Campanha alerta para ligação entre floresta, chuva e economia
Anitta se posicionou publicamente nesta quarta-feira (9/4) a favor da demarcação de terras indígenas, ao participar da campanha “Brasil Indígena, Terra Demarcada”. Em vídeo publicado no Instagram, a cantora destacou a importância dos povos originários na preservação das florestas e apontou os riscos econômicos e ambientais de não proteger essas áreas. “Você já deve saber que as florestas regulam nosso clima. E sabe quem protege essas florestas há milhares de anos, prestando serviços ao país inteiro e sustentando parte importante da economia? São os povos indígenas”, escreveu na legenda.
No vídeo, Anitta ressalta que o agronegócio brasileiro depende diretamente das chuvas formadas a partir da floresta amazônica, onde se concentram muitas das terras indígenas do país. “Sem floresta, não tem chuva. Sem chuva, não tem agro. Sem agro não tem comida nem economia. Tem gente querendo abrir essas terras para garimpo, mineração, hidrelétrica. Só que se isso acontecer vai faltar água, comida e sobrar desastre”, afirmou.
“A conta vai chegar para todo mundo”, diz cantora
O alerta segue com a lembrança de que a destruição das florestas e a ausência de demarcação acarretam consequências para toda a população: “Depois o preço explode no mercado e a conta vai chegar para todo mundo, inclusive você. As terras indígenas mantêm as florestas em pé, a chuva caindo e a economia girando. Tudo isso sem destruir nada”.
Com uma camiseta da campanha, Anitta também cita dados sobre o papel das terras indígenas no equilíbrio climático nacional: “80% das terras do agro no Brasil dependem das chuvas que vêm das Terras Indígenas. (…) Demarcação já! Porque floresta em pé é vida pra todo mundo”.
Mobilização ganha força com o ATL 2025
Além de Anitta, a campanha conta com o apoio de outros artistas como Juliette, Glória Pires, Djavan, Marcos Palmeira, Dira Paes, Xamã e Klebber Toledo. A ação é promovida por organizações como a Mídia Indígena, Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Anmiga (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade) e o ISA (Instituto Socioambiental).
A mobilização ocorre em paralelo ao ATL (Acampamento Terra Livre) 2025, realizado em Brasília, que reúne milhares de lideranças indígenas. O evento é considerado a maior mobilização indígena do mundo e tem como uma de suas pautas principais a luta contra o marco temporal, proposta que ameaça os direitos constitucionais dos povos originários e pode agravar a crise climática ao favorecer a devastação de áreas protegidas.