Histórias com pontos em comum
As listas de fim de ano, que voltam a destacar “A Substância”, filme dirigido por Coralie Fargeat e estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley, trouxeram à tona comparações com a minissérie brasileira “A Fórmula”, exibida pela Globo em 2017. Um dos principais assuntos das últimas horas de 2024 nas redes sociais é se “A Substância” não copiou a trama brasileira.
As semelhanças são muitas. As duas produções partem da mesma premissa. As histórias giram em torno de protagonistas que consomem uma substância capaz de rejuvenescer, dividindo-se em duas com diferentes identidades. Até o líquido da substância milagrosa tem a mesma cor.
Em “A Fórmula”, a cientista Angélica (Drica Moraes) cria uma poção que a transforma em Afrodite (Luisa Arraes), uma versão 30 anos mais jovem. O conflito surge quando Afrodite se envolve com Ricardo (Fábio Assunção), chefe de Angélica, criando dilemas em sua vida dupla.
“A Substância” apresenta mostra Elisabeth (Demi Moore) consumindo um elixir que a transforma em Sue (Margaret Qualley), que consegue o antigo emprego da outra, chamando atenção de seu patrão. A narrativa, porém, segue uma abordagem mais sombria, no gênero body horror, ao mostrar os efeitos devastadores do uso excessivo da substância, que compromete a saúde da versão mais velha da protagonista.
Origem ou coincidência?
As comparações levantaram questionamentos sobre a originalidade de “A Substância” e se a obra teria se inspirado na trama de “A Fórmula”. Embora os temas de rejuvenescimento e transformação física façam parte do imaginário gótico desde o século 19 com “O Médico e o Monstro”, os espectadores apontaram semelhanças estruturais nas narrativas, como a dualidade das protagonistas e os conflitos gerados por suas novas identidades.
Os estilos, no entanto, diferem significativamente. Enquanto “A Fórmula” adota um tom romântico e leve, focando nos desafios emocionais e amorosos, “A Substância” explora o horror e as consequências do desejo obsessivo pela juventude.
Discussão sobre padrões estéticos
Ambas as produções, apesar de distintas em abordagem, abordam questões profundas sobre etarismo, a pressão estética enfrentada por mulheres e a busca por atender padrões de beleza muitas vezes inatingíveis. Esses temas ganharam relevância nas redes sociais, com usuários discutindo até que ponto histórias como essas refletem experiências universais ou se houve influência da produção nacional no sucesso internacional de “A Substância”.
Onde assistir
“A Fórmula” está disponível na Globoplay, enquanto “A Substância” pode ser conferido na Mubi.