Grupos neonazistas celebram gesto polêmico de Elon Musk

Grupos neonazistas celebram gesto polêmico de Elon Musk

Reação de supremacistas brancos contextualizou gestual do empresário durante evento no dia da posse de Trump

YouTube/PBS News

Gesto provoca interpretações e reações contraditórias

Elon Musk se tornou alvo de controvérsia após fazer um gesto durante um comício no primeiro dia do novo governo de Donald Trump. O movimento foi interpretado por muitos como um aceno nazista. Apesar da gravidade da polêmica, o empresário não desmentiu a interpretação. Em vez disso, ironizou as críticas, debochando das frequentes acusações de fascismo dirigidas ao governo Trump.

Entre grupos nacionalistas e supremacistas brancos, a reação foi de celebração. A organização White Lives Matter, conhecida por promover discursos extremistas, publicou um agradecimento direcionado a Musk, mencionando que o gesto simbolizava apoio às suas ideias. “Obrigado por (às vezes) nos ouvir, Elon. A Chama Branca se erguerá novamente”, afirmou uma nota do grupo, que exalta a “superioridade branca” e frequentemente utiliza símbolos e narrativas nazistas.

Extrema direita reage com entusiasmo

Grupos de extrema direita rapidamente demonstraram apoio ao gesto de Musk. Andrew Torba, fundador de uma rede social associada a antissemitas e supremacistas brancos, compartilhou a foto do empresário e escreveu: “Coisas incríveis já estão acontecendo”. No Telegram, canais de memes nazistas também comemoraram o episódio.

Evan Kilgore, comentarista político de direita e ex-embaixador do grupo conservador Turning Point USA, expressou empolgação nas redes sociais ao associar o gesto ao nazismo. Kilgore declarou: “Elon Musk acabou de fazer Heil Hitler no comício de posse de Trump em Washington DC. Isso é incrível.”

O grupo extremista Proud Boys, conhecido por sua atuação durante a invasão do Capitólio em 2021, publicou a foto de Musk acompanhada da frase: “Heil Trump”. A recente libertação de membros do grupo, beneficiados por perdão presidencial de Trump, reforçou o tom de celebração. Jacob Chansley, conhecido como o “Viking do Capitólio”, anunciou após o perdão: “Agora vou comprar armas”.

Críticas e defesa de organizações

A Anti-Defamation League (ADL), organização que combate o antissemitismo, saiu em defesa de Musk, afirmando que o gesto parecia ser apenas um movimento estranho de entusiasmo, sem conotação nazista.

Entretanto, figuras do Partido Democrata criticaram a normalização do episódio. Durante uma sabatina para confirmação de nomeações do novo governo, o senador Chris Murphy cobrou que os aliados de Trump tomem uma posição clara contra o antissemitismo, mesmo quando envolvem figuras próximas ao presidente.