Washington Post aposta em Fernanda Torres como Melhor Atriz no Oscar

Washington Post aposta em Fernanda Torres como Melhor Atriz no Oscar

Jornal destaca atuação da brasileira em "Ainda Estou Aqui" e o impacto do filme na temporada de premiações

Instagram/Fernanda Torres

Filme brasileiro ganha projeção internacional

O jornal americano The Washington Post publicou uma análise sobre a corrida do Oscar, apontando Fernanda Torres como uma forte candidata à premiação. No texto assinado por Ty Burr, o jornal destaca que “a vencedora de Melhor Atriz pode estar escondida à vista de todos”, sugerindo que a estrela brasileira pode ser a grande surpresa da noite.

Para Burr, o filme dirigido por Walter Salles é um drama familiar que transcende a história individual e se conecta com a trajetória do próprio país. “É sobre uma família na tela e sobre outra família por trás das câmeras, e, se você ampliar o suficiente, é sobre a família de 216 milhões de pessoas que é o Brasil”.

Interpretação e impacto de Fernanda Torres

A publicação enfatiza que o papel de Eunice Paiva, interpretado por Torres, carrega o peso emocional da narrativa. “A primeira peça do quebra-cabeça precisava estar afinada para elevar todo o resto da orquestra”, afirmou Salles, destacando o trabalho da atriz para o jornal.

O filme é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice, e revela como ela lutou incansavelmente para que a verdade sobre os desaparecidos políticos no Brasil fosse reconhecida. “Brasil a conhecia como a viúva de Rubens Paiva, era um título que ela carregava. Mas ‘Ainda Estou Aqui’ é a história de um filho que descobre que o verdadeiro herói não era seu pai, nem ele próprio, mas sim sua mãe”, analisa o artigo.

Repercussão em prêmios

A consagração de Fernanda Torres no Globo de Ouro já havia sido um indicativo do potencial de sua vitória no Oscar. Ela venceu na categoria de Melhor Atriz em Filme Dramático, superando concorrentes de peso. A publicação ressalta que, diferentemente de sua mãe, Fernanda Montenegro, indicada ao Oscar por “Central do Brasil”, mas derrotada em 1999, Torres chega à cerimônia deste ano embalada por um prêmio importante e por uma recepção crítica entusiasmada.

Além do impacto do filme no Brasil, onde se tornou um fenômeno de bilheteria, o jornal aponta que “Ainda Estou Aqui” ressoou internacionalmente. “O filme tem despertado memórias difíceis e levantado questões sobre o que essas lembranças podem ensinar para o futuro, no Brasil e em outros lugares”, reflete a análise.

Fernanda Torres descreveu para o jornal que funciona como “um guia de sobrevivência para tempos distópicos”, ensinando que “é preciso manter a moralidade e ser civilizado em um mundo que não é civilizado”.