O fenômeno “Mod Squad”
Michael Cole, conhecido por seu papel como Pete Cochran na série “Mod Squad”, morreu aos 84 anos. A informação foi confirmada por seus representantes na agência BMF, que não divulgaram detalhes sobre a causa do falecimento.
Nascido em 3 de julho de 1940, em Madison, Wisconsin, Cole integrou o elenco principal de “Mod Squad” ao lado de Peggy Lipton e Clarence Williams III. A série, que estreou em setembro de 1968 na ABC, acompanhava jovens hippies transformados em policiais, sob a supervisão do Capitão Adam Greer (Tige Andrews). Com o slogan “Um branco, um negro, uma loira”, a produção abordava temas sociais e políticos da época, como a Guerra do Vietnã, o racismo, a psicodelia e a justiça social , ressoando com o público jovem do período.
A proposta ousada, de levar a contracultura dos anos 1960 para o horário nobre televisivo, deu certo e logo se tornou um marco cultural, ao abordar temas que nenhuma outra série queria refletir. A trama trazia Cochran, Peggy Lipton e Clarence Williams III como três delinquentes que, em vez de enfrentarem penas de prisão, aceitam trabalhar para a polícia se infiltrando em movimentos jovens. O problema é que muitas vezes eles se identificavam com as lutas dos “suspeitos”.
Produzida por Aaron Spelling e Danny Thomas, “Mod Squad” permaneceu no ar por cinco temporadas, até maio de 1973, e é considerada a grande precursora das séries progressistas, abrindo caminho para atrações tão diferentes quanto “M*A*S*H” (lançada em 1972), “Mary Tyler Moore” (de 1970) e “Raízes” (1977). Sua ressonância acabou levando a premissa ao cinema, num filme lançado em 1999 com Claire Danes, Giovanni Ribisi e Omar Epps nos papéis principais.
Cole era o último integrante do elenco ainda vivo. Clarence Williams III morreu em 4 de junho de 2021, aos 81 anos, e Peggy Lipton faleceu em 11 de maio de 2019, aos 72 anos, ambos em decorrência de câncer.
Outros papéis
Embora “Mod Squad” tenha definido sua trajetória, Michael Cole continuou ativo na indústria do entretenimento por cinco décadas. Seu primeiro papel foi em “Gunsmoke”, em 1966, e desde então participou de diversas séries, incluindo “Mulher-Maravilha”, “Os Novos Centuriões” )Police Story), “CHiPS”, “Ilha da Fantasia”, “Plantão Médico” (ER), “Sétimo Céu” (7th Heaven), “Assassinato por Escrito” (Murder She Wrote) e a minissérie baseada em “It – A Coisa”, de Stephen King. Em 1991, interpretou Harlan Barrett na novela eterna “General Hospital”, em um arco que trouxe drama e tensão à trama, encerrado com a morte de seu personagem.
Além de sua atuação na TV, explorou papéis no teatro, onde mostrou sua versatilidade como ator, e num punhado de filmes como “Marcas de um Crime” (2000) e “Instinto Secreto” (2007).
Legado e memórias
Em 2009, Michael Cole lançou a autobiografia “I Played the White Guy” (Eu interpretei o cara branco), onde relembrou sua trajetória artística e compartilhou detalhes pessoais de sua vida. O livro revelou um ator grato pelas oportunidades e profundamente conectado ao público que o acompanhou ao longo dos anos.