
Divulgação/Warner Bros.
Estreias | “Mickey 17” e “O Macaco” chegam aos cinemas
A sci-fi do diretor de "Parasita" e o novo terror do cineasta de "Longlegs" são os principais lançamentos da semana
Sci-fi e terror marcam a programação de cinema desta quinta (6/3) com os lançamentos de “Mickey 17”, primeiro filme de Bong Joon Ho após fazer história no Oscar com “Parasita”, e “O Macaco”, novo trabalho de Osgood Perkins depois da consagração de “Longlegs: Vínculo Mortal”. Há ainda uma comédia com Leandro Hassum, romances, filmes franceses e um show de K-Pop. Confira todos os títulos.
MICKEY 17
O primeiro filme do cineasta sul-coreano Bong Joon Ho após vencer o Oscar com “Parasita” é uma sci-fi passada em outro mundo. A trama traz Robert Pattinson (o “Batman”) como um voluntário descartável, que é enviado em missões suicidas num planeta desconhecido e substituído a cada tragédia por uma cópia nova. Embora o tema seja de ficção científica, a abordagem é de comédia ácida.
Na trama, Mickey Barnes integra um esforço de colonização num mundo de gelo. Sempre que há uma missão arriscada, a equipe de colonos espaciais se volta para o voluntário oficial. Se algo dá errado e ele morre, um novo corpo é regenerado com a maioria de suas memórias intactas. Conformado, ele segue essa rotina até que, após várias mortes, um dos Mickey sobrevive e, ao retornar à base, descobre uma nova cópia em seu lugar. Como a ideia de clones duplicados é universalmente odiada, ele sabe que, se for pego, será imediatamente reciclado. Então, tenta convencer sua cópia a não denunciá-lo, alegando que sua sobrevivência revela a única forma de salvar a missão naquele planeta. O plano não dá muito certo.
O elenco também destaca Mark Ruffalo (o Hulk do MCU), Toni Collette (“Hereditário”), Naomi Ackie (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) e Steven Yeun (“Não! Não Olhe!”). Brad Pitt e sua produtora Plan B assinam a produção do projeto, marcando um reencontro entre Pitt e Joon Ho, que já tinham trabalhado juntos em outra sci-fi bizarra, “Okja” (2017) na Netflix.
O MACACO
O novo terror baseado num conto de Stephen King chega aos cinemas após seu trailer bater o recorde de prévia de terror independente mais vista de todos os tempos – mais de 100 milhões de views em 72 horas – , graças à várias mortes bizarras relacionadas a um macaco de brinquedo que toca tambor.
O longa traz Theo James (“The White Lotus”) em papel duplo como os irmãos gêmeos Hal e Bill. No enredo, eles lidam com a descoberta do retorno sangrento de um velho brinquedo de macaco, que aterrorizou suas infâncias. Quando as mortes misteriosas recomeçam ao seu redor, eles precisam se juntar novamente para destruir o macaco antes que ele mate todos que amam, como já havia tentado no passado. O elenco inclui Tatiana Maslany (“Mulher-Hulk”), Elijah Wood (“O Senhor dos Anéis”) e Christian Convery (“Sweet Tooth”).
Roteiro e direção são de Osgood Perkins, o filho do ator Anthony Perkins (“Psicose”), que no ano passado foi aclamado pelo terror “Longlegs: Vínculo Mortal”. A produção é de outro mestre do horror, James Wan (“Invocação do Mal”).
A comédia nacional traz Leandro Hassum (“Até Que a Sorte Nos Separe”) como o Dr. Michelle – ou “Mikele”, com pronúncia italiana –, um advogado que enfrenta um grande dilema. Ele precisa garantir o sustento da ex-mulher e do filho para evitar que se mudem para os Estados Unidos com aval judicial. No entanto, no mesmo dia em que recebe essa notícia, ele descobre que será demitido do escritório de advocacia, que decidiu manter apenas mulheres na equipe de advogados. A situação muda quando seu nome é confundido com o de uma advogada chamada Michelle. Ao perceber a oportunidade, ele decide se passar por mulher para manter o emprego e conseguir pagar a pensão.
A comédia pode ser engraçada, mas também pode despertar polêmicas. Histórias em que homens se disfarçam de mulheres para conseguir um emprego foram muito populares no passado, gerando clássicos como “Quanto Mais Quente Melhor” (1959), estrelado por Tony Curtis e Jack Lemmon, e “Tootsie” (1982), protagonizado por Dustin Hoffman. No entanto, com o passar dos anos, a sociedade passou a discutir mais profundamente questões relacionadas à identidade de gênero e representações femininas. Muitas dessas histórias começaram a ser vistas como problemáticas, por reforçarem clichês que podem ser considerados ofensivos ou ultrapassados. Entre as críticas comuns estão a exploração da “farsa” como piada central e a ideia de que homens travestidos podem ser vistos como algo cômico por si só.
