Juiz rejeita parte das acusações contra Diddy, mas mantém processo por agressão sexual

Juiz rejeita parte das acusações contra Diddy, mas mantém processo por agressão sexual

Decisão em Nova York anula denúncias de conspiração e tráfico sexual contra a empresa do rapper, mas preserva acusações individuais

Instagram/Diddy

Decisão parcial da Justiça

A Justiça de Nova York rejeitou parcialmente as acusações movidas pelo produtor Rodney “Lil Rod” Jones contra o rapper Sean “Diddy” Combs em um processo de US$ 30 milhões. Em decisão divulgada na última sexta-feira (21/3), o juiz J. Paul Oetken acatou e descartou diferentes pontos do processo, mantendo as denúncias por agressão sexual e por violações da Lei de Proteção às Vítimas de Tráfico Humano (TVPA).

A denúncia inicial do produtor foi apresentada em fevereiro de 2024 e acusa Combs de assédio sexual, coerção para contratar profissionais do sexo e forçá-lo a participar de relações com elas. O processo também cita suposta participação de um “esquema criminoso” envolvendo seu filho Justin Combs, sua chefe de gabinete Kristina Khorram, o CEO da Universal Music Group Lucian Grainge, a ex-presidente da Motown Ethiopia Habtemariam, além de selos musicais e nomes não identificados.

Ponto a ponto da decisão

Entre os trechos rejeitados pelo juiz estão as alegações de conspiração baseadas na Lei RICO (Organizações Corruptas e Influenciadas por Extorsão) contra Combs e Khorram. Segundo a decisão, a argumentação apresentada por Jones foi insuficiente: “Não deveria ser necessário vasculhar uma denúncia com 402 parágrafos para tentar formular argumentos inéditos em nome de Jones.”

Também foram descartadas as acusações de negligência e danos emocionais, bem como a denúncia por violação de contrato. Além disso, o juiz rejeitou o pedido baseado na TVPA contra a empresa Combs Global, embora tenha mantido os relacionados diretamente a Combs e Khorram.

Críticas ao advogado do autor

O juiz ainda repreendeu o advogado de Jones, Tyrone Blackburn, classificando sua conduta como “perturbadora”. A decisão afirma que seus documentos judiciais “estão repletos de declarações imprecisas sobre a lei, acusações infundadas e ataques pessoais inapropriados contra os advogados da parte contrária”.

O texto também descreve a petição como recheada de “insultos irrelevantes, distorções e exageros”, e alertou que futuras condutas inadequadas podem resultar em sanções ou encaminhamento para medidas disciplinares.

Declarações das partes

Em comunicado enviado à Variety, Blackburn afirmou: “Uma vitória é uma vitória. A brincadeira acabou. Agora é hora da fase de produção de provas.”

Combs contestou o processo em agosto de 2024, após Jones apresentar duas versões revisadas da denúncia. Na petição para arquivamento, a defesa de Combs declarou: “A segunda versão da denúncia é a terceira tentativa de disfarçar uma disputa comercial comum como uma conspiração sensacionalista baseada na RICO.”

Segundo o documento, “com quase 100 páginas, ela inclui incontáveis histórias fantasiosas, menções gratuitas a celebridades e imagens irrelevantes. Apesar de todo o exagero e teatralidade, a denúncia falha em apresentar uma única acusação viável contra qualquer um dos réus ligados a Combs.”

Histórico do caso

Jones entrou com a ação após colaborar como produtor de seis músicas do álbum “The Love Album: Off the Grid”, indicado ao Grammy e lançado em setembro de 2023. Entre as denúncias, ele também acusa Combs de usar e distribuir ecstasy, cocaína e outras drogas ilegais, exibir armas não autorizadas e fornecer bebidas alcoólicas com substâncias ilícitas a menores de idade e profissionais do sexo em suas propriedades.