Deutchman, pela Neon, e Fionnuala Jamison, da MK2 Films, representando os cineastas.
Quais outros filmes da Neon estão em Cannes?
Além do filme brasileiro, a Neon apresenta neste ano outros títulos no festival. Entre os destaques estão “Sentimental Value”, de Joachim Trier, que bateu o recorde de aplausos de “O Agente Secreto” nesta quarta (21/5), e “Alpha”, de Julia Ducournau, outro filme que gerou burburinho, além de “Orwell: 2+2=5”, de Raoul Peck, e “Splitsville”, de Michael Angelo Covino, com Dakota Johnson e Adria Arjona no elenco.
Qual é o histórico de Kleber Mendonça Filho em Cannes?
“O Agente Secreto” marca o terceiro filme de Kleber Mendonça Filho a competir pela Palma de Ouro — após “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019), que conquistou o Prêmio do Júri em parceria com Juliano Dornelles. O cineasta também presidiu o júri da Semana da Crítica em 2017 e, em 2023, exibiu o documentário “Retratos Fantasmas” em sessão especial.