Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

Ministro do STF ordena bloqueio da rede social por descumprimento de decisões judiciais

Divulgação/Rumble

Decisão de Moraes afeta funcionamento da plataforma

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (21/2) a suspensão imediata do funcionamento do Rumble no Brasil. A decisão foi tomada após a plataforma descumprir reiteradas ordens judiciais, incluindo a suspensão da conta do blogueiro Allan dos Santos.

Na decisão, Moraes afirmou que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deve adotar as providências necessárias para o bloqueio no prazo de 24 horas. Ele justificou a suspensão citando o uso da plataforma por grupos extremistas para divulgação de discursos de ódio e antidemocráticos.

Descumprimento de ordens judiciais

O Rumble vinha sendo alvo de determinações do STF desde 9 de fevereiro, quando Moraes ordenou o bloqueio da conta de Allan dos Santos, além da retenção de valores obtidos com monetização e a proibição da criação de novos perfis pelo influenciador. A empresa não acatou a decisão e acumulou multas diárias de R$ 50 mil.

Além disso, a plataforma não apresentou um representante legal no Brasil, como exigido pela legislação nacional. Em 19 de fevereiro, Moraes reforçou que a ausência de um advogado responsável poderia resultar na suspensão do serviço. No dia seguinte, um oficial de Justiça certificou a impossibilidade de intimar formalmente a empresa.

Nas redes sociais, o CEO do Rumble, Chris Pavlovski, indicou que não cumpriria as decisões, reforçando a postura de confronto da plataforma com o Judiciário brasileiro.

Ação nos Estados Unidos

A empresa também ingressou com uma ação contra Moraes nos Estados Unidos, em conjunto com a empresa de mídia de Donald Trump. O processo tenta equiparar as decisões do STF ao Tribunal Penal Internacional, que sofreu sanções da Casa Branca.

A ação nos Estados Unidos ignora a atuação do Rumble no Brasil e sua recusa em cumprir as determinações da Justiça. A defesa da empresa argumenta que houve censura contra contas na plataforma, incluindo a de Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira.

O que é Rumble

Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é “proteger uma internet livre e aberta” e já se envolveu em diversas controvérsias.

A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

No Brasil, influenciadores ligados à extrema-direita migraram para o Rumble após serem bloqueados em outras redes sociais, sendo acusados de disseminação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. Em dezembro de 2023, a empresa anunciou sua saída do país em protesto contra uma decisão de Moraes, mas retomou suas operações em fevereiro de 2025, alegando que o retorno de Trump ao poder teria facilitado essa decisão.

Na determinação mais recente, Moraes enfatizou que “não há qualquer prova da regularidade da representação do Rumble INC. em território brasileiro”.