Oruam é preso por direção perigosa no Rio

Oruam é preso por direção perigosa no Rio

Rapper foi detido após realizar manobra arriscada e teve fiança fixada em R$ 60.720

Instagram/Oruam

Detenção ocorreu após abordagem policial

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, foi preso na tarde desta quinta-feira (15/2) na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o rapper entrando em uma viatura da Polícia Militar enquanto dezenas de pessoas se reuniam ao redor do veículo.

De acordo com a Polícia Militar, o artista foi parado por agentes após realizar um “cavalo de pau” na via pública. Encaminhado à 16ª DP (Barra), ele foi autuado em flagrante por direção perigosa, com fiança estipulada no valor de 40 salários mínimos, totalizando R$ 60.720.

Assessoria e redes sociais comentam o caso

A equipe do rapper confirmou, por meio de nota, que ele foi levado à delegacia após ser abordado em uma blitz. A Polícia Militar informou que todos os ocupantes do veículo foram conduzidos para prestar esclarecimentos.

No perfil do artista no Instagram, uma mensagem foi publicada tranquilizando seus seguidores. “Mauro tá bem, tropa. Agradeço a preocupação”, dizia o post.

Histórico de polêmicas

Oruam, conhecido por diversos sucessos no rap nacional, acumula controvérsias ao longo da carreira. Ele é filho de Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho (CV), preso desde 1996 e condenado a 44 anos por tráfico de drogas e homicídios. Em março do ano passado, o cantor causou grande repercussão ao subir ao palco do festival Lollapalooza vestindo uma camiseta pedindo a libertação do pai.

Após críticas, ele usou as redes sociais para justificar o gesto. “Meu pai errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra. Não tentem tirar de uma pessoa o direito de reivindicar condições melhores para o seu pai, e nem de quer vê-lo em liberdade”, afirmou.

Além da relação com Marcinho VP, Oruam também é ligado a Elias Maluco, outro líder do CV, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. O rapper tem uma tatuagem em homenagem a ele na barriga e já o citou em postagens anteriores.

Projeto de lei busca impedir contratação de shows

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro discute um projeto conhecido como “Lei Anti-Oruam”, que impediria a contratação de artistas pelo poder público caso suas músicas fizessem apologia ao crime ou ao uso de drogas. A proposta, de autoria da vereadora Talita Galhardo (PSDB), tem coautoria de Pedro Duarte (Novo) e segue modelos que estão sendo debatidos em outras 12 capitais.

O debate sobre esse tipo de restrição começou em São Paulo, quando a vereadora Amanda Vettorazzo (União), ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), criticou publicamente Oruam. “Ele abriu a porteira para que rappers e funkeiros começassem a produzir músicas endeusando criminosos e líderes de facções, usando de gírias para normalizar o mundo do crime na nossa cultura”, afirmou em um vídeo publicado nas redes sociais.

Relação com PM investigado

Oruam voltou ao centro das discussões no início deste ano após a divulgação de um vídeo em que um policial militar aparece posando para uma foto com ele. A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro abriu uma investigação para apurar a conduta do agente, cuja identidade não foi revelada.

O rapper se manifestou sobre o caso e criticou a postura do Estado. “Se fosse um policial tirando foto com qualquer outra pessoa famosa, será que a corregedoria iria chamar ele?”, questionou.

Ele também defendeu o PM e declarou que o contrataria caso fosse afastado da corporação. “Se o PM for mandado embora da polícia e quiser trabalhar para mim, vai ser meu segurança pessoal. Vou pagar, nós tem dinheiro (sic). O Estado não me deu esse dinheiro, não. Mas eu tenho. Isso daí é uma covardia que o Estado faz. Eles nunca deram nada para nós, mas criam um monstro”, afirmou.