Marca de roupas de Kanye West tem site fechado após vender camisetas com suástica nazista

Marca de roupas de Kanye West tem site fechado após vender camisetas com suástica nazista

Plataforma Shopify encerrou parceria com a Yeeze após lançamento de peça controversa e o rapper ainda enfrenta processo por antissemitismo

Divulgação/Good Music

Venda de camiseta nazista derruba loja virtual

A Shopify removeu o site oficial da Yeezy, marca de Kanye West, após a inclusão de uma camiseta branca estampada com uma suástica nazista. A peça, vendida por US$ 20, se tornou o único item disponível na plataforma desde a manhã de segunda-feira (10/2), levando a suspensão do e-commerce.

“Todos os comerciantes são responsáveis por seguir as regras da nossa plataforma. Este lojista não praticou um comércio autêntico e violou nossos termos, então o removemos do Shopify”, declarou um porta-voz da empresa. A plataforma não especificou quais regras foram infringidas, mas sua política proíbe produtos considerados “inseguros, inadequados ou ofensivos”. Atualmente, o domínio Yeezy.com exibe apenas a mensagem “Algo deu errado: Loja indisponível”.

Propaganda polêmica no Super Bowl

Na noite de domingo (9/2), horas antes da suspensão do site, a Yeezy veiculou um comercial nos intervalos do Super Bowl. No vídeo, aparentemente gravado pelo próprio West com a câmera frontal de um iPhone, o rapper aparece de óculos escuros em uma cadeira de dentista e diz: “Gastei todo o dinheiro do comercial nesses novos dentes”, exibindo próteses cravejadas de diamantes. “Tive que gravar no iPhone de novo… Um… Um… Vão para Yeezy.com.”

Naquele momento, o site ainda vendia produtos como roupas e álbuns da marca. No entanto, a mudança radical na manhã seguinte, com a venda exclusiva da camiseta com símbolo nazista, levou à rápida exclusão da loja online.

Processo por antissemitismo e misoginia

West também enfrenta uma ação judicial movida por uma ex-funcionária da Yeezy, identificada como “Jane Doe”, que acusa o rapper de discriminação, assédio e retaliação devido ao seu gênero e religião judaica.

A queixa, protocolada na Suprema Corte da Califórnia, inclui mensagens enviadas por West a Doe e outros funcionários, com termos como “Nazi”, “Hitler” e “Deathcon”. A defesa da ex-funcionária cita ainda a postura antijudaica do rapper nas redes sociais e sua recente aparição no Grammy, onde sua esposa, Bianca Censori, usou um traje quase transparente no tapete vermelho.

“Ye travou uma campanha implacável e deliberada de antissemitismo e misoginia contra minha cliente. Sua fixação com o nazismo, evidente nos textos em que se autodenomina Hitler, expõe suas intenções. Precisamos parar de justificar esse comportamento. Como pai, marido e empregador, ele deve ser responsabilizado. Ele desafiou minha cliente a processá-lo, e agora o veremos no tribunal”, declarou Carney Shegerian, advogado de Doe.

A ex-funcionária ingressou na Yeezy em 2023, após West publicar um pedido de desculpas à comunidade judaica em hebraico no Instagram. Segundo o processo, Doe teria sugerido que West reforçasse sua rejeição ao nazismo após a capa do álbum “Vultures 1” ser associada à estética nazista, mas ele teria respondido: “Eu sou um nazista”.

Mensagens incluídas na ação mostram que West enviou textos como: “Bem-vinda ao primeiro dia de trabalho para Hitler”, “Hail Hitler”, “Cale a p*rra da boca, vadia”, “Você é feia pra c*ralho”, “Sua imbecil patética”, “Você é um lixo”, “F*da-se, vadia” e “Agora me processe, sua idiota patética”.

Doe busca indenização por danos econômicos, emocionais e morais, além de compensações punitivas contra West e a Yeezy.