Colocar um homem simulando ser mulher para conseguir um emprego ainda pode ser interpretado como uma minimização dos desafios reais enfrentados por mulheres no mercado de trabalho, além de embutir uma mensagem conservadora contra uma suposta agenda woke que prejudica homens brancos e heteros.
A direção do longa é da cineasta trans Ale McHaddo (“Bugigangue no Espaço”), que também escreveu o roteiro em parceria com Luiz Felipe Mazzoni (“Amor Sem Medida”) e Cris Wersom (“A Culpa é da Carlota”). A lista de intérpretes ainda traz Claudia Campolina (“Galeria Futuro”), Bruno Garcia (“Minha Mãe é Uma Peça”), Marcelo Mansfield (“Rodeio Rock”), Paulinho Serra (“Vai Que Cola”) e Olivia Lopes (“Maníaco do Parque”), além de contar com participações especiais de Nany People (“Quem Vai Ficar com Mário?”) e Danilo Gentili (“Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”).
BAMBI: UMA AVENTURA NA FLORESTA
A produção francesa adapta o romance “Bambi, A História de uma Vida na Floresta”, publicado em 1923 por Felix Salten. Diferente da famosa animação da Disney, a versão live-action utiliza uma abordagem semidocumental, capturando imagens de animais reais na natureza, especificamente na floresta de Orléans, na França.
Dirigido por Michel Fessler, conhecido pelo roteiro do documentário premiado “A Marcha dos Pinguins” (2005), o filme segue o jovem cervo Bambi desde seus primeiros passos, explorando a floresta sob a orientação amorosa de sua mãe. Ele descobre a amizade com outros animais e se encanta com o mundo ao seu redor. No entanto, sua vida muda drasticamente quando sua mãe é morta por caçadores, forçando-o a amadurecer e encontrar seu lugar na natureza. A história conhecida é apresentada com narração da cantora francesa Mylène Farmer (“A Casa do Medo: Incidente em Ghostland”).
O romance ambientado na França do pós-guerra acompanha Madeleine, interpretada por Anaïs Demoustier (“O Conde de Monte Cristo”), uma garçonete e mãe solteira que conhece François, vivido por Vincent Lacoste (“Ilusões Perdidas”), um estudante rico e culto, em uma praia na Normandia em 1947. Ambos carregam segredos pessoais: Madeleine teve um filho com um soldado alemão durante a ocupação, o que a levou a ser estigmatizada como colaboradora e exilada de sua comunidade de origem. François, por sua vez, é bissexual e teve um relacionamento anterior com outro homem.
A narrativa explora como esses segredos influenciam o relacionamento deles ao longo do tempo, destacando os desafios de viver à margem das convenções sociais e sexuais das décadas de 1950 e 1960. Roteiro e direção são de Katell Quillévéré (“Coração e Alma”), cineasta reconhecida por seu estilo sensível e por retratar relações humanas com profundidade emocional.
NA SUA PELE – A SÉRIE MARKED MEN
O primeiro romance da coleção literária de Jay Crownover, um dos mais populares do gênero new adult, ganha adaptação com Chase Stokes (“Outer Banks”) na pele de Rule Archer, um tatuador rebelde que sempre seguiu suas próprias regras. Criado em uma família conservadora, ele viveu à sombra das comparações com seu irmão gêmeo falecido e nunca se sentiu aceito. Tudo muda quando ele reencontra Shaw Landon, personagem de Sydney Taylor (“Uma Pitada de Magia: Cidade Misteriosa”), uma jovem de família tradicional que sempre o admirou, mas que nunca teve coragem de se aproximar.
O relacionamento entre os dois se torna inevitável quando Shaw, cansada das expectativas impostas por seus pais, decide assumir seus sentimentos. Mas para ficarem juntos, ambos precisarão enfrentar segredos do passado e desafios que testarão suas certezas sobre amor e lealdade.
O filme tem direção de Nick Cassavetes, responsável por romances famosos como “Diário de uma Paixão” e “Uma Prova de Amor”. O elenco ainda destaca Alexander Ludwig (“Vikings”) como Rome Archer, irmão mais velho de Rule e uma figura essencial na trama.
O documentário musical apresenta a performance final da primeira turnê solo de Byun Baek-hyun, mais conhecido como Baekhyun, integrante do grupo de K-Pop EXO. Além de imagens da apresentação, o filme inclui entrevistas e cenas dos bastidores.