“Ainda Estou Aqui” é indicado ao prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol

É a primeira vez que um filme brasileiro concorre como Melhor Filme Ibero-americano na premiação anual da Espanha

Divulgação/Sony

Indicação histórica no Goya

O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, foi indicado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha ao Prêmio Goya 2025, na categoria de Melhor Filme Ibero-americano. Esta é a primeira vez que uma produção brasileira disputa a premiação nesta categoria, marcando um feito inédito para o cinema nacional.

Walter Salles celebrou a conquista e lamentou a morte recente da atriz espanhola Marisa Paredes. “É uma honra, e agradecemos à Academia de Cinema da Espanha nesta semana em que o cinema está de luto. Estou muito triste com a perda da atriz extraordinária que era Marisa Paredes, pela qual nos apaixonamos nos filmes dos mestres Pedro Almodóvar, Fernando Trueba, Agustí Villaronga e Arturo Ripstein, nos papeis complexos e profundamente humanos que ela abraçou. Além do incrível talento, Marisa Paredes era uma mulher luminosa, de uma grande coragem política. Que sorte a nossa de termos vivido no tempo de Marisa Paredes”.

Esta é a segunda vez que Salles participa do Goya. Em 2005, ele venceu na categoria de Melhor Roteiro Adaptado com “Diários de Motocicleta”, filme sobre a juventude de Che Guevara, totalmente falado em espanhol. A cerimônia do Prêmio Goya acontecerá em Granada, na Espanha, no dia 8 de fevereiro.

Reconhecimento internacional

Com a indicação, “Ainda Estou Aqui” confirma mais um reconhecimento importante no circuito internacional. A produção brasileira venceu o troféu de Melhor Roteiro no Festival de Cannes e integra a lista de pré-indicados ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional. Além disso, está na disputa dos prêmios de Melhor Filme Internacional no Critics Choice Awards, Satellite Awards e Globo de Ouro. Nos dos últimos, Fernanda Torres também concorre como Melhor Atriz em Filme de Drama.

História inspiradora

Baseado no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, o longa narra a trajetória de Eunice Paiva (1929–2018), mãe do autor, que se tornou advogada de direitos humanos após o desaparecimento e assassinato do marido, Rubens Paiva (1929–1971), durante a ditadura militar. Eunice enfrentou desafios extremos enquanto criava seus cinco filhos e se consolidou como uma das figuras mais marcantes na luta pelos direitos humanos no Brasil.