
Instagram/MC Poze do Rodo
MC Poze do Rodo é tietado e dá autógrafos na prisão, relata Oruam
Oruam narra que funkeiro virou centro das atenções em Bangu 3A, onde permanece após prisão temporária
Poze do Rodo vira centro das atenções em Bangu 3A
Desde a prisão de Marlon Brendon Coelho, o MC Poze do Rodo, na manhã de quinta-feira (29/5), o rapper Oruam tem publicado relatos frequentes sobre o funkeiro em suas redes sociais. Nesta sexta-feira (30/5), Oruam detalhou a rotina de Poze na Penitenciária Dr. Serrano Neves (Bangu 3A), contando que o cantor tem sido tietado por outros detentos e virou motivo de festa na unidade.
Em vídeo, Oruam afirmou: “Vagabundo está fazendo festa. A cadeia toda, todo mundo felizão, nego tá até esquecendo que tá preso”, relatou, mencionando o clima no presídio desde a chegada do artista.
Como Poze está sendo tratado pelos detentos?
Segundo Oruam, Poze do Rodo foi recebido com entusiasmo pelos outros presos, com direito a pedidos de autógrafos. “Quando o PZ chegou lá, pra tu ver como que é as coisas, mano, o cara falou pra mim que nego tá pedindo autógrafo pro PZ. Pra tu ver como o Estado é, coloca o cara lá dentro e vagabundo não quer deixar nem o pai respirar”, contou.
Ideologia declarada
No registro oficial de entrada do cantor na penitenciária, o campo “ideologia declarada” foi marcado com “CV”, sigla para Comando Vermelho — facção criminosa que domina parte das comunidades do Rio de Janeiro. No sistema prisional fluminense, esse termo se refere à identificação voluntária de pertencimento ou ligação do preso com alguma facção, procedimento adotado para evitar confrontos e para orientar a alocação em unidades sob controle ou influência do grupo declarado, conforme protocolos da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Segundo a Seap, questionar sobre a “ideologia declarada” é praxe em todas as novas entradas no sistema, com o objetivo de garantir a segurança interna das unidades, prevenindo disputas entre grupos rivais.
Esposa de Poze critica sistema e exposição
Viviane Noronha, esposa de Poze do Rodo, manifestou indignação nas redes sociais, criticando a falta de alternativas ao protocolo: “Ele é cria de uma comunidade, não tem culpa de o sistema ser dividido. Vocês, sendo cria de uma comunidade, escolheriam o quê?”, questionou. Ela ressaltou que a transferência e alocação seguem padrão para evitar riscos a detentos conhecidos ou ligados a determinadas regiões.
“Marlon é cria da onde? Ele vai fazer o quê? Para onde mais ele iria? Esse é o procedimento padrão, ele precisa ir para algum lugar. Isso acontece com todo mundo, mas o Marlon é famoso e está sendo humilhado”, ela reclamou sobre a repercussão da identificação.
Poze do Rodo foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, sob investigação por associação ao tráfico e apologia ao crime. Conduzido à Cidade da Polícia, chegou ao local algemado, sem camisa e descalço, e passou por audiência de custódia, tendo a Justiça mantido a prisão temporária por 30 dias.