Adaptação é elogiada por atualizar a história
O remake live-action de “Branca de Neve”, dirigido por Marc Webb (“O Espetacular Homem-Aranha”) e estrelado por Rachel Zegler (“Amor, Sublime Amor”), teve suas primeiras críticas internacionais liberadas nesta quarta (19/3), e o resultado misto se manifestou numa aprovação de apenas 48% no Rotten Tomatoes. A produção foi elogiada por respeitar a animação original de 1937 ao mesmo tempo em que moderniza sua narrativa, mas os efeitos visuais dos sete anões e a performance canastrona de Gal Gadot (“Mulher-Maravilha”) como a Rainha Má não agradaram.
Uma das análises mais favoráveis veio da revista Variety, que exagerou ao afirmar que “esta é uma das melhores adaptações em live-action da Disney”. Por sua vez, o jornal Chicago Tribune buscou um tom mais sensato ao classificar o filme como “longe de ser um desastre”. Mas, no outro extremo, o jornal britânico Times classificou o filme como “um novo patamar de profanação cultural”.
Rachel Zegler agrada como Branca de Neve
A interpretação de Rachel Zegler como Branca de Neve foi amplamente elogiada pela crítica. O Muses of Media destacou que “ela carrega o filme com carisma e grande presença de tela”, enquanto o FandomWire afirmou que sua performance é “uma das mais memoráveis do ano”. “Ela irradia carisma e emoção em cada cena… Esta é, sem dúvida, uma das performances mais memoráveis do ano de uma das atrizes mais talentosas de sua geração”, acrescentou a publicação. O IGN Movies ressaltou que a atriz conseguiu dar profundidade à personagem, mantendo sua essência gentil e determinada.
No entanto, algumas críticas foram mais reservadas. A revista O Rolling Stone considerou sua atuação “correta, mas sem grande impacto”, e o site The Wrap afirmou que, apesar de sua boa performance musical, sua presença na tela foi “pura baunilha”.
Ainda assim, o consenso geral entre os críticos foi positivo, apontando que Zegler trouxe frescor à personagem e entregou um trabalho sólido na reinvenção da princesa clássica da Disney.
Gal Gadot deixa a desejar como Rainha Má
A atuação de Gal Gadot como a vilã recebeu reações divergentes. Para o IndieWire, a atriz “se diverte exagerando no tom teatral”, enquanto o The Wrap afirmou que sua interpretação “não é divertida o suficiente para ser memorável”.
A revista The Hollywood Reporter elogiou seu visual fiel à animação, mas pontuou que sua performance não passou da caricatura. “Poderia-se desejar um toque mais de exagero cômico em sua performance — algo na linha de, digamos, Angelina Jolie em ‘Malévola'”.
Já o FandomWire destruiu: “Sua Rainha Má oscila entre um camp aceitável e uma performance forçada, com uma entrega de falas terrível e expressões faciais inconsistentes”.
Sete Anões digitais foram erro
Os efeitos visuais utilizados para criar os Sete Anões foram amplamente questionados. A revista The Hollywood Reporter apontou que, embora os personagens tenham personalidades distintas, “o CGI os torna estranhamente artificiais”. A BBC resumiu que a decisão de criar os anões digitalmente foi “um dos maiores erros do filme”.
Outros aspectos visuais do filme também dividiram opiniões. O Film Maven elogiou: “É lindo de se ver, com um design de produção que remete ao passado”. No entanto, a Rolling Stone teve uma visão diferente: “Mesmo os cenários e figurinos, todos projetados para espelhar a riqueza visual do desenho animado de 1937, transmitem menos uma vibração de ‘Reino Mágico ganhando vida’ e mais uma energia de ‘Grande Feira Renascentista’.”
Trilha sonora e romance recebem avaliações positivas
As novas músicas compostas por Benj Pasek e Justin Paul foram bem recebidas. O IndieWire destacou a faixa “Princess Problems” como “inteligente e autêntica ao universo Disney”. Já o FlickDirect comparou a trilha sonora ao trabalho dos compositores em “O Rei do Show” e “Querido Evan Hansen”.
O romance entre Branca de Neve e o personagem de Andrew Burnap foi descrito pelo Variety como “semelhante à abordagem de ‘Frozen’, equilibrando o romance com a independência da protagonista”. O The Wrap elogiou a dinâmica entre os atores, ressaltando que “eles funcionam bem juntos, mesmo sem uma química explosiva”.
Mensagem do filme e recepção geral
A modernização da história gerou debates. O Hollywood Reporter afirmou que “o filme mantém valores atemporais como bondade e justiça”, enquanto o Rolling Stone criticou a tentativa de agradar tanto os fãs tradicionais quanto aqueles que esperavam mudanças. “Você pode sentir a tensão de tentar agradar a todos, cortejar tanto os puristas quanto o contingente pró-modernização e ser o menos ofensivo possível — e ainda assim conseguir não satisfazer quase ninguém”, avaliou a revista.