Gaga afirma que não foi alertada sobre ameaça
Lady Gaga se manifestou neste domingo (4/5) após a Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmar a prisão de nove suspeitos envolvidos em um plano de ataque terrorista durante o show gratuito da cantora na praia de Copacabana. A apresentação reuniu mais de 2 milhões de pessoas na noite de sábado (3).
“Ficamos sabendo dessa suposta ameaça por meio da imprensa nesta manhã”, declarou um porta-voz da cantora em comunicado enviado à imprensa norte-americana. “Antes e durante o show, não houve nenhum alerta de segurança conhecido, nem qualquer comunicação por parte da polícia ou de autoridades com Lady Gaga sobre eventuais riscos. A equipe dela trabalhou em conjunto com as forças de segurança durante todo o planejamento e execução do show, e todos estavam confiantes nas medidas adotadas.”
O que diz a polícia sobre a ameaça frustrada?
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o grupo investigado pretendia realizar um massacre durante o show com coquetéis molotov e explosivos improvisados. O secretário da corporação, Felipe Curi, afirmou que o plano era parte de uma ação de ódio voltada ao público LGBTQIA+.
“Eles estavam se articulando para fazer esse ataque. Então é uma investigação justamente sobre ataques terroristas”, declarou Curi. “Foi uma operação que impediu que um mal muito maior fosse executado.”
A operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em nove cidades. Dois suspeitos foram detidos: um adolescente no Rio de Janeiro, por armazenar pornografia infantil, e um homem de 44 anos no Rio Grande do Sul, preso por porte ilegal de três armas. A dupla é apontada como coordenadora do plano e teria usado o Discord para incitar desafios e radicalização online.
Qual foi a motivação do grupo investigado?
A polícia apontou que os envolvidos promoviam discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIA+ e pretendiam atacar durante o evento, aproveitando a visibilidade do show. Os investigadores estimam que centenas de vidas foram salvas com a desarticulação do plano.
“O show teve mais de 2 milhões de pessoas e seria um massacre, com motivações claras de ódio”, destacou Curi. A divulgação da operação só ocorreu após o evento, em razão do sigilo mantido pelas autoridades para evitar pânico.
Houve outra ameaça paralela ao evento?
Além da operação principal, um homem de 44 anos foi preso em Macaé após anunciar nas redes sociais que mataria uma criança durante o show, transmitindo o crime ao vivo. A motivação seria religiosa.
“Ele dizia que a cantora era satanista e que ele iria fazer um ritual satanista também, matando uma criança durante o show”, informou Felipe Curi.
Apesar da gravidade, a polícia esclareceu que essa ameaça não tinha ligação com o grupo alvo da operação principal.
Gaga celebrou o público brasileiro após a apresentação
Horas antes de a operação ser divulgada, Gaga agradeceu os fãs por meio das redes sociais. “Nada poderia me preparar para o sentimento que tive durante o show de ontem à noite — o orgulho e a alegria absolutos que senti ao cantar para o povo do Brasil”, escreveu.
“A visão da multidão durante minhas músicas de abertura me deixou sem fôlego. Seu coração brilha tanto, sua cultura é tão vibrante e especial, que espero que saibam o quanto sou grata por ter compartilhado esse momento histórico com vocês.”