Recepção abaixo do esperado
A nova versão de “Branca de Neve”, estrelada por Rachel Zegler e Gal Gadot, teve uma estreia abaixo das projeções da Disney. O filme arrecadou US$ 43 milhões na América do Norte e US$ 44,3 milhões no mercado internacional, totalizando US$ 87,3 milhões em seu lançamento global. A abertura ficou aquém das previsões mais conservadoras do estúdio, que esperava entre US$ 45 milhões e US$ 55 milhões no mercado doméstico.
A performance foi inferior à de “Dumbo”, lançado em 2019 com US$ 45 milhões, e muito distante dos lançamentos de outros remakes recentes do estúdio. Na competição com as princesas da Disney, a diferença é brutal. “A Bela e a Fera” surpreendeu ao estrear com US$ 174,6 milhões no mercado interno em meados de março de 2017, “Cinderela” estreou com US$ 67,9 milhões nos EUA em 2015 e “Malévola” foi lançada com US$ 69 milhões em maio de 2014.
Controvérsias e desgaste
Com direção de Marc Webb, o filme enfrentou uma série de contratempos antes da estreia. A escolha de Zegler para o papel principal gerou críticas entre parte do público por causa de sua ascendência colombiana. A atriz também se posicionou publicamente em apoio ao povo palestino. Gal Gadot, que interpreta a Rainha Má, também foi alvo de questionamentos por declarações pró-Israel sobre o conflito em Gaza.
Os bastidores conturbados prejudicaram a divulgação do filme, que estreou com um tapete vermelho sem entrevistas e sem participação das duas protagonistas em eventos promocionais. Com críticas embargadas até o último minuto, “Branca de Neve” recebeu apenas 43% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e nota B+ no CinemaScore, resultado inferior ao padrão habitual das refilmagens da Disney, que costumam obter avaliações entre A e A+.
Apesar dos percalços, o estúdio aposta que o filme repita a trajetória de “Mufasa: O Rei Leão”, que estreou com desempenho modesto e cresceu com o tempo.
Fracassos da Warner Bros. Discovery
Mesmo com aparência de fracasso, “Branca de Neve” liderou a bilheteria do fim de semana nos EUA, ajudado pelo desempenho fraco do restante dos lançamentos. “The Alto Knights: Máfia e Poder”, estrelado por Robert De Niro em dois papéis, arrecadou apenas US$ 3,2 milhões em sua estreia e abriu em 6º lugar. Dirigido pelo veterano Barry Levinson, o filme foi uma das primeiras produções aprovadas por David Zaslav depois que a Warner Bros. Discovery foi formada em 2022. O resultado foi mal recebido por público e crítica, com nota B no CinemaScore e 39% no Rotten Tomatoes.
Com base nas vendas iniciais, “Alto Knights” é o segundo fracasso consecutivo da gestão de Zaslav na Warner, seguindo de perto “Mickey 17”, de Bong Joon Ho, que deve perder de US$ 75 milhões a US$ 80 milhões em sua exibição nos cinemas após uma bilheteria abaixo das projeções. Agora em seu terceiro fim de semana em cartaz, “Mickey 17” caiu para o 5º lugar na bilheteria norte-americana com US$ 3,7 milhões. A sci-fi estrelada por Robert Patinson arrecadou US$ 40 milhões no mercado interno e US$ 100 milhões no mundo todo, contra um orçamento de US$ 118 milhões.
O resto do Top 5
“Código Preto”, de Steven Soderbergh, foi quem se deu melhor com o tropeço da Warner, subindo da terceira para a segunda posição com US$ 4,4 milhões. A arrecadação, porém, é muito baixa. O thriller distribuído pela Focus Features/Universal teve um orçamento de US$ 50 milhões e acumula US$ 14,9 milhões em duas semanas.
“Capitão América: Admirável Mundo Novo” ficou em 3ª lugar com US$ 4,3 milhões, chegando a US$ 400,8 milhões no total mundial. Mesmo com esse desempenho, a bilheteria ainda não compensa seu orçamento de US$ 180 milhões.
Após estrear no topo na semana passada, a comédia de ação “Novocaine”, da Paramount, caiu para a 4ª posição com US$ 3,7 milhões e acumula US$ 15,7 milhões. A boa notícia é que custou apenas US$ 18 milhões.
Trailers
Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana.
1 | BRANCA DE NEVE
2 | CÓDIGO PRETO
3 | CAPITÃO AMÉRICA: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
4 | NOVOCAINE – À PROVA DE DOR
5 | MICKEY 17