Ativa até o fim
Linda Lavin, atriz reconhecida por sua atuação na série “Alice” e pela vitória no Tony Awards por “Broadway Bound”, faleceu no domingo (29/12) aos 87 anos. A informação foi confirmada por seu representante à imprensa. Lavin morreu devido a complicações decorrentes de um câncer pulmonar diagnosticado recentemente.
Apesar do diagnóstico, ele esteve ativa até este mês, promovendo sua nova série na Netflix, “Quem Vê Casa” (No Good Deed), e gravando “Mid-Century Modern”, da Hulu, onde era uma das protagonistas.
Começo da carreira
Lavin iniciou sua trajetória como atriz mirim e destacou-se no teatro na década de 1960. Entre seus primeiros papéis na Broadway estão o musical “It’s a Bird… It’s a Plane… It’s Superman” e a peça “Last of the Red Hot Lovers”, que lhe rendeu sua primeira indicação ao Tony Awards e um Drama Desk Award.
Na televisão, ganhou destaque em “Barney Miller” (1975-1976) antes de estrelar “Alice” (1976), adaptação do filme “Alice Não Mora Mais Aqui” (1974).
Alice morava na TV
Com um tom mais leve que o filme de Martin Scorsese, a série exibida por nove temporadas, entre 1976 e 1985, acompanhava Alice Hyatt, uma viúva que se mudava com o filho Tommy para Phoenix, Arizona, após a morte do marido, em busca de um novo começo. Sonhando em se tornar cantora, ela enfrenta dificuldades financeiras e acaba trabalhando como garçonete no Mel’s Diner, um restaurante de beira de estrada – e principal cenário dos episódios. Lá, Alice forma amizades com suas colegas de trabalho, como a divertida e atrevida Flo, que ficou famosa pelo bordão “Kiss my grits!” (algo como “Beija meu hambúrguer!”), e a ingênua Vera. Juntas, elas enfrentam situações cômicas e emocionantes no dia a dia, enquanto Alice luta para equilibrar suas responsabilidades como mãe e seu sonho de cantar.
O desempenho como a protagonista garantiu à atriz duas vitórias no Globo de Ouro e uma indicação ao Emmy.
Consagração teatral
Após o encerramento de “Alice” em 1985, Linda Lavin continuou a se destacar com uma combinação de papéis no teatro, televisão e cinema. Na Broadway, ela conquistou seu primeiro Tony Award em 1987 pela peça “Broadway Bound”, de Neil Simon, consolidando sua reputação como uma das grandes atrizes teatrais de sua geração. Outros sucessos nos palcos incluem “The Sisters Rosensweig” (1993) e “Collected Stories” (2010), que lhe renderam novas indicações ao Tony e prêmios Drama Desk.
Ela também manteve presença constante em séries e telefilmes ao longo das décadas de 1980 e 1990. Entre os destaques, estão “Um Lugar para Chamar de Lar” e “Liberdade para as Crianças” (ambos de 1987), que receberam aclamação crítica, e papéis principais em séries de curta duração como “Room for Two” (1992-1993), série de mãe e filha com Patricia Heaton, e “Conrad Bloom” (1998).
Trabalhos mais recentes
Lavin conquistou sua sexta indicação ao Tony com a peça “The Lyons”, passando a fazer parte do Hall da Fama do Teatro Americano em 2010, além de integrar os elencos das séries “Sean Saves the World” (2013), “9JKL” (2017-2018) e “B Positive” (2020-2022). A atriz também desempenhou papéis coadjuvantes em filmes de sucesso como “Um Senhor Estagiário” (2015), estrelado por Anne Hathaway e Robert De Niro, “Como se Tornar um Conquistador” (2017) com Eugenio Derbez e “Apresentando os Ricardos” (2021), onde contracenou com Nicole Kidman.
Até os últimos momentos de sua vida, a atriz manteve uma agenda cheia. Recentemente, ela gravou episódios de “Mid-Century Modern”, série de comédia da Hulu em que contracenava com Nathan Lane e Matt Bomer. A produção gravou episódios inteiros, mas os trabalhos da temporada não chegaram a ser finalizados.
A equipe de “Mid-Century Modern” lamentou a perda em comunicado oficial. “Ela foi uma atriz magnífica, uma alma generosa e uma presença que alegrava nossos dias. Todos nós sentimos muito sua falta”, disseram os criadores Max Mutchnick e David Kohan e o diretor James Burrows.
Linda Lavin também foi homenageada por Liz Feldman, criadora da série “Quem Vê Casa”, lançada há duas semanas na Netflix, que destacou o privilégio de colaborar com a atriz. “Você era incrivelmente graciosa, hilariante e cheia de vida. Sua gentileza era incomparável”, escreveu Feldman.
A atriz deixa o marido, Steve Bakunas, com quem foi casada por 19 anos, e que estava a seu lado na hora de sua morte